21/10/2016 17h02 - Atualizado em 21/10/2016 17h04

Infantil de Vitória realiza encontro sobre epidermólise bolhosa nesta terça (25)  

As asas das borboletas são tão finas que facilmente se rasgam dependendo da pressão que fazemos com os dedos ao segurá-las. A pele de quem tem epidermólise bolhosa (EB) também é assim, sensível ao mais leve toque ou esbarrão, o que torna difícil para o portador dessa doença genética rara realizar ações simples, como dar e receber um abraço.

Na terça-feira (25), quando será celebrado o Dia Mundial de Conscientização da Epidermólise Bolhosa, o Hospital Estadual Infantil de Vitória, que é referência em doenças raras, realizará um encontro com pacientes, familiares e profissionais de saúde para falar sobre a doença.

O objetivo é oferecer informações sobre os diversos aspectos da doença, entre eles os cuidados e a socialização dos pacientes, e fortalecer esse encontro – que acontecerá pela segunda vez – como espaço de apoio mútuo entre as famílias e de busca por uma melhor qualidade de vida para os portadores de EB.

“Por causa das feridas na pele, muitas pessoas pensam que a epidermólise bolhosa é uma doença contagiosa, e os pacientes sofrem muito com esse preconceito quando estão em espaços públicos. Estamos fazendo um trabalho de apoio às famílias e vamos aproveitar essa data para tentar avançar um pouco mais na conscientização das pessoas, inclusive de profissionais de saúde, que ainda conhecem pouco sobre a doença”, comenta a cirurgiã plástica Rosalie Torrelio.

De acordo com a médica, não existe registro oficial sobre o número de pessoas que convivem com epidermólise bolhosa no Brasil, mas sabe-se que a prevalência da doença aqui é inferior à observada no restante do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, aproximadamente 200 crianças nascem com essa doença por ano, segundo a página da Associação de Epidermólise Bolhosa da América (Debra). “A divulgação de informações sobre a doença é importante também para alertar e orientar a população”, ressalta a cirurgiã plástica.

Rosalie Torrelio enfatiza que quando são acompanhados por uma equipe multidisciplinar e recebem os devidos cuidados, os pacientes portadores de epidermólise bolhosa podem conviver com a doença com menos transtornos. “Atualmente, acompanhamos cinco pacientes aqui no Hospital Infantil de Vitória. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está fornecendo os curativos necessários para esses pacientes e, com isso, conseguimos desospitalizar essas crianças”, comenta a médica.

 

Saiba mais

A epidermólise bolhosa atinge crianças, jovens e adultos. Segundo a médica Rosalie Torrelio, na forma simples as bolhas são bastante dolorosas, mas a cicatrização não deixa grandes danos permanentes. Na forma distrófica, o trato gastrointestinal também é afetado. E na forma juncional, a mais grave, as crianças normalmente não passam do primeiro ano de vida.

“Mesmo a forma simples, considerada menos grave, causa um desconforto muito grande, a ponto de o paciente não conseguir calçar sapatos, por exemplo, quando a doença se localiza nos membros inferiores”, complementa a médica Rosalie Torrelio, acrescentando que as temperaturas mais elevadas do verão pioram as lesões, favorecendo o risco de infecções.

Ela explica que não existe cura para epidermólise bolhosa nem medicamento capaz de reduzir ou estabilizar o aparecimento das feridas. Os pacientes precisam de curativos que são muito caros. Segundo ela, os curativos não devem aderir à pele, para evitar novas lesões, e eles têm a função de proteger as feridas e absorver a secreção, facilitando a cicatrização e evitando que ocorra infecção, que é uma das principais causas de internação desses pacientes.

“Aconselha-se evitar roupa com botão e com etiqueta, além do próprio contato corpo a corpo. Muitos pais, inclusive, têm dificuldade de pegar o filho no colo. A criança com epidermólise bolhosa pode ter dificuldade para andar, uma vez que ela não costuma engatinhar por causa da sensibilidade da pele. Por isso é importante um acompanhamento com fisioterapeuta, pois os estímulos para o desenvolvimento motor dessa criança têm que ser diferentes”, detalha a médica, enfatizando que, apesar das limitações, os pacientes podem ter uma vida normal.

 

 

Serviço:

Dia Mundial de Conscientização da Epidermólise Bolhosa

Quando: Terça-feira, 25 de outubro, às 9 horas.

Onde: Pátio interno do Hospital Estadual Infantil de Vitória – Alameda Mari Ubirajara, bairro Santa Lucia.

 

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde

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