Sesa apresenta resultados preliminares de exames sobre casos de gastroenterite em Vila Velha

Na manhã desta sexta-feira (29), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentou os resultados preliminares dos casos de gastroenterite ocorridos em crianças de uma creche no município de Vila Velha.
Os dados foram apresentados pelo subsecretário de Estado da Saúde, Tadeu Marino; o gerente da Vigilância em Saúde, Romildo Andrade; a chefe da Vigilância Epidemiológica, Larissa Dell’Antonio; e o coordenador-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), Rodrigo Rodrigues.
Desde a notificação do primeiro caso, a Gerência de Vigilância em Saúde (Gevs), por meio da sua equipe da Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs) acompanha, em conjunto com as equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha, os episódios registrados no município.
Até o momento, 14 casos foram notificados, quatro em adultos e 10 em crianças, com um óbito infantil em investigação. Em todas as situações, os pacientes apresentaram sintomas de diarreia, febre e vômito.
O gerente da Vigilância em Saúde, Romildo Andrade, explicou que um surto é uma situação onde há um ou mais casos de um agravo ou uma doença que possam estar ligados a uma possível fonte única de contaminação. Ele informou que o caso em questão está concentrado na unidade de educação infantil e destacou que, para confirmar a situação, é preciso resultados laboratoriais positivos para a identificação do possível agente causador e, desta forma, adotar as medidas de prevenção necessárias para interromper a cadeia de transmissão da doença.
“Foram coletadas amostras de materiais que possam estar ligados à transmissão dessa doença. O propósito é a identificação laboratorial para estabelecer o nexo causal dela. Essas amostras estão em processo de identificação do agente, desde materiais dos acometidos, como sangue, além de alimentos consumidos e água”, disse.
Na creche foram coletados carne bovina e corte de peito de frango; do quiosque, batata frita congelada, peroá e camarão. Também é analisado se há contaminação no objeto utilizado para o corte do coco, coletado no quiosque.
Lacen
Os primeiros resultados (preliminares), reunidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), apontam que as amostras de água e alimentos do quiosque e da creche estão negativas para o botulismo, uma doença bacteriana provocada pela Clostridium botulinum, que pode ser causada pela ingestão de alimentos ou água contaminados.
De acordo com o coordenador do Lacen, Rodrigo Rodrigues, as pesquisas que estão sendo feitas dependem do cultivo da bactéria para chegar a um diagnóstico. Ele explicou que é preciso realizar uma série de repiques para selecionar a bactéria e colocar em meio de cultura específica para identificá-la.
Rodrigo frisou que em todas as amostras de água tratada pela Cesan coletadas e analisadas, os resultados foram negativos. “Até agora três amostras de água da creche e uma amostra de água do quiosque deram negativos para coliformes fecais totais. As demais avaliações estão em andamento e não temos ainda uma data para concluir toda a investigação sobre esses casos”, explicou.
Ainda de acordo com Rodrigo, também há seis amostras de alimentos coletadas, quatro amostras do quiosque e duas da creche. Ele destacou que, até o momento, todas elas foram negativas para o Clostridium botulinum.
“Como não sabemos qual é o enteropatogênico, aquilo que é capaz de provocar distúrbios no trato intestinal, que está associado a este surto, abrimos o nosso leque para bactérias, vírus e não estamos diminuindo nenhuma possibilidade de teste”, disse.
Neste processo, as amostras dos funcionários da creche e das crianças foram negativas para rotavírus. No entanto, ainda estão em andamento os processos para a identificação de outros agentes infecciosos.
“Muitas vezes a população fica apreensiva com a demora, mas é importante e imprescindível esclarecer que elas dependem de tempo. Estamos tentando identificar através do cultivo desses agentes biológicos e esse cultivo demanda um tempo que pode variar entre 24 horas e 10 dias, pois depende da quantidade de bactérias presentes na amostra, qual o tipo de amostra, se há alguma interferência química, seja por tratamento ou antibioticoterapia”, explicou.
O objetivo da investigação laboratorial, segundo o gerente da Vigilância em Saúde da Sesa, Romildo Luiz Monteiro Andrade, é identificar a causa, interromper a fonte de transmissão e eliminar o risco de a doença se disseminar para outras pessoas, reduzir a gravidade do problema, estabelecer medidas de controle e prevenção de futuros surtos.
Chafariz
Na tarde desta sexta-feira (29), o resultado da análise feita na água do chafariz da creche, onde ocorreram os casos de gastroenterite, apontou contaminação por coliformes fecais.
Com o resultado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reafirma que a água da Cesan que chega à escola e que foi analisada se mostra própria para utilização e esclarece que, segundo investigação, a água utilizada no brinquedo chafariz instalado na escola é de reservatório próprio que circula em forma de reutilização, sem tratamento.
Medidas de controle
As medidas de controle adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) são:
- Criação de um formulário de investigação on-line que será enviado aos pais das crianças da unidade escolar infantil para verificar quais apresentaram sintomas, as datas, entre outras informações.
- Disponibilização do telefone de plantão do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS): (27) 99849-1613.
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