13/04/2018 17h40 - Atualizado em 13/04/2018 17h41

Profissionais da saúde que atuam no sistema prisional são capacitados para identificar sífilis, hepatite B e HIV em detentos

Nesta sexta-feira (13), a Gerência de Regulação e Ordenação do Sistema de Saúde (GROSS), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), promoveu uma capacitação para atualização dos profissionais de saúde que atuam no sistema prisional do Estado, em realizar  testes rápidos de sífilis, hepatite B e HIV.

Profissionais de saúde, entre dentistas e enfermeiros, de 33 unidades prisionais do Espírito Santo, uma Unidade de Saúde do Sistema Penal (USSP), e um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), distribuídas em 13 municíp6ios, participem da capacitação. Atualmente a população carcerária masculina do Estado é de 19.400 pessoas incluindo adolescentes e adultos.

O curso foi ministrado pela médica ginecologista e obstetra Bettina Moulin, e pela cirurgiã dentista Liliana Barros, e teve como objetivo preparar os profissionais da saúde do sistema prisional para que auxiliem no processo de redução e erradicação de casos de sífilis congênita e adquirida, realizando os testes e também o tratamento, quando necessário. O evento também contou com a participação da equipe de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids da Sesa.

De acordo com a referência técnica da Saúde do Homem da Sesa, Lucimar Ventorin Hamsi, o grupo masculino foi escolhido para aplicação dos testes por haver uma grande quantidade de homens (adolescentes, jovens e adultos), em situação de privação de liberdade em um mesmo espaço, facilitando a realização dos testes. No entanto, ela disse que há previsão que os testes sejam também aplicados na população carcerária feminina.

A capacitação também visa preparar o profissional de saúde para acompanhar as parceiras e parceiros desses detentos e indicar tratamento em caso de diagnóstico positivo para essas doenças.

“Foram duas palestras, sendo uma a apresentação sobre a definição, características e tratamento dos tipos de sífilis (congênita e adquirida), ministrada pela médica ginecologista e obstetra Bettina Moulin. A outra apresentação foi com a cirurgiã dentista Liliana Barros, que falou sobre como diagnosticar a sífilis através de feridas bucais. O curso também orientou os profissionais sobre como realizar os testes rápidos em sífilis e hepatites, com aula prática”, destacou.

Ainda de acordo com Lucimar, levantamentos da saúde mostram que os coeficientes de mortalidade masculina estão consideravelmente maiores se comparados aos coeficientes de mortalidade feminina por essas doenças.

“Com essa capacitação, após identificados casos positivos para essas doenças, imediatamente serão iniciados os procedimentos para o tratamento daquele paciente”, disse.

 

Dados

No Espírito Santo, no período de 1985 a dezembro de 2016, foram notificados 13.215 casos de HIV/Aids. Destes, 8.664 casos do sexo masculino, o que representa 65,5% do total de casos, e 4.551 do sexo feminino (34,5%).

Em relação à sífilis adquirida, o número de casos notificados no Estado em 2016 foi de 3.494, representando um aumento de 138% em relação ao número de casos notificados em 2012, que foi de 1.469.

De acordo com os levantamentos, o Espírito Santo possui a segunda maior taxa de incidência de sífilis adquirida no Brasil, com 85,2 casos para cada 100.000 habitantes. No Estado, foram notificados 1.183 casos de gestantes com sífilis em 2016, representando um aumento de 63% em relação ao ano de 2013 (725 casos), e estas gestantes e seus parceiros se não tratados corretamente, transmitem a doença a seus recém-nascidos, elevando os casos de sífilis congênita.

Em relação à hepatite B, entre os anos de 1999 e 2016, foram notificados 212.031 casos confirmados de hepatite B no Brasil. Desses, a maioria está concentrada na região Sudeste (35,4%), seguida das regiões Sul (31,6%), Norte (14,2%), Nordeste (9,4%) e Centro-Oeste (9,3%).

No Espírito Santo, foram confirmados, de 1999 até 2016, um total de 7.157 casos.

 

Novembro Azul

Lucimar destacou ainda que em novembro, quando acontece a campanha “Novembro Azul”, mês para conscientização a respeito de doenças masculinas, haverá uma mobilização para alertar os homens para conhecerem mais sobre sua saúde, em diversas fases da vida e, se necessário, que possam buscar o Sistema Único de Saúde (SUS) não apenas quando adoecerem.

“Levantamentos da saúde mostram que os coeficientes de mortalidade masculina são consideravelmente maiores em relação aos coeficientes de mortalidade feminina ao longo das idades do ciclo de vida. Por isso em novembro vamos realizar o “Novembro Azul”, com várias ações em prol da saúde do homem”, finalizou.

 

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