25/04/2011 05h46 - Atualizado em 23/09/2015 13h30

Doença silenciosa: hipertensão pode atingir mais de 390 mil capixabas

Até o final de 2010, o Espírito Santo tinha 266.323 portadores de hipertensão arterial atendidos no sistema público de saúde. Entretanto, o número pode chegar a 397.814 se for considerado que 35% da população acima de 40 anos tem a doença, mas não apresenta sintomas. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aproveita o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, 26 de abril, para lembrar que a prevenção é a melhor forma de controle.

Quando os sintomas começam a aparecer, já é um sinal de complicações provocadas pela hipertensão, alerta o cardiologista da Sesa, Werther Clay Rosa. Os sinais mais comuns são: dor de cabeça, tonteira, falta de ar, turvamento da visão e mal estar em geral. “Se não for tratada, pode provocar diversas doenças graves, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), que constituem a principal causa de mortes no Brasil”, enfatiza.

De acordo com ele, as mulheres representam 66% do total de hipertensos tratados no Estado. No entanto, o dado não indica necessariamente que a população masculina adoeça menos, mas pode revelar que os homens negligenciam o diagnóstico e o tratamento da doença.

Considerada uma enfermidade silenciosa e assintomática na maior parte do tempo, é preciso aferir a pressão arterial regularmente. “Quem tem pressão normal deve aferir uma vez por ano, pelo menos. Já as pessoas com hipertensão devem aferir a cada dois meses, até o controle da pressão”, orienta o médico.

Casos graves

As complicações provocadas pela hipertensão arterial causaram em 2010 a internação de mais 2,3 mil capixabas, sendo 35% destes pacientes vítimas de AVC. Para prevenir a hipertensão e evitar suas complicações, o cardiologista recomenda algumas atitudes que implicam modificações de estilo de vida.

Praticar exercícios físicos regularmente, manter uma dieta saudável e com pouco sal, evitar obesidade, abandonar o tabagismo, não consumir bebidas alcoólicas em excesso e lidar com o estresse emocional são algumas medidas preventivas.

Essas atitudes devem ser observadas principalmente por pessoas com histórico familiar de hipertensão arterial ou por quem já apresenta sintomas. As medidas valem, inclusive, para jovens já que o aparecimento da doença está cada vez mais precoce. “Jovens geneticamente predispostos devem ficar atentos e, caso a pressão atinja a máxima de 14 ou mais, devem procurar um médico para acompanhamento”, orienta.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes hipertensos são feitos nas unidades de saúde dos municípios como parte da Estratégia Saúde da Família.

Abandono

Outro alerta importante feito pelo cardiologista da Sesa diz respeito ao alto índice de abandono do tratamento prescrito. "Portadores de hipertensão precisam de acompanhamento médico constante e o uso contínuo de medicação é obrigatório”, ressalta, completando que o tratamento precisa de ajustes porque o organismo muda com o tempo. Ele lembra ainda que existem bons medicamentos de dose única diária que facilitam a continuidade do tratamento.

Saiba mais

Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial ocorre quando a pressão que o sangue faz na parede das artérias para circular é muito forte. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, a pessoa é considerada hipertensa quando a pressão é igual ou superior a 14 por 9. A recomendação da Sesa é que as pessoas procurem aferir a pressão regularmente e o ideal é que esteja dentro da média de 12 por 8.

Como evitar complicações

- Manter uma dieta balanceada e com pouco sal;
- Adotar um estilo de vida saudável, praticando exercícios físicos regularmente;
- Evitar a obesidade e tentar controlar o estresse emocional;
- Abandonar o tabagismo e evitar bebidas alcoólicas em excesso;
- Manter o hábito de aferir a pressão (a média ideal é 12 por 8);
- Não abandonar o tratamento, caso seja hipertenso.

Internações por hipertensão

2010 – 2.364
2009 – 2.630
2008 – 2.819

Informações à Imprensa:
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Texto: Valesca de Monteiro
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