22/05/2012 09h31 - Atualizado em 23/09/2015 13h33

Rede Pública Estadual de Saúde ganha primeira unidade de tratamento de AVC agudo

A primeira Unidade de Tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC) da rede pública foi inaugurada nesta terça-feira (22) no Hospital Estadual Central (HEC) pelo governador Renato Casagrande. O novo serviço possibilitará um tratamento adequado para os pacientes com AVC, visando diminuir sequelas e complicações decorrentes da doença.

Casagrande visitou a unidade acompanhado do secretário de Estado da Saúde, Tadeu Marino, subsecretários Fábio Benezath e Geraldo Correa Queiroz, diretores geral, executivo e técnico do HEC, irmã Adelaide Scherdorn, Rubens Felix e Andréa Stefano Saliba, respectivamente, e do coordenador da unidade, o neurologista Carlos Alberto Magirius Peixoto.

“Este é um serviço que torna o hospital referência e é muito gratificante já ver os resultados obtidos. Estamos investindo significativamente na saúde pública capixaba, avançando na estruturação física e, ao mesmo tempo, criando espaços como essa unidade, especializada em salvar vidas e evitar complicações para pacientes vítimas de AVC. O processo contínuo de investimentos para atender bem à sociedade capixaba também passa pelo apoio aos municípios, na estruturação da atenção básica e vamos seguir trabalhando para fazer mais para quem mais precisa, em todas as regiões”, afirmou o governador.



Com 25 leitos, sendo 19 de enfermaria, dois semi-intensivos e quatro de alta dependência de cuidados, a unidade fará uma média de 150 internações mensais. O serviço contará com um total de 13 profissionais por plantão, incluindo Corpo Clínico e Enfermagem.

O secretário de Estado da Saúde, Tadeu Marino, destacou que a unidade significa um avanço na qualidade da prestação de serviços para pacientes com AVC agudo no Espírito Santo. “Este serviço possibilitará que pacientes aqui atendidos se recuperem plenamente, sem sequelas ou complicações. Este é mais um investimento que o Governo está fazendo na reestruturação da saúde. Até o final do ano, vamos colocar em funcionamento um novo hospital na Serra e, em 2013, inaugurar a primeira etapa da reforma do São Lucas”, disse Marino.

Primeiro atendimento

Durante a inauguração da unidade, governador e o secretário visitaram a primeira paciente atendida pelo novo serviço. A aposentada Leia Lidia Erlacher Castro, 49, passou mal na última quarta-feira (16), enquanto fazia o almoço em sua casa em São Torquato, Vila Velha, com sintomas como dificuldade de falar e paralisação do lado direito do corpo.

Por volta das 11h40min, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) foi acionado por seu filho e iniciou o atendimento pré-hospitalar ainda na residência. Após constatar que poderia se tratar de um AVC Agudo, a equipe entrou em contato com o coordenador da Unidade no HEC, Carlos Alberto Magirius Peixoto, e deslocou a paciente até o Hospital Central, onde deu entrada às 12h40min.



Depois de ser avaliada pela equipe médica do Hospital, a paciente foi submetida à Trombólise Venosa, processo pelo qual são injetados medicamentos na veia com o objetivo de dissolver o coágulo da corrente sanguínea. Após a administração dos medicamentos e, em aproximadamente 15 minutos, a paciente já começou a retomar os movimentos e, em seguida, a fala.

“Se o paciente é diagnosticado e consegue receber o tratamento de quatro a seis horas do início dos sintomas, a possibilidade de desfazer esse coágulo e evitar as sequelas permanentes é muito maior, por isso esse tratamento de urgência é importante”, afirma o médico.

Recuperada, Leia deverá receber alta ainda nesta terça-feira (22), antes de seu aniversário de 50 anos, que será comemorado na sexta-feira (25). “Graças a Deus fui muito bem atendida e agora estou bem”, afirmou a aposentada.



Fluxo

O Hospital Central, gerenciado pela Associação Congregação Santa Catarina, funciona como retaguarda para os demais hospitais da rede estadual, o que faz com que os atendimentos sejam gerenciados pela Central de Regulação do Estado.

O encaminhamento dos pacientes com suspeita de AVC para o Hospital Estadual Central será feito pelo Samu 192 ou pela Central de Regulação. Os hospitais São Lucas e Dório Silva continuarão fazendo o primeiro atendimento dos pacientes de demanda espontânea e, caso seja confirmado o diagnóstico, serão transferidos para o Hospital Central.

Durante os atendimentos do Samu 192, caso a equipe suspeite que se trata de um AVC, será realizado contato com o neurologista do HEC e o paciente será removido ao Hospital para avaliação imediata.

AVC

Popularmente conhecido como derrame, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) caracteriza-se pelo surgimento de um déficit neurológico súbito causado por um problema nos vasos sanguíneos no cérebro. O AVC pode ser isquêmico – quando há obstrução ou redução brusca do fluxo de sangue na artéria cerebral – ou hemorrágico – causado pelo rompimento de um vaso sanguíneo, gerando extravasamento do sangue para o cérebro.

O sucesso no tratamento está ligado ao tempo de atendimento. Portanto, afirma o neurologista do Hospital Estadual Central, Carlos Alberto Peixoto, é importante reconhecer os sinais de alerta. “A cada minuto que passa quando ocorre o AVC há perda de neurônios”, esclarece.

Por isso, ele alerta para o aparecimento repentino de sintomas como: fraqueza ou formigamento de um lado do corpo, braço ou perna, ou na metade da face; confusão ou alteração na fala ou compreensão; alteração na visão, de um ou ambos os olhos; falta de equilíbrio e coordenação motora além de dor de cabeça súbita intensa sem causa aparente.



Quando isso acontece, a orientação é levar o paciente imediatamente para o hospital ou ligar para o Samu 192. “Até 4h30min após o começo dos sinais, pode-se usar um medicamento para dissolver o coágulo (no caso do AVC isquêmico, mais comum). Por isso é importante anotar a hora do surgimento dos sintomas. Se a intervenção for rápida pode até reverter totalmente o quadro, sem deixar sequelas”, explica o médico.

De acordo com o neurologista, as principais causas de AVC são fatores de risco como: hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, doenças do coração, sedentarismo e aumento das taxas de colesterol e triglicerídeos.
“A prevenção pode ser feita a partir da adoção de alguns cuidados, como controlar rigorosamente a pressão arterial, passar por avaliação cardiológica, parar de fumar, procurar saber se tem diabetes, realizar atividade física e promover uma dieta pobre em colesterol, bem como evitar consumo de álcool em excesso e não fazer uso de drogas”, detalha o especialista.

As chances de desenvolver um AVC aumentam com o avanço da idade, acometendo, em sua maioria, homens, principalmente a partir dos 50 anos de idade que apresentam os fatores de risco mencionados. Em média, 2.700 pacientes são internados por ano nos leitos do sistema de saúde público do Espírito Santo desde 2008.

O Hospital Central Dr. Benício Tavares Pereira possui 100% de atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) nas especialidades de Clínica Médica, Vascular, Ortopedia, Neuroclínica e Neurocirurgia. O Hospital conta com 137 leitos distribuídos em enfermarias e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de cinco salas cirúrgicas.

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