Saúde: exame confirma febre amarela em macaco
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu, na noite desta sexta-feira (20), os primeiros resultados das análises enviadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará. Os exames comprovaram que os macacos encontrados em Irupi e Colatina eram positivos para febre amarela.
"Temos a confirmação de que o Espírito Santo tem a febre amarela silvestre. Nossa estratégia já estava sendo feita prevendo que esse resultado pudesse acontecer. Portanto, a estratégia para essas áreas não muda, as pessoas continuam se vacinando. Vale uma recomendação mais forte para as pessoas que precisam se descolar para essas áreas. Não é recomendável ir para essas áreas de floresta no Estado agora se não estiver vacinado, e se tiver que ir, é necessário usar repelente e roupa de manga cumprida para se proteger do mosquito transmissor. A população também pode ajudar a evitar a febre amarela urbana, eliminando os focos do mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a doença nas cidades", disse o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira.
A Sesa já havia adotado medidas preventivas com a vacinação cautelar nos moradores dos municípios que fazem divisa com Minas Gerais e nos municípios onde foram encontrados macacos mortos com suspeita de febre amarela: Água Doce do Norte, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Brejetuba, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Laranja da Terra, Mantenópolis, Montanha, Mucurici, Pancas, Afonso Cláudio, Ecoporanga, Colatina, Itaguaçu, Governador Lindenberg, Conceição do Castelo, Venda Nova do Imigrante, São Roque do Canaã e São Gabriel da Palha.
Nesta sexta-feira (20), diante da avaliação diária realizada pelo Gabinete de Monitoramento, esta medida cautelar foi ampliada para 11 novos municípios. Esta decisão levou em consideração a morte de macacos por suspeita de febre amarela em zona de mata dentro do Espírito Santo, além da proximidade geográfica entre esses municípios e a ligação que eles mantêm entre si e com a região capixaba que faz fronteira com Minas Gerais por meio da faixa contínua de floresta.
Para a imunização dos moradores de Marilândia, Domingos Martins, Itarana, Santa Teresa, Castelo, Iconha, Muniz Freire, Águia Branca, São Domingos do Norte, Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, a Sesa solicitou 500 mil doses ao Ministério da Saúde. As doses devem chegar na próxima semana.
A orientação da Secretaria de Estado da Saúde é que vacinem primeiro quem mora na zona rural e depois as pessoas que residem na área urbana. Para o restante do Estado, a recomendação de vacinação continua a mesma: apenas pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata localizadas em áreas de risco para febre amarela, inclusive nestes municípios do Espírito Santo, que estão realizando a vacinação cautelar.
Com a confirmação da febre amarela silvestre, a Sesa solicitou ao Ministério da Saúde mais 500 mil doses, totalizando 1 milhão de novas doses da vacina contra a febre amarela, para reforçar a vacinação no Estado.
Quem for viajar para áreas rurais, a Sesa orienta que utilize roupas que protejam contra picadas de insetos: como mangas compridas, calças e sapatos fechados e use repelente.
Vacina
Quem planeja sair do estado ou viajar para a área rural dos 37 municípios do Estado deve se certificar de que está devidamente protegido contra a doença. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) orienta o viajante a buscar uma unidade municipal de saúde caso ainda não tenha tomado a primeira dose da vacina ou a dose de reforço 10 anos após a primeira dose. Se for a primeira vez que a pessoa é vacinada, a dose deve ser aplicada pelo menos dez dias antes da viagem para que o organismo produza anticorpo contra a doença.
Febre amarela
Uma pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre nos primeiros sete dias e mal-estar.
A febre amarela silvestre é transmitida pela picada de mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco infectado, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. A forma silvestre da doença é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas.
Nas cidades, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, da zika e da chikungunya. Pessoas que fazem ecoturismo ou que entram em matas por algum outro motivo correm o risco de serem picadas pelo mosquito Haemagogus infectado e contrair a doença. De volta à área urbana, essas pessoas podem ser picadas pelo Aedes aegypti, podendo dar início à reurbanização da doença. O último caso de febre amarela urbana no Brasil ocorreu no Acre em 1942.
Uma vez que a febre amarela no meio urbano é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, eliminar depósitos que possam acumular água é uma das medidas de prevenção. Por isso, é importante que a população escolha um dia fixo da semana para combater o mosquito em casa, e, assim, impedir a proliferação do vetor eliminando seus criadouros.
Casos suspeitos
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recebeu a notificação de 11 casos suspeitos e 01 óbito sob investigação com quadro indicativo de febre amarela, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes. As pessoas com casos suspeitos estão internadas e o quadro de saúde delas é estável. Os casos são de zona rural e estão sendo investigados.
Ações
A Secretaria de Estado da Saúde está monitorando a situação epidemiológica. Entre outras ações, está a criação do gabinete de monitoramento; reunião com especialistas; reunião com os prefeitos e secretários municipais de saúde dos municípios; reunião com área técnica da Imunização dos municípios; elaboração do Protocolo de Manejo Clínico; além de capacitações sobre manejo clínico da doença e sobre protocolos de indicação para vacinação.
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