O Observatório de Tuberculose no Espírito Santo (Observa TB) discutiu a intersetorialidade entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no tratamento da tuberculose. O evento aconteceu na segunda-feira (04) e na terça-feira (05), na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

O Observa TB é desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), em parceria com o Laboratório de Epidemiologia da Universidade Federal do Espírito Santo (LabEPI/Ufes). 

O secretário de Estado da Saúde, Miguel Duarte, destacou que o Brasil teve mais de 80 mil casos da doença no ano passado e no Estado foram cerca de 1,7 mil. “A tuberculose pode ser erradicada, mas ainda estamos convivendo com essa doença. É preciso criar um plano de redução anual dos casos”, disse. 

“O Espírito Santo é um exemplo na intersetorialidade e parabenizo o Estado pela iniciativa de promover este evento. A tuberculose é uma doença socialmente determinada e é preciso trabalhar em conjunto para fazer diferença para a população, combatendo às vulnerabilidades sociais”, destacou a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn, durante a abertura do evento. 

Ainda na mesa de abertura, o diretor do ICEPi, Fabiano Ribeiro, explicou que a integração entre saúde e social é fundamental para o desenvolvimento da gestão do cuidado no SUS. “Nós conseguimos avançar e vamos avançar ainda mais na expectativa de vida da população brasileira se tivermos eventos como esse, que envolvem a universidade, secretarias de governo e demais instituições”, pontuou. 

O evento contou também com a presença da secretária de Estado de Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social, Cyntia Figueira Grillo; do subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso; além de representantes dos municípios. 

Observa TB

Na primeira palestra do evento, a coordenadora do Observa TB detalhou ações do projeto, como o diagnóstico situacional da tuberculose no Espírito Santo e uma pesquisa com gestores e profissionais de saúde. O Observatório integra o Programa de Qualificação das Redes de Vigilância em Saúde (PQRVS).

“O Observa TB também está desenvolvendo um estudo em que, por meio da análise de dados, poderemos prever as características dos pacientes que têm mais riscos de interromper o tratamento. Outra ação é o curso de capacitação em Intersetorialidade do SUS e do SUAS no tratamento da doença, que iniciou as atividades nessa segunda”, explicou a coordenadora do Observa TB, Carolina Sales.

O curso tem carga horária de 120 horas e duração até julho. São 52 alunos, entre profissionais do SUS e do SUAS, que desenvolverão projetos de intervenção. A aula inaugural contou com a participação das gerentes de Ensino, Carolina Perez, e de Inovação do ICEPi, Isabela Oliveira, que ressaltaram os componentes de inovação, ensino e pesquisa presentes no desenvolvimento da formação, que visam a contribuir na elaboração das políticas públicas de enfrentamento à doença.

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