09/07/2012 07h12 - Atualizado em 23/09/2015 13h34

Voluntários trazem carinho e amor para pacientes dos hospitais do Estado

Carinho, dedicação e preocupação com o próximo. Assim podem ser resumidos os sentimentos dos voluntários que atuam nos hospitais da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Essas pessoas desempenham atividades imprescindíveis, humanizando um ambiente caracterizado muitas vezes pela dor e ansiedade. Além da generosidade material, trazem consigo, principalmente, um ombro amigo para os momentos difíceis.

Atualmente, diversas organizações de voluntariado desempenham atividades nos hospitais da rede estadual. Uma delas é a Associação de Amigos do Hospital Antônio Bezerra de Faria e Hospital Infantil Alzir Bernardino Alves (SAHABF). O extenso nome combina com a amplitude de atuação dessa entidade sem fins lucrativos, fundada em 1999, e que hoje conta com 39 associados.

De acordo a presidente da SAHABF, Maria Vitória Lourenço Guimarães, voluntária desde o ano de fundação, tudo começou por causa do “drama social”, conforme sua própria definição, de alguns pacientes internados, na época, no Bezerra de Faria. O trabalho foi ampliado pouco depois, quando foram convidadas a trabalhar no Hospital Infantil e Maternidade de Vila Velha (Himaba), dando assistência às mães carentes.

“A gente começou por causa do drama social dos pacientes. Começamos a fazer o nosso trabalho pensando em como ajudar, na época doávamos fraldas descartáveis, material de higiene pessoal, roupas e alguns remédios. Mas queríamos uma coisa de maior peso. Foi quando começou aquela ideia de humanização. Adotamos isso como nosso lema”, relembra Maria.



O trabalho deu certo e a Associação ganhou espaço. “Fomos abraçando tudo aquilo que ajudava a melhorar a condição dos pacientes, ganhamos uma salinha”. Os projetos também foram crescendo. Além da doação de materiais de primeira necessidade, o SAHABF criou iniciativas com foco mais amplo, como o “Posso Ajudar” e a “Casa Materna”.

“O Posso Ajudar tem um trabalho de amenização, principalmente. É uma parceria com os funcionários do hospital, não é independente. Nossa função é acalmar, conversar, ajudar no deslocamento para tirar um raio X, colher sangue, é uma ação social dentro do hospital”, explica.

A Casa Materna foi inaugurada em 2008 e hoje tem 16 leitos para acolher as mães sem condições financeiras que vêm ganhar os bebês no Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha. “Recebemos mães carentes até da Bahia. Além do quartinho, oferecemos refeição noturna e café da manhã para mãezinhas que estão com filhos internados nos leitos intensivos, até mesmo quando a Sesa compra leitos de Utin em hospitais particulares. É terrível quando a mãe tem que voltar para o município de origem e o filho está internado”, confessa a Maria Vitória.

Além de abrigo, o SAHABF também entrega enxovais completos para mães carentes. O kit conta com 26 peças de roupinhas para o bebê e também uma bolsinha com produtos de higiene pessoal para a mãe. Antes de receber os itens, o serviço social do Himaba faz uma triagem para avaliar a situação social da família. Se for o caso, tudo é entregue no momento da alta hospitalar.



Foi o caso de Amanda Cristina Loiola, 23 anos, que mora em Vila Velha, mãe do recém-nascido Paulo Henrique. Desempregada, ela recebeu um kit enxoval completo por se enquadrar na situação de uma mãe com baixa condição financeira. “Comprei poucas roupas para o bebê com o dinheiro que tinha, esse enxoval vai me ajudar bastante. Meu esposo estava desempregado e entrou há 15 dias no serviço”, disse sorridente, ao receber o kit.

Capelania

A Capelania é um serviço de voluntariado que hoje atua em diversos hospitais públicos, como os Hospitais Estaduais São Lucas, Dório Silva, Infantil de Vitória, Infantil e Maternidade de Vila Velha, e até mesmo na Santa Casa de Vitória - filantrópica. Com o decorrer do tempo, o objetivo inicial da iniciativa, que era suprir as necessidades espirituais de pacientes e acompanhantes independentemente da religião, foi ampliada, e hoje se desdobra em vários projetos.

Segundo a coordenadora da Capelania, Chrystine Pereira Viana, a atuação dos voluntários varia de acordo com os hospitais. “Prioritariamente realizamos visita leito a leito, quando há contato direto com pacientes e familiares, e é feita oração e conversa para confortar. A partir deste contato, surgem novas demandas”, salienta.



No Hospital Estadual Infantil de Vitória, em Santa Lúcia, das visitas leito a leito surgiram iniciativas como a Oficina de Artesanato, voltada para as mães das crianças internadas, e o Projeto Pão da Vida, que fornece lanche aos pacientes que aguardam por consulta – muitos deles são de baixa renda e dependem de transporte municipal para serem atendidos em Vitória. Vale destacar que a alimentação é providenciada pelo Hospital em casos de internação.

Há ainda o Projeto Música, que começou neste ano. Os músicos percorrem os corredores do Hospital com seus instrumentos, mudando um pouco a rotina do local, promovendo a musicoterapia. Além dele, o Projeto Contação de Histórias vai de setor em setor para contar estórias infantis. “Esses projetos conseguem trazer o sorriso no rosto de uma criança que às vezes está há uma semana sem rir”, diz Chrystine.

Ela lembra que a atuação do voluntariado está de acordo com toda a dinâmica de funcionamento do Hospital. “A Capelania é um serviço complementar, não está à parte”, ressalta. Antes de ingressar, o voluntário deve cumprir alguns requisitos, como ser vinculado a alguma religião, e passar por capacitação. “O Hospital é um ambiente diferenciado, o voluntariado não pode ser feito de qualquer forma”, conta.

“Se pudéssemos resumir a atuação da Capelania em um nome, seria amor. Queremos mudar aquela visão tradicional do Hospital, que é marcada por sentimentos como culpa, ansiedade, desânimo e solidão”, conclui a coordenadora. Hoje, cerca de 100 voluntários da Capelania desenvolvem trabalhos no Hospital Estadual Infantil de Vitória.



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