21/01/2005 17h11 - Atualizado em 23/09/2015 09h32

Veja aqui a íntegra da entrevista coletiva sobre o surto controlado de Malária

Pergunta: Já existe informação de como a malária teria chegado no Espírito Santo e atingido esses moradores de Vila Valério e também de outros municípios do Norte do Espírito Santo?

Secretário: No Estado, nós temos a presença do mosquito e no passado, tivemos a transmissão natural da doença. A doença chegou ao Estado através de uma pessoa que veio de Rondônia para Vila Valério. Ela estava com a doença e como nós temos o mosquito, que é o vetor, essa doença foi transmitida a outras pessoas no total de 28 registros.

O primeiro caso foi identificado em outubro. Os outros surgiram na sequência. Todas as 28 pessoas foram tratadas. Além disso, foi feito o combate ao mosquito vetor, já que também houve um contágio com pessoas em outros municípios.

Foram feitas buscas caso a caso, busca ativa para a identificação de novos casos e todos os exames foram analisados em um laboratório que foi implantado no município pelo Lacen, para fazer a pesquisa da presença da doença no sangue dos suspeitos, para facilitar o diagnóstico.

Tudo o que precisou ser feito, foi feito, e nós não só tratamos os doentes, mas, como também, interrompemos o ciclo de transmissão da doença.

Pergunta: Existe a preocupação de que novos casos apareçam não só no Norte, mas também na Grande Vitória?

Secretário: A preocupação sempre existe, já que tem uma linha natural de deslocamento de pessoas do Norte do Estado para o Norte do País e pessoas que estão no Norte do Brasil, que moravam aqui, e que porventura venham visitar seus parentes e conhecidos. Então, isso é uma vigilância constante que nós temos, como disse no início, nós temos a presença, em todo o território capixaba do Anopheles, que é o mosquito transmissor dessa doença.

Pergunta: A Secretaria pretende então enviar para os municípios um alerta?

Secretário: Isso já está sendo feito, aliás, já foi feito. Nós vamos reforçar esse trabalho para que todos fiquem atentos e prevenidos, pois os sintomas são inespecíficos. Mas, há de se pensar em malária, quando também se tem sintomas de uma doença viral comum, como febre, calafrios, vômitos, dor de cabeça, dor no corpo, febre intermitente, em determinado momento do dia a pessoa tem sudorese.

Nesse caso, tem de estar atento, porque pode ser um caso de malária. Mas, pela identificação feita em Vila Valério, a partir da busca ativa, este problema que aconteceu se resume aos 28 casos, mas é preciso ficar atento.

Pergunta: Este surto está controlado?

Secretário: Já está absolutamente controlado, resolvido, já que a identificação com a busca ativa foi feita em várias casas e, em alguns distritos, em algumas centenas de casas, exatamente buscando pessoas que poderiam ter esses sintomas.

Então está absolutamente controlado, mas não custa nada ficar atento e pensar no problema. Queremos garantir que em qualquer situação a pessoa possa se tratar e, além disso, garantir a permanência do combate ao vetor para diminuir a infestação do mosquito. Porque, se não tivermos o mosquito e nem tivermos um doente infectado, nós não teremos a infecção da doença.

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