22/03/2018 10h02 - Atualizado em 22/03/2018 10h49

Secretaria da Saúde alerta que tuberculose tem cura, mas é preciso fazer tratamento

Tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, pode ser tuberculose. Para reduzir a possibilidade de piora no quadro de saúde, é importante iniciar o tratamento o quanto antes, mas, para isso, é necessário ir a um serviço de saúde o mais rápido possível para que seja feito o diagnóstico. Essa é a orientação que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) tem para a população às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, comemorado no dia 24 de março.

A coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado da Saúde, Ana Paula Rodrigues Costa, ressalta que é importante não negligenciar a tosse que persiste por mais de três semanas, que é o principal sintoma da doença. “Estamos nos aproximando do tempo frio, período em que as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas e existe maior possibilidade de ocorrerem infecções respiratórias. As pessoas podem confundir a tosse que pode ser da tuberculose com uma alergia ou um resfriado mal curado, por isso é necessário buscar orientação num serviço de saúde se a tosse persistir por mais de três semanas”, orientou.

Segundo Ana Paula, apesar de existir cura para a tuberculose, a doença ainda é cercada de preconceito e medo por parte da população. Em 2017, o Espírito Santo registrou 1.089 casos novos de tuberculose e 67 mortes pela doença. Apesar de os números serem menores que os de 2016, quando foram notificados 1.102 casos da doença e 78 óbitos, ainda preocupam. Isso porque a cura, segundo Ana Paula Costa, é uma das principais estratégias para redução da doença, mas a taxa de abandono do tratamento e o percentual de cura observados no Espírito Santo ainda estão abaixo do recomendado. Por isso a área continua trabalhando com o lema ‘testar, tratar e vencer’, ou seja, detectar rapidamente a doença e tratá-la até que a pessoa seja curada.

Dados de 2016 mostram que, do total de 936 novos casos de tuberculose pulmonar – a forma mais comum da doença – com confirmação laboratorial registrados no Espírito Santo naquele ano, 73,7% obtiveram cura e 9,5% abandonaram o tratamento. A coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria de Estado da Saúde diz que os números estão próximos da média nacional (73% de cura e 10,3% de abandono do tratamento), mas ainda estão aquém do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O ideal, para o controle da doença, é que seja alcançado pelo menos 85% de cura, e que a taxa de abandono do tratamento seja menor que 5%.

Para o diagnóstico precoce, Ana Paula argumenta que é importante uma atuação atenta da atenção primária e a realização de busca ativa dos casos de tuberculose dentro da comunidade. E uma vez que o caso é diagnosticado, ela afirma que a principal estratégia para alcançar a cura e reduzir o abandono e a mortalidade é o Tratamento Diretamente Observado (TDO).

“O TDO é uma estratégia de adesão do doente com tuberculose ao tratamento. Consiste em observar o doente ingerir o remédio, seja por meio da visita do agente de saúde à casa do paciente ou a ida do paciente até a unidade de saúde para tomar a medicação na presença do profissional”, explica.

 

Sintomas e tratamento

O sintoma principal da tuberculose é tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Mas a pessoa também deve ficar atenta a sintomas como febre baixa, geralmente à tarde; suor à noite; falta de apetite; perda de peso; cansaço causado mesmo por pequenos esforços; fraqueza e dor no peito e nas costas. Nos casos mais graves, o doente pode chegar a tossir sangue.

“A pessoa deve logo buscar a unidade de saúde mais próxima de sua residência se observar esses sintomas. Se constatada a tuberculose, o tratamento deve ser iniciado rapidamente. O tratamento é feito com antibióticos e dura seis meses, o que é considerado um período longo. É preciso que o paciente tenha consciência da importância do autocuidado, porque se houver abandono do tratamento a doença pode evoluir para a forma mais resistente ou levar à morte”, salienta a coordenadora, enfatizando que o óbito também pode ser causado pelo diagnóstico tardio.

Segundo Ana Paula, o exame que detecta a doença é a baciloscopia de escarro, que é realizada em todos os municípios do Espírito Santo. O exame, via de regra, é feito nas unidades básicas de saúde dos municípios e o resultado sai em até 48 horas. O tratamento também é feito na unidade básica de saúde, que entrega os medicamentos e faz todo o acompanhamento do paciente.

A coordenadora diz que os municípios de Vila Velha, Cariacica, Serra e Vitória, onde a demanda é maior, oferecem o Teste Rápido Molecular para tuberculose. Esse teste identifica o bacilo em menos de duas horas após a chegada do teste ao laboratório. O teste rápido é feito com tecnologia biomolecular, que, além de detectar o bacilo, identifica se ele tem resistência à rifampicina, que é o principal remédio para tratamento da tuberculose.

De acordo com Ana Paula, o Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen) também realiza o Teste Rápido Molecular, atendendo os municípios com demanda menor e recebendo também amostras encaminhadas por hospitais e serviços de saúde que atendem populações vulneráveis.

 

Jornada

O Programa de Residência Médica em Pneumologia e Infectologia Pediátrica do Hospital Estadual Infantil de Vitória realizará, na sexta-feira (23), a Jornada Estadual de Tuberculose em Pediatria. O objetivo do evento é reunir profissionais da área para atualização de conhecimentos sobre tuberculose na infância e na adolescência. Entre os assuntos que serão discutidos estão as novidades do diagnóstico da tuberculose em crianças e o tratamento da coinfecção HIV/Tuberculose na infância.

A Jornada será realizada das 9 às 13 horas, no auditório do Hospital Estadual Infantil de Vitória – Alameda Mari Ubirajara, nº 205, Santa Lúcia, Vitória.

 

 

 

 

 

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