21/06/2018 14h00 - Atualizado em 21/06/2018 14h31

Sesa se reúne com municípios que têm mais casos de sífilis congênita

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) se reuniu, nesta quinta-feira (21), com representantes dos municípios capixabas com maior número de casos de sífilis congênita. O objetivo do encontro foi reorientar as intervenções que vêm sendo feitas no estado e nos municípios como resposta ao crescente número de casos de sífilis congênita – sífilis transmitida da mãe para a criança na gestação ou no parto –registrado nos últimos anos no Espírito Santo.

“Temos um Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita, lançado em 2016, em que o ponto central é a melhoria do pré-natal. Além disso, é preciso fazer com que o casal se conscientize de que é necessário se tratar conjuntamente. Não adianta só a mulher fazer o tratamento, o homem também tem que se cuidar. O Plano de Enfrentamento é para os 78 municípios, mas hoje nós convidamos os nove onde estão concentrados 80,92% dos casos de sífilis congênita no estado. Estamos nos colocando à disposição para acompanhar de perto e auxiliar esses municípios no enfrentamento da doença”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira.

Participaram da reunião os municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana e Guarapari.  No encontro, ficou estabelecido que a Secretaria de Estado da Saúde fará visitas semanais a esses municípios com maior número de casos de sífilis congênita e se reunirá mensalmente com todos eles para monitorar e avaliar as ações de enfrentamento. O Espírito Santo possui a segunda maior taxa de incidência de sífilis adquirida no cenário nacional, com 85,2 casos para cada 100 mil habitantes. O estado ocupa, ainda, o terceiro lugar em incidência de sífilis em gestantes, com 19,3 grávidas diagnosticadas com sífilis para cada grupo de 1.000 nascidos vivos. E é o quarto em incidência de sífilis congênita, com taxa de 13,14 bebês com sífilis a cada 1.000 nascidos vivos.

Segundo o médico Ary Célio de Oliveira, referência técnica da Área Técnica de Saúde da Mulher da Sesa, a cobertura do pré-natal no Espírito Santo é baixa. Em 2017, somente 68% dos nascimentos registrados no estado tiveram sete ou mais consultas de pré-natal. Além disso, 60% das gestantes iniciaram o acompanhamento quando já tinham 12 semanas de gestação, ou seja, com três meses de gravidez. De acordo com o médico, o lema do combate à sífilis congênita é testar, tratar e curar. Ele explica que a recomendação é que o teste de sífilis em gestantes seja feito em três momentos: no primeiro trimestre da gestação, no terceiro trimestre e no parto. No Espírito Santo, porém, é realizado em média 1,46 teste por gestante.

“O futuro de uma criança com sífilis congênita fica comprometido. Muitas podem ter microcefalia, distúrbio audiovisual, distúrbio auditivo, sequelas para o resto da vida. É melhor tratar do que ter essas sequelas todas no futuro da pessoa. E para o sistema de saúde fica também o impacto financeiro. A testagem diagnóstica e o tratamento para o casal custa em média R$ 54,00 enquanto o custo de uma criança internada na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal por causa de sífilis congênita pode chegar a R$ 9 mil pelo menos”, detalhou Ary Célio.

O Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita tem como objetivo reduzir a taxa de incidência da doença, até o ano de 2019, para 0,5 caso a cada grupo de 1.000 nascidos vivos. Com essa taxa de incidência, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a sífilis congênita eliminada numa população.

 

 

 

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