31/08/2017 14h35 - Atualizado em 13/09/2017 10h10

Seminário “Saúde do Homem” vai discutir ações para o combate à sífilis adquirida

Debater a importância do acompanhamento do homem no pré-natal de sua companheira gestante e a partir daí criar estratégias para chamar a atenção deles sobre a importância dos cuidados com a saúde, principalmente na prevenção de sífilis, HIV e hepatites. Esse é um dos objetivos do Seminário “Saúde do Homem”, que aconteceu hoje (31), no auditório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

O evento, realizado pela Sesa, foi destinado a coordenadores da Atenção Primária e referências técnicas da Saúde do Homem dos municípios visando capacitar as equipes de atendimento para incluir o homem/pai no pré-natal das gestantes. O objetivo é conseguir reduzir casos de sífilis congênita e adquirida, usando a paternidade como caminho para incentivar o cuidado com a saúde dos homens.

Participaram do seminário a titular da Gerência de Regulação e Ordenação do Sistema de Saúde (GROSS), Joanna De Jaegher, a chefe do Núcleo Especial de Atenção Primária (Neapri), Monique Padilha, a representante nacional da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Kátia Maria Barreto Souto, a ginecologista, obstetra e técnica IST/Aids Bettina Moulin Coelho Lima, a presidente do Conselho Estadual de Saúde, Joseni Valim de Araújo, além de servidores de secretarias municipais de Saúde de todo Estado.

Segundo a referência técnica da Saúde do Homem da Sesa, Lucimar Ventorin Hamsi, levar os homens até a unidade de saúde e ali iniciar os atendimentos da atenção primária é fundamental, pois possibilita que eles realizem seus exames preventivos de rotina, tais como: sífilis, HIV e hepatites, hipertensão e diabetes, atualizem o cartão de vacinação, participem das atividades educativas e se preparem para o exercício de uma paternidade ativa.

Dados do Ministério da Saúde apontam que o Espírito Santo é o segundo estado em número de casos de sífilis adquirida (85,2/100.000 habitantes). O primeiro estado em número de casos da doença é o Rio Grande do Sul (111,5/100.000 habitantes).

“Nossa intenção é que os homens jovens, adultos, adolescentes e idosos possam ter envolvimento consciente e ativo em todas as ações voltadas ao planejamento reprodutivo e, ao mesmo tempo, contribuir para o acesso desta população aos serviços de saúde, com enfoque na Atenção Básica.é importante trabalhar estratégias para o atendimento ao homem, para ele fazer teste de sífilis, HIV e hepatite. Culturalmente o homem não busca atendimento na saúde, e isso precisa mudar”, disse.

Lucimar acredita que com essa estratégia, a população masculina poderá ser atendida de uma forma integral, buscando principalmente a prevenção, mas também tratamento para outras doenças como diabetes, hipertensão.

Ainda de acordo com Lucimar, há uma proposta, a ser discutida com os Municípios, de um instrumento de avaliação dos homens durante a consulta de pré-natal, em que serão examinados e encaminhados aos especialistas, caso tenha sido detectado algum distúrbio, para seguirem com o tratamento.

Durante o seminário, a representante nacional da Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Kátia Maria Barreto Souto, apresentou o “Guia Pré-Natal do Parceiro para profissionais da Saúde”.

Ela destacou que é fundamental criar estratégias para atrair o homem até a unidade de saúde para acompanhamentos de prevenção, e o acompanhamento dele durante o pré-natal da parceira gestante é um caminho.

“É fundamental reorganizar a porta de entrada no sistema de saúde e possibilitar oportunidades para o homem se cuidar. Culturalmente a sociedade aceita que a mulher saia do trabalho para ir ao médico, mas no caso do homem é difícil haver essa aceitação. Também é preciso buscar espaços onde há grande concentração de homens, como estádios de futebol, para promover ações de saúde também”, disse Kátia.

A realização desse seminário é uma forma de implantar a Portaria 1.944, de 27/08/2009, que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem que define diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada do homem.

A partir desse seminário, a expectativa é que as unidades de saúde comecem a atender o homem, tanto no pré-natal como na sua totalidade, visando estimular o autocuidado e, sobretudo, o reconhecimento de que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros.

 

Dados

Todos os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) – são de notificação obrigatória no país desde 2010. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes, de 20,9%, e congênita, de 19%.

 

Índices (taxas de sífilis adquirida – em maiores de 12 anos - por 100 mil habitantes)

Média nacional: 42,7

1º) Rio Grande do Sul: 111,5

2º) Espírito Santo: 85,2

3º) São Paulo: 75,6

4º) Sergipe: 59,0

5º) Santa Catarina: 58,0

6º) Mato Grosso do Sul: 56,7

7º) Paraná: 48,3

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde

E-mail: asscom@saude.es.gov.br

Tels.: (27) 3347-5642/3347-5643

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard