16/08/2007 07h34 - Atualizado em 23/09/2015 09h54

Cuidadores de Idosos recebem diploma após três meses de curso

Os 14 alunos que participaram do 1º Curso de Cuidadores de Idosos, receberam, na tarde desta quarta-feira (15), o certificado da capacitação realizada em Vitória. O curso começou em abril e teve 120 horas de carga horária.

O curso foi realizado em parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-ES) e capacitou servidores de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPS) de todo o Estado, representantes municipais do Programa Saúde do Idoso e técnicos municipais das áreas de vigilância sanitária.

A cerimônia aconteceu às 14h30 no Senac, em Bento Ferreira, Vitória. O curso abordou temas como primeiros socorros, nutrição, políticas públicas voltadas para o idoso, atenção especial aos idosos e orientações à saúde do cuidador. Também foram feitas visitas a duas instituições para troca de experiências.

Cuidadores são aquelas pessoas que trabalham com os idosos e têm a função de auxiliar e ou realizar a atenção adequada às pessoas idosas que apresentam limitações para as atividades básicas e instrumentais da vida diária, estimulando a independência e respeitando a autonomia destas pode ou não ter vínculo familiar.

Existem dois tipos de cuidadores: o formal e o informal. O cuidador formal é um profissional preparado em uma instituição de ensino para prestar cuidados no domicílio, segundo as necessidades específicas do cliente. O cuidador informal, no entanto, é um membro da família ou da comunidade, que presta atendimento de forma parcial ou integral aos idosos com déficit de autocuidador.

O 2º Curso de Cuidadores está em andamento e tem duração de três meses com a participação de seis instituições asilares do município de Vila Velha, além de Baixo Guandu, Viana e Afonso Cláudio. Em setembro, outras duas turmas serão abertas em Cachoeiro de Itapemirim e Colatina.

Sandra Regina Vieira de Souza, coordenadora Estadual da Saúde do Idoso, participou da cerimônia e destacou o esforço dos alunos na conclusão do curso, uma vez que alguns são de outros municípios. “Esta turma representa vários municípios e o objetivo é que se tornem multiplicadores em suas instituições. Entretanto, continuaremos formando novas turmas. O sacrifício deles foi grande porque quiseram se aperfeiçoar no assunto e não mediram esforços”.

Marli Diniz Corrêa, assistente social do abrigo Lar Pouso da Esperança, localizado em Laranjeiras, município de Serra, trabalha há três anos com idosos e era uma das alunas mais animadas. “O curso foi importante e agora sou uma multiplicadora. As aulas me deram bagagem porque aprendi coisas simples do dia-a-dia e que na prática não sabia como fazer. Um dos exemplos é a noção dos primeiros socorros que irá me ajudar no atendimento. Outro exemplo é a noção de fisioterapia, pois mostrou os cuidados que devemos ter com os idosos, sem, no entanto, esquecermos de nos cuidar”.

Um dos homens do curso, Elcir Pinto dos Santos, que há 12 anos trabalha na Sociedade de Assistência à Velhice Desamparada, em Vitória, afirmou que os ensinamentos do curso vão aprimorar seu trabalho. “Foi muito rico porque, muitas coisas eu aprimorei e outras foram novidades para mim e servirão no meu cotidiano. Os cuidados para o atendimento dos idosos também servem para dentro de casa, junto às nossas famílias. O asilo para mim é uma faculdade e cada dia é um aprendizado. Tenho prazer no que faço. São histórias reais”.

Rosângela de Jesus, supervisora pedagógica do Senac, destacou a parceria das duas instituições na formação de profissionais. “Nossa missão é formar para o mercado de trabalho e a responsabilidade social. Nesta parceria cumprimos os dois papéis. Por isso, este trabalho em conjunto é importante para o crescimento pessoal e profissional dos alunos. Um dos problemas de nosso Estado é que quando o mercado de trabalho precisa de mão-de-obra especializada não encontra ninguém capacitado. Hoje não temos uma escola que forme pessoas no cuidado de idosos. No caso desta turma Sesa/Senac, isso é importante porque saímos na frente e é uma turma pioneira”, finalizou Regina de Jesus.

Uma das alunas que não mediu esforços para participar do curso foi Junia Hollunder, que mora em Marechal Floriano e há quatro anos trabalha no asilo Sou feliz, no mesmo município. “O curso me interessou porque ajuda e aperfeiçoa o atendimento. Não devemos ver o idoso como coitado, mas sim como um ser humano que atingiu o máximo da idade. Eu comecei a trabalhar porque minha sogra trabalhava no ramo. O fato de ter 25 anos de idade causa espanto em muita gente que estranha quando digo que trabalho com idosos”.

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