15/03/2019 14h38 - Atualizado em 15/03/2019 14h39

Sesa realiza treinamento para profissionais da saúde que atendem crianças vítimas de violência sexual

Na manhã desta quinta-feira (14), a Coordenação do Programa de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou um treinamento voltado para a Linha de Cuidados no Atendimento às Crianças Vítimas de Violência Sexual. Entre os temas discutidos estavam a profilaxia de acidentes sexuais e de material biológico de risco para HIV.

A ação foi direcionada a médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, assistentes sociais, pedagogos e outros profissionais da saúde que realizam atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de algum tipo de violência sexual.

O objetivo do treinamento foi atualizar os conhecimentos sobre as legislações, fluxos e protocolos de atendimento, profilaxia pós-exposição sexual e material biológico de risco para HIV e hepatites B e C.

Na abertura do treinamento, a referência técnica em Vigilância de Violências e Acidentes da Sesa, Edleusa Cupertino, falou sobre legislação e o fluxo de atendimento às vítimas de violência. A referência técnica também falou sobre a importância da realização de um acolhimento humanizado.

Edleusa Cupertino destacou que alguns sinais apresentados pelas vítimas, principalmente as crianças, são indicativos de violência, mesmo que a o menor ou o responsável que o acompanha negue. Ela explicou os tipos de violência e ressaltou que, na maioria dos casos, a vítima tem algum tipo de relação com o agressor.

“É preciso ficar atento a sinais como lesões físicas, lesões nas áreas genitais e também ficar atento às falas dos responsáveis sobre as causas daquelas lesões. É preciso ficar atento para distinguir acidente de violência e desconfiar sempre de todos os casos atendidos”, disse.

A referência técnica falou também sobre a importância de realizar as notificações.

“A notificação é obrigatória e basta ter assinatura institucional, ou seja, o nome da unidade que atendeu e nome do profissional. Sempre que ocorrer uma suspeita ou confirmação de um caso de violência sexual, deve-se notificar para a vigilância municipal local em até 24h. Nos casos em que a violência sexual ocorreu antes de 72h, é preciso encaminhar a vítima imediatamente para um serviço de urgência e emergência para a medicalização para evitar gravidez e ou Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como o vírus da AIDS”, explicou.

A pediatra da Coordenação Estadual do Programa de DST/Aids da Sesa, Adriana Ferreira da Mota, falou sobre a importância de cumprir o protocolo de atendimento preconizado pelo Ministério da Saúde e ressaltou que, caso o profissional tenha alguma dúvida sobre a aplicação do protocolo de PEP infantil, é importante deixar o material em local de fácil acesso e evitar que a criança saia da unidade sem o devido atendimento.

“A unidade de saúde precisa estar preparada para atender. As medicações devem ser indicadas para cada situação e para cada faixa etária. No protocolo de PEP estão contidas todas as informações e indicações de medicamentos e atendimentos para todas as situações”, destacou.

 

Acidentes com materiais biológicos de risco para HIV e Hepatite B e C

Já a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes Moreira, falou sobre o manejo no acidente com material biológico de risco para o HIV e hepatites. Ela lembrou que é fundamental informar à população que todas as pessoas expostas a algum risco têm direito ao atendimento e à medicação e destacou a necessidade de rapidez no atendimento.

“Nesse tipo de acidente, o atendimento deve ser no máximo até 4 horas após a exposição. Porém, até 72 horas você pode dar o remédio a essa pessoa. Após esse período, não adianta mais nada”, disse.

 

Taxa de detecção de Aids diminui no Espírito Santo

A taxa de detecção de Aids caiu 10,5% no Espírito Santo, já a taxa de mortes provocadas por complicações da doença caiu em 19,6% nos últimos cinco anos (em 2014 a taxa de mortalidade foi de 6,6/100.000 habitantes, e em 2017, 5,3/100.000 habitantes). De acordo com o Ministério da Saúde, esta redução se dá pela ampliação do acesso à testagem e pela redução do tempo entre o diagnóstico e o tratamento precoce.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes Moreira, é preciso reforçar as ações de conscientização para reduzir a transmissão da doença. Incentivar o uso de preservativos em todas as relações sexuais, aumentar o acesso do paciente aos serviços de saúde nos municípios, aumentar o acesso aos testes rápidos para o diagnóstico precoce são atividades que melhoram o atendimento e manutenção do tratamento.

“Com o tratamento precoce, e boa adesão aos medicamentos antirretrovirais, pessoas HIV positivas não desenvolverão a doença, portanto terão sua carga viral indetectável, melhor qualidade de vida, e redução da transmissão sexual do vírus HIV”, disse Sandra.

 

Os números do Espírito Santo

No Estado, no período de 1985 a dezembro de 2018 (dados parciais, sujeitos à revisão), foram notificados 15.570 casos de HIV/AIDS, sendo 10.441 do sexo masculino (67,0%) e 5.130 do sexo feminino (33,0%), com 72% dos casos devido à transmissão sexual do HIV.

“Além da Aids, também temos que nos preocupar com a sífilis e as hepatites. Temos que melhorar o acesso do paciente ao tratamento no município. É isso que chamamos de atenção à saúde”, disse Sandra.

Ainda de acordo com a coordenadora, o número de casos novos de sífilis em adultos triplicou nos últimos seis anos, em 2012 foram 1.469 casos, e em 2018 foram diagnosticados 4.538 de sífilis adquirida.

 

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