O treinamento constante é uma das ferramentas que a Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO-ES) tem utilizado para aperfeiçoar o processo de doação de órgãos dentro dos hospitais. Para este ano, já estão programadas seis capacitações, que vão desde instruções teóricas sobre legislação até uma simulação realística sobre comunicação de más notícias.

Segundo a coordenadora da CNCDO-ES, Raquel Matiello, as capacitações são voltadas para profissionais de todos os hospitais do estado. O público-alvo são os membros das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs), mas também podem participar profissionais que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e em prontos-socorros, mesmo que não participem de CIHDOTTs.

Raquel ressalta que o processo de doação de órgãos é complexo e desafiador, pois envolve aspectos legais, técnicos e emocionais. Nesse contexto, segundo a coordenadora, os cursos de alinhamento e aperfeiçoamento são necessários para manter os profissionais sempre prontos para exercerem a função de captadores de órgãos dentro da ética e da legalidade.

Programação

Estão programadas as seguintes capacitações: em 21 de março, capacitação técnica e atualização da legislação sobre doação de córnea; 20 de junho, oficina de legislação em transplante e comunicação de más notícias; 05 de setembro, capacitação sobre a importância da doação e preparação para a campanha anual de doação de órgãos; 12 de dezembro, seminário sobre manutenção do potencial doador.

Essas capacitações vão acontecer no auditório do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, sempre das 13h às 16h, com exceção do seminário de setembro, que acontecerá das 9h às 12h.

Também estão programadas capacitações in loco para equipes específicas. Haverá treinamento sobre notificação de óbitos e doação de córnea para as equipes do Hospital Estadual Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha, no dia 24 de março, e Hospital Estadual São Lucas, em Vitória, no dia 27 de abril.

CHIDOTT

Quem organiza o processo de doação de órgãos dentro do hospital é a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Essa equipe, formada por profissionais de diferentes especialidades, acompanha o diagnóstico de morte encefálica, faz acolhimento e realiza a entrevista familiar para doação de órgãos.

“A CIHDOTT é responsável pela busca ativa dos pacientes em morte encefálica. São os membros da CIHDOTT que vão ao pronto-socorro e às UTIs verificar se há pacientes nessa condição. E, no processo de doação, eles vão estar junto com a equipe clínica para garantir que tudo ocorra dentro da legalidade e com segurança. A CIHDOTT é também a fiscalizadora do processo de doação dentro do hospital”, comenta Maria Machado, coordenadora estadual das CIHDOTTs.

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante é uma equipe multiprofissional nomeada pela direção técnica de cada hospital. Geralmente é formada por enfermeiro, médico, psicólogo ou assistente social, mas sua composição pode variar de instituição para instituição.

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