05/10/2007 07h51 - Atualizado em 23/09/2015 10h01

Dia Nacional do Doador de Medula Óssea é comemorado neste sábado (06)

Neste sábado (06) será comemorado do Dia Nacional do Doador Voluntário de Medula Óssea. A data marca o primeiro transplante não aparentado realizado no País com um doador cadastrado no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), sob a responsabilidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

No Espírito Santo, o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), que é mantido pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), oferece à população, desde 2002, o serviço de cadastramento de doadores voluntários de medula óssea. Existem atualmente 24.850 pessoas cadastradas no serviço. No entanto, como a chance de encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em cem mil, quanto mais doadores se disponibilizarem, maiores serão as chances de salvar uma vida.

A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ’tutano’. É nela que são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.

Algumas pessoas, no entanto, sofrem de problemas que atingem diretamente a medula óssea, ou a produção anormal das células do sangue. Entre estas doenças, uma das mais graves é a leucemia, um tipo de câncer que afeta o sangue, mais precisamente os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo humano. A anemia aplástica grave, o mieloma múltiplo e os linfomas também são exemplos de outras enfermidades que atingem a medula óssea.

Quando uma pessoa é diagnosticada com alguma das doenças citadas, a cura pode estar no transplante de medula óssea. Neste caso, há duas formas de se proceder. A primeira é procurar uma medula óssea compatível entre os familiares. Caso isso não dê resultado, a segunda opção é recorrer ao banco de dados deste tecido. É neste ponto que entra a importância dos doadores.

Orientação

Segundo o coordenador do Hemoes, Euclides Có, de 2005 até este ano, o número de doações realizadas no centro aumentou significativamente. No entanto, ele lembra que quanto mais pessoas doarem, melhor, pois não há um número limite de doadores. Ele ressalta que o ato de doar é extremamente importante, pois crianças e adultos que foram transplantadas, hoje vivem normalmente.

Na mesma linha pensa a assistente social da instituição, Roselene Souza. “Apesar de o Estado contar com 23 mil pessoas possíveis doadores, esse número pode ser bem maior. Para isso é importante fazer a divulgação deste serviço, já que muitas pessoas desconhecem como ele é realizado”, diz.

Ela afirma que o Hemoes orienta as pessoas que vão ao estabelecimento doar sangue. Entretanto, a divulgação pode ser bem maior. Para isso, o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo se disponibiliza a fazer campanhas de divulgação em conjunto com empresas ou órgãos que estejam interessados no serviço. “O número de doadores aumenta bastante quando são feitas campanhas de divulgação”, explica Roselene.

As instituições que se interessarem em realizar este tipo de trabalho conjunto podem entrar em contato com o Hemoes, que se dispõe a fazer uma visita ao local para orientar as pessoas.

No âmbito nacional, segundo estatísticas do Inca, de outubro de 1984 até maio de 2007, um total de 1.146 pacientes foram beneficiados pelo transplante. Neste ano, 37 pessoas já foram submetidas ao procedimento.

Atualmente, o registro chega à marca de 70% dos doadores encontrados. Em outubro de 2006, o número de doadores que se cadastraram no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (Redome) chegou a 300 mil.

Como funciona a doação

Quem deseja ser doador deve procurar um centro de hemoterapia/hematologia que disponibilize o serviço de cadastramento de medula. A pessoa preencherá um cadastro em que fornecerá dados pessoais e uma autorização para coleta de 10 ml de sangue, que é enviado a um exame de histocompatibilidade (HLA). Após o resultado, as informações são enviadas ao Redome, onde é feito o cruzamento de informações entre paciente e doadores.

Se a amostra da medula for compatível com algum paciente, mais testes sangüíneos de alta resolução são feitos para se ter certeza da amostra. Uma vez confirmada a compatibilidade, a pessoa será consultada para prosseguir ou não com o processo de doação.

Caso o doador deseje prosseguir, a equipe responsável pelo transplante entra em contato para providenciar os demais procedimentos. Na maioria das vezes, a pessoa é encaminhada para o local do transplante juntamente com o paciente e a medula é extraída e repassada ao enfermo. Há casos em que a medula é proveniente de um lugar distante (como outros países, por exemplo). Neste caso, que é mais raro, os bancos de dados dos países são cruzados entre si.

Coleta da medula óssea

A coleta é feita de dois modos. Um deles é doar a medula em si, ocasião em que é feita uma punção direta do líquido. O procedimento dura em média quarenta minutos e a pessoa fica em observação por um dia. O único risco que o doador sofre é o de se submeter a uma anestesia.

No outro método de coleta, a pessoa recebe um medicamento durante cinco dias para que a produção de células-mãe seja aumentada. Neste período, essas células migram da medula para as veias, onde são colhidas. Este processo dura quatro horas.

De acordo com Roselene Souza, muitas pessoas não doam porque confundem medula óssea com a medula espinhal. Entretanto, esta faz parte do tecido nervoso e é encontrada no interior da coluna vertebral. Ela tem a função de transmitir impulsos nervosos provenientes do cérebro para o corpo inteiro. Portanto, quando se fala em transplante de medula, fala-se em medula óssea e não espinhal.

Para ser um doador, basta ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. Não é preciso ter peso (como na doação de sangue) e as pessoas com antecedentes de doenças infecciosas não são excluídas na doação. São descartados apenas os pacientes com doenças oncológicas.

Onde se cadastrar

No mês de outubro, a Unidade Móvel de Coleta de Sangue do Hemoes estará nos seguintes locais:

05/10 – Venda Nova do Imigrante
11/10 – Confas, Guarapari
12/10 – Consas, Guarapari
16/10 – Faculdade Estácio de Sá, Vitória
17/10 – Faculdade Estácio de Sá, Vitória
20/10 – Fabavi, Vitória
22, 23 e 24/10 – CST
27/10 – Garoto, Vila Velha

Quem não puder ir até os locais acima, pode procurar as unidades de coletas:

Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes)
Tel. (27) 3137-2438 e 3137-2444
hemoes@saude.es.gov.br

Unidade de Coleta à Distância da Serra
Tel. (27) 3338-7694 e 3338-7699

Núcleo de Hemoterapia de Linhares
(27) 3171-4361

Hemocentro Regional de Colatina
(27) 3177-7932

Hemocentro Regional de São Mateus
(27) 3767-4235

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Daniele Bolonha
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Texto: Lorena Fraga e Marcos Bonn
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