30/06/2016 11h33 - Atualizado em 30/06/2016 11h43

Queimadura: o tratamento que vai além da assistência

Além do suporte assistencial, o tratamento para vítimas de queimaduras envolve também apoio psicológico, uma vez que a situação impacta a vida do paciente. No Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, os profissionais trabalham a psicoterapia aliada a recursos terapêuticos, métodos importantes que evitam a ociosidade, favorecem a adesão ao tratamento e a recuperação da autoestima do paciente. 

“Uma simples queimadura já é extremamente dolorosa. Quando a gente queima a ponta dos dedos, por exemplo, percebemos o quão sensíveis somos. No caso dos nossos pacientes, as queimaduras são extensas e, apesar das analgesias utilizadas nos banhos e no próprio tratamento, a dor é intensa. Além disso, eles não podem ter contato com outros pacientes por causa do risco de infecção, assim, as enfermarias são individuais. A solidão, o tratamento prolongado e a mudança da autoimagem são fatores que contribuem para o desenvolvimento de episódios depressivos”, esclareceu a psicóloga do Hospital Estadual Dr. Jayme, Graziely de Almeida. 

A psicóloga explicou que o trabalho com os pacientes começa no primeiro dia de internação, justamente, para amenizar o impacto psicológico do episódio. “O primeiro passo é acompanhar o paciente e sua família, a fim de fortalecer a rede de apoio para evitar a ociosidade e o sentimento de solidão”, disse Graziely.  

O segundo passo é procurar outros recursos terapêuticos como a leitura e a arte terapia. “Estamos diariamente com esses pacientes e trabalhamos leitura, pintura e recursos audiovisuais”, explicou a psicóloga. 

O susto provocado por uma queimadura traz reações adversas, por isso, os cuidados começam no momento do acidente e envolvem toda a família. “Compreendemos que a assistência médica e medicamentosa são importantíssimos, no entanto, também levamos em consideração o tratamento da alma”, contou a psicóloga. 

Em 2015, foram feitos 6.404 atendimentos para especialidade de cirurgia plástica e foram realizados 581 procedimentos cirúrgicos para essa especialidade no hospital. Também foram realizados 5.757 procedimentos ambulatoriais, como os de curativo. 

Histórias

Um acidente doméstico levou Dorival Costa dos Santos Filho, 30 anos, ao CTQ do hospital. Com queimaduras que atingiram cerca de 50% do seu corpo, o paciente ficou mais de 180 dias no leito, passou por três internações e diversas cirurgias. “Era comum abastecer a motocicleta com gasolina na garagem de casa, mas, por descuido, acendi um cigarro e isso provocou uma tragédia em minha vida. Uma tristeza muito grande”, contou o paciente. O acidente, em novembro de 2015, também provocou a morte da esposa de Dorival. 

Outro paciente com prolongado tempo de internação é o Helcio de Medeiros Pontos, de 48 anos. Ele estava finalizando a construção de uma escada em Irupi, região do Caparaó capixaba, quando encostou a cabeça em um fio da rede elétrica. “Eu ressuscitei. O meu couro cabeludo desmanchou com o choque. Não lembro de nada”, contou Helcio, que está internado há quase três meses e tem a leitura como sua principal aliada.

Informações à Imprensa:

Ravane Denadai
Assessora de Comunicação – Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves
(27) 99274-5245
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Fotos: Comunicação/HEJSN

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