22/12/2016 17h00 - Atualizado em 26/12/2016 11h25

Sonho realizado: bebê passa o Natal nos braços da mãe

O que parecia ser impossível se tornou realidade para a operadora de telemarketing Naiane Rosino. Grávida do seu terceiro filho, Naiane descobriu, no quinto mês de gestação, que o bebê tinha uma malformação congênita e que, segundo especialistas, a chance de viver seria mínima. A criança poderia não passar do sexto mês de gestação ou não sobreviveria ao parto. 

“Todos os diagnósticos eram muito ruins. Meu filho tão sonhado não resistiria, e se aguentasse nascer, ele morreria logo em seguida. O sofrimento foi tão grande, a dor da perda me consumia, mas, resolvi lutar, lutar pela vida do Davi Daniel”, contou a mamãe Naiane Rosino. 

Mãe de duas meninas, uma de três e outra de sete anos, Naiane se surpreendeu, pois realizaria o sonho de ter um menininho. Desde o primeiro dia da descoberta, os cuidados com a gravidez começaram e o pré-natal seguiu o fluxo normal. No quinto mês de gestação, Naiane realizou o ultrassom morfológico, capaz de avaliar o desenvolvimento do bebê nos mínimos detalhes. 

“Tudo correu bem, o ultrassom não mostrou nada, mas, alguns dias depois eu comecei a me sentir mal com muitas dores na barriga, por isso, resolvi procurar novamente o médico e fazer um novo exame. Nesse momento, o céu parecia desabar na minha cabeça, o médico disse que meu filho tinha hipoplasia pulmonar. Eu não sabia ao certo o que significava, mas coisa boa não era”, explicou Naiane Rosino. 

Naiane resolveu fazer um novo exame para comprovar o diagnóstico e o resultado foi ainda pior. A investigação mostrou que o bebê tinha uma malformação congênita, comprometendo o pulmão da criança. Um dos alertas era de que a mãe não poderia entrar em trabalho de parto, assim, a criança teria alguma chance de vida. A partir daí, a operadora de telemarketing buscou todas as informações possíveis sobre a doença e conseguiu, inclusive, descobrir um grupo de mães paulistas que estavam na mesma situação. 

“Fui convidada a entrar no grupo de whatsapp dessas mães de São Paulo que comentavam sobre diagnósticos e tratamentos dos filhos que tinham a mesma doença que o meu. A troca de experiência foi muito válida e me deixou mais forte para enfrentar os desafios que viriam”, lembrou a mãe. 

Com 38 semanas de gestação e sentindo muita falta de ar, Naiane procurou a Maternidade de Alto Risco do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. Na acolhida, ela já apresentou todos os exames e conversou com a equipe médica. Os profissionais discutiram o caso e resolveram agendar a cesárea para o dia 13 de dezembro de 2016, uma terça-feira. Na data marcada, uma equipe com mais de 10 profissionais estava no Centro Cirúrgico preparados para o procedimento. Obstetras, Anestesistas, Neonatologistas e Cirurgiões Pediátricos, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem, a postos para dar suporte a mãe e ao bebê que, logo após o nascimento, seria operado.

“Essa seria a única forma de assistirmos o bebê. Ele seria operado para que retirássemos parte do pulmão que estava destruído e, assim, garantir alguma chance de vida”, contou a cirurgião pediátrico do Hospital Dr. Jayme que acompanhou o caso, Luis Antônio Florindo. 

A chefe da equipe de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dr. Jayme, Claudia Saleme, com 36 anos de profissão, nunca havia operado essa doença especificamente. “Essa seria a primeira vez que operaria uma criança com diagnóstico de MAC, por isso, convidados um profissional externo para contribuir com o caso”, lembrou a médica. 

Para surpresa de todos, Davi Daniel chorou forte ao nascer. “O milagre aconteceu! Eu ouvi o choro do meu filho, ele estava vivo”, contou emocionada a mãe. Segundo Naiane, após o sucesso do trabalho da equipe do Hospital Dr. Jayme, uma mãe de São Paulo, integrante do grupo de Whatsapp, gostaria de vir ganhar o bebê também na instituição. A criança nasceu com 3.850 kg. Imediatamente foram realizados exames de imagem, Raio X, ultrassonografia e tomografia de tórax que mostraram que a cirurgia não precisaria ser feita com urgência. 

“O diferencial no caso do Davi Daniel foi, justamente, o trabalho em equipe. Tínhamos várias especialidades reunidas com o compromisso de salvar aquela vida e tudo funcionou nos mínimos detalhes. A experiência foi gratificante”, complementou Claudia Saleme. 

Medicina Fetal

A equipe de Cirurgia Pediátrica do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, conta com mais de 10 profissionais. São médicos comprometidos com a qualidade assistencial e, para o próximo ano, uma novidade. 

“Estamos nos reunindo para formar o grupo de Medicina Fetal Capixaba. Obstetras, Neonatologistas, Radiologistas e Cirurgiões Pediátricos preparados para cirurgias intra-útero. Vamos seguir o exemplo de São Paulo e garantir o melhor atendimento aos nossos pacientes no Estado”, revelou Claudia Saleme.

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação – Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves
Ravane Denadai
(27) 99274-5245
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Foto: Comunicação/HEJSN

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