29/09/2017 10h07 - Atualizado em 29/09/2017 10h24

Sesa coloca doença falciforme em evidência em treinamento nesta sexta (29)  

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) oferecerá capacitação sobre doença falciforme para médicos e enfermeiros da rede municipal da Grande Vitória nesta sexta-feira (29). O treinamento, organizado pelo Hemoes, abordará seis temas: Entendendo a Doença Falciforme, Atendimento Ambulatorial em Adultos, Aspectos Sociais da Doença Falciforme e Traço Falciforme, Triagem Neonatal e Notificação Compulsória, Atendimento nas Intercorrências em Adultos e Atendimento Ambulatorial e Intercorrências em Crianças.

A doença falciforme provoca deformação das hemácias, que assumem forma de foices, causando deficiência do transporte de oxigênio para os tecidos, obstrução de vasos sanguíneos, crises de dor e queda de imunidade, dificultando o portador de realizar atividades do dia a dia. É uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil, de elevada mortalidade, principalmente nos primeiros anos de vida, o que exige identificação e tratamento precoces, que apesar de aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida, não possibilitam a cura. A doença é mais comum na população negra e, no Espírito Santo, a incidência é de 1 a cada 1.800 nascidos vivos.

Segundo a médica hematologista Sibia Soraya Marcondes, do Hemoes, o Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme existe em todo o país e preconiza um atendimento compartilhado, que vai desde a atenção primária até a atenção de média complexidade e a atenção de alta complexidade. “Dentro desse sistema de atenção compartilhada, o Hemoes oferece atendimento, mas também tem responsabilidade na capacitação. E nosso intuito é melhorar a assistência aos pacientes com doença falciforme, que envolve também o atendimento proporcionado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (Upas e PAs)”, explicou.

De acordo com a hematologista, a doença falciforme é uma doença genética que pode se manifestar muito grave, e o tratamento possibilita evitar ou minimizar algumas das complicações que invariavelmente vão acontecer, ainda que o paciente tenha um quadro menos grave. “O diagnóstico precoce tanto da doença quanto das complicações é fundamental. E nem sempre o paciente vai estar no Hemoes. Ele pode estar numa Unidade Básica de Saúde, num PA. Por isso é importante o médico generalista saber lidar com a doença até que o paciente seja encaminhado para um serviço especializado. Essa capacitação tem como objetivo melhorar a base técnica dessas equipes”, comentou Sibia Marcondes.

 

Diagnóstico

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece os exames necessários para diagnóstico da doença falciforme, e o primeiro exame é chamado de teste do pezinho. Ele é feito nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios e deve ser realizado preferencialmente entre o segundo e o quinto dia de vida da criança.

A coordenadora do Programa Estadual de Triagem Neonatal, Maria de Fátima Caretta Martins, explica que a amostra de sangue coletada no pezinho do bebê é enviada para exame laboratorial na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Vitória, órgão credenciado no Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal no Espírito Santo.

Ela ressalta que é muito importante os pais levarem o filho à UBS para fazer o teste no período recomendado, e que os dados informados por eles estejam atualizados, já que, se o resultado der alterado, a criança precisará ser localizada rapidamente para a realização do exame confirmatório, chamado eletroforese de hemoglobina. Segundo Fátima Caretta, é necessário fechar o diagnóstico porque, caso a criança tenha a doença, ela precisa iniciar o tratamento precocemente para ter mais qualidade de vida.

No Estado, pacientes que sofrem com anemia falciforme (entre outras doenças hematológicas) recebem acompanhamento do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam) e do Hospital Estadual Infantil de Vitória, para atendimentos pediátricos, e do Hemoes a partir da maioridade. Os pacientes têm atendimento multidisciplinar especializado, incluindo médicos, dentistas, psicólogos e assistentes sociais, farmácia para distribuição de medicamentos específicos, transfusão de sangue e orientação.

De acordo com a coordenadora do Programa de Triagem Neonatal, hoje em dia, a eletroforese de hemoglobina também é ofertada no SUS para todas as gestantes. “O fato de a pessoa ter pele branca não significa que ela não possa ter a doença, pois devemos considerar que nossa população é miscigenada. O teste vai identificar se a mãe tem a doença. Se tiver, ela passa a ser tratada como gestante de alto risco. Trata-se de uma doença genética com diferentes possibilidades de arranjos. Assim, ainda que a mãe não tenha a doença, mas tenha o traço falciforme, seus filhos poderão ter a doença caso o pai da criança seja portador do traço falciforme ou de doença falciforme”, detalhou Fátima Caretta.

 

Guerreiras Falciformes

Nesta sexta-feira (29), o Hemoes também fará o lançamento do projeto social União Falciforme. O projeto reúne pacientes mulheres que fazem tratamento no hemocentro. Elas se autodenominam Guerreiras Falciformes, devido à garra que precisam ter para lidar com a doença.

Segundo a assistente social Sandra Regina Vieira de Sousa, do Hemoes, as pacientes se reúnem semanalmente para discutir os problemas em comum e compartilhar as vivências, o que acabou gerando um grupo de confecção de trabalhos manuais.

 

 

Serviço:

Capacitação em Doença Falciforme para Rede Básica de Saúde da Grande Vitória

Data: 29 de setembro (sexta-feira)

Local: Auditório Manoel Vereza de Oliveira (CCJE) – Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)

 

 

 

Informações à Imprensa

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde

E-mail: asscom@saude.es.gov.br

Tels.: (27) 3347-5642/3347-5643

 

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard