Sesa ministra curso de atualização em sífilis para serviços municipais de pré-natal

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está empenhada em atingir as metas do Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita, lançado em 2016 e que prevê uma redução de 30% dos casos de transmissão vertical da doença – transmissão da infecção ou da doença da mãe para o seu filho no útero ou no parto – no Espírito Santo no ano de 2018.
A coordenadora do Programa de DST e Aids da Sesa, Sandra Fagundes, disse que uma das estratégias para alcançar o objetivo é a educação continuada. Por isso a Sesa ministrou nesta quarta-feira (13) um curso de atualização sobre diagnóstico e tratamento da sífilis, com ênfase em sífilis em gestante e sífilis congênita, para médicos e enfermeiros de serviços municipais de pré-natal. O curso foi realizado no auditório da Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp), em Vitória. Participaram 120 profissionais dos 52 municípios capixabas que tiveram notificação de casos de sífilis congênita no ano de 2017.
No curso, os participantes foram atualizados sobre o protocolo de sífilis lançado em 2015 e revisado em 2017 pelo Ministério da Saúde. Sandra explicou que a versão mais recente do protocolo orienta que com um único teste de sífilis positivo na gestante já seja iniciado o tratamento. “Além disso, na versão atual, a orientação é que toda gestante com diagnóstico positivo de sífilis seja tratada com três doses de penicilina benzatina”, acrescentou.
Sandra lembrou que em agosto de 2016, por meio da Portaria 330-S, o Governo do Estado instituiu o Comitê Estadual de Investigação de Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites B e C com o objetivo de identificar os fatores que contribuem para a ocorrência da transmissão vertical destas doenças no Espírito Santo apesar da oferta de todos os insumos de prevenção. Em 2015, a incidência de sífilis congênita no Estado era de 10,5 casos para cada grupo de 1.000 nascidos vivos. Em 2016, subiu para 12,5 casos, e, em 2017, chegou a 12,8 casos por 1.000 nascidos vivos.
O avanço da transmissão vertical da sífilis é muito preocupante, segundo Sandra Fagundes, porque a doença, ao atingir o feto, pode ocasionar malformação, abortamento espontâneo e até a morte da criança logo após o nascimento devido às complicações causadas pela infecção. O tratamento da sífilis é feito com a penicilina benzatina, um antibiótico. Uma vez detectada a infecção na gestante, é possível impedir a transmissão para o feto se o tratamento for feito no tempo certo.
Segundo Sandra Fagundes, toda gestante deve fazer o teste para detecção de sífilis na primeira consulta do pré-natal, no terceiro trimestre da gravidez e no momento do parto. “Todas as maternidades do Espírito Santo cadastradas na Coordenação Estadual de DST e Aids, sejam públicas ou privadas, recebem da Secretaria de Estado da Saúde os testes rápidos de sífilis, além dos medicamentos destinados à gestante e ao bebê, para caso o resultado seja positivo”, informou.
De acordo com a coordenadora, todo mês são repassados 120 mil testes rápidos de sífilis para os municípios capixabas, e este ano já foram repassados 36.600 frascos de penicilina benzatina, o que corresponde a 6.600 tratamentos de sífilis. “Esses recursos são suficientes para diagnosticar e tratar todas as pacientes e seus parceiros no ano de 2018, o que não justifica, portanto, os 210 casos de sífilis congênita já registrados no Espírito Santo neste ano”, enfatiza Sandra Fagundes.
A coordenadora do Programa Estadual de DST e Aids disse que todos os municípios, a partir de 2014, devem se cadastrar no sistema SislogLab, do Ministério da Saúde, para que o Governo Federal monitore a distribuição e a realização dos testes rápidos de sífilis. No Espírito Santo, no entanto, apenas 25% dos municípios aderiram por enquanto. Sandra Fagundes reforça a necessidade da parceria dos municípios na luta para a redução dos casos de sífilis congênita, uma vez que é na Atenção Primária à Saúde, onde é realizado o acompanhamento das gestantes, que a sífilis pode ser diagnosticada e tratada.
O objetivo do Plano Estadual de Enfrentamento da Sífilis Congênita é reduzir a taxa de incidência de sífilis congênita no Espírito Santo até o ano de 2019 para 0,5 casos a cada grupo de 1.000 nascidos vivos. Com essa taxa de incidência, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a sífilis congênita eliminada numa população.
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