Profissionais de saúde vão investigar mortes por tuberculose

Um processo de investigação dos óbitos ocorridos nos serviços de saúde de Vitória, será realizado nesta quarta (30) e quinta-feira (31), na capital. A ação faz parte do protocolo para implantação do óbito com menção de tuberculose nas causas de morte do Ministério da Saúde, e tem por objetivo a vigilância do óbito e identificar os pontos críticos do programa de controle da tuberculose e condições de acesso aos serviços de saúde. Ao mesmo tempo o Ministério da Saúde lança o Plano Brasil Livre de Tuberculose, e tem como meta reduzir o coeficiente de mortalidade por tuberculose a menos de um óbito por 100.000 habitantes até o ano de 2035.
O plano traça algumas estratégias para acabar com a doença no País e define indicadores prioritários que devem ser utilizados para o monitoramento das ações empregadas pelos estados e municípios.
Irão participar dos trabalhos profissionais da atenção básica municipal de Vitória, equipes da Vigilância Epidemiológica do município e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), e do Comitê de Óbitos ou de Mortalidade. Foram convidados os Núcleos de Vigilância Hospitalar, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), laboratórios, entre outros profissionais.
De acordo com a coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Sesa, Ana Paula Rodrigues Costa, o piloto do protocolo de óbito será realizado no Espírito Santo. Segundo ela, o Estado foi escolhido por conta da quantidade de óbitos por tuberculose registrados. Somente entre os anos de 2014 e 2016 foram 228 mortes por tuberculose no Espírito Santo.
“Vamos dividir o grupo em duas equipes. Uma irá levantar as informações na Unidade de Saúde de Maruípe e outro na Santa Casa de Vitória. Serão investigados um total de 10 mortes por tuberculose, sempre observando os casos de maior complexidade para detecção da doença. Queremos estudar o percurso terapêutico que o doente faz para, assim, modificar (melhorar o acesso) a forma de atendimento na atenção primária e agilizar o diagnóstico para reduzir o número de óbitos”, disse.
Ela explicou ainda que a tuberculose necessita ter um diagnóstico rápido e preciso, e que todas as pessoas que tiverem contato com o paciente também passem por uma investigação para se descobrir de onde partiu a contaminação e realizar um controle imediato para evitar a propagação da cadeia de transmissão da doença.
“A tuberculose é uma doença infectocontagiosa de transmissão aérea, por isso é fundamental realizar exames nos contatos (pessoas próximas) do paciente, tanto familiares como pessoas de convívio social como trabalho, escola e outros”, ressaltou.
Ainda de acordo com Ana Paula, os profissionais de saúde precisam realizar a busca ativa de casos, pois ela existe e mata. Segundo ela, a maioria das vítimas da tuberculose são pessoas de baixa renda e aquelas portadoras de alguma comorbidade, como o HIV, e a doença possui fortes determinantes sociais e seu controle só será alcançado com o envolvimento de outros atores de outros setores que não somente a saúde.
“A tuberculose é uma doença crônica e o número de mortes é alto. Em muitos casos, mesmo que a pessoa esteja tossindo muito, não há uma preocupação imediata em descobrir se é tuberculose, e quando esse diagnóstico acontece, a doença já está avançada. É preciso ficar atento, diagnosticar, tratar e curar esses pacientes”, disse.
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