17/12/2018 15h54 - Atualizado em 17/12/2018 17h12

Hospital Roberto Silvares comemora resultados em projeto colaborativo

O Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares, localizado em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, reduziu para 0% a taxa de infecção do trato urinário associada ao uso de cateter vesical de demora e a taxa de infecção da corrente sanguínea associada ao uso de cateter venoso central em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O resultado foi alcançado a partir de ações implantadas na UTI desde janeiro de 2018, quando o hospital começou a participar do projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI).

“Esse é um projeto muito importante. Aproximadamente mil hospitais se candidataram para participar e 120 foram selecionados. Trabalhamos com uma metodologia nova, que nos permite verificar todas as possibilidades de erro antes de efetivamente implementar novas ações. É também um processo de conscientização da equipe. Essas melhorias não aumentam o quadro de pessoal nem exigem a utilização de novas tecnologias, além daquelas que já existem dentro de uma unidade de terapia intensiva. Elas promovem ganho para a segurança do paciente pela mudança do processo de trabalho e da atenção ao paciente”, explicou o diretor-geral do Hospital Roberto Silvares, Allan Jacqueson Barbosa Lobo.

De acordo com dados registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2016, o Hospital Estadual Roberto Silvares registrava 11,56 casos de infecção do trato urinário associado ao uso de cateter vesical de demora por 1.000 cateteres/dia na UTI, enquanto a média nacional era de 5,1; e 6,78 casos de infecção da corrente sanguínea por uso de cateter venoso central contra uma média nacional de 4,6 casos para cada 1.000 cateteres/dia.

Segundo a enfermeira Débora Oliveira Prates, que trabalha no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCHI) do Hospital Roberto Silvares e é líder do projeto de melhoria da segurança do paciente, a infecção do trato urinário e a infecção da corrente sanguínea são multifatoriais, mas a principal causa é o uso da sonda vesical de demora e do cateter venoso central, que são dispositivos invasivos.

A enfermeira explica que todo hospital tem registro de infecção, e não significa que os pacientes que adquirem infecção vão morrer. “É possível tratar uma infecção. Mas também é possível prevenir, e é nisso que estamos trabalhando. Estamos melhorando nossos processos para aumentar a segurança no tratamento dos nossos pacientes. Ao longo deste ano, conseguimos reduzir a ocorrência de infecção, e nos meses de outubro e novembro não tivemos nenhum registro”, comentou a líder do projeto.

Débora diz que a equipe do Roberto Silvares está usando a metodologia chamada ciência da melhoria, que utiliza a ferramenta PDSA, sigla que em português significa Planejar, Fazer, Estudar e Agir. O PDSA é usado para promover mudanças nos processos de trabalho e é aplicado, inicialmente, em pequena escala. “Nós temos um diagrama direcionador, tanto para corrente sanguínea quanto para trato urinário e para pneumonia associada à ventilação mecânica, e nós vamos realizando mudanças no processo de trabalho em pequena escala. Começamos com um paciente, depois ampliamos para cinco e assim por diante”, esclarece a enfermeira.

 

O Projeto

O projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil” é desenvolvido pelo Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O diretor-geral do Hospital Estadual Roberto Silvares, Allan Jacqueson Barbosa Lobo, e outros diretores de 119 hospitais brasileiros assinaram o Termo de Compromisso com o projeto em dezembro de 2017. O projeto tem como objetivo reduzir as infecções por cateter venoso central, cateter vesical de demora e ventilação mecânica nas UTIs em 50% no período de 36 meses. Visa também à humanização do atendimento através de ações envolvendo familiares e pacientes nos cuidados.

“Somos gratos a todos os colaboradores envolvidos nesse projeto pela dedicação e pelo engajamento, porque compreendemos que as melhorias só são possíveis através da construção coletiva, em que todos aprendem e todos ensinam”, disse a enfermeira Débora Oliveira Prates, líder do projeto no Hospital Roberto Silvares.

Proadi-SUS

O Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) é uma ação do Ministério da Saúde dirigida ao fortalecimento do SUS e conta com o apoio de hospitais de qualidade reconhecida, como Oswaldo Cruz, Albert Einstein, Sírio Libanês, Hospital do Coração (HCOr) e o Hospital Moinhos de Vento. Cada hospital de excelência apadrinha 20 hospitais participantes, e o Hospital Roberto Silvares está sob a tutela do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. No projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, o Ministério da Saúde também conta com a parceria do Institute for Healthcare Improvement (IHF).

 

 

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