Prevenção Combinada: Estado amplia profilaxias de prevenção ao HIV, às IST e às hepatites virais
As tecnologias voltadas para a prevenção e combate do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis têm avançado nos últimos anos adequando-se às novas práticas de contingenciamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Nesse sentido, o governo do Espírito Santo tem promovido capacitações para profissionais da saúde que realizam atendimento às pessoas expostas ao vírus HIV, Hepatite B e C e Sífilis.
De acordo com a coordenadora do Programa de DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Sandra Fagundes Moreira, “neste ano estamos em uma grande campanha sobre a questão das profilaxias, atendendo uma determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que visa uma aceleração da resposta para acabar com a epidemia de AIDS até 2030. Além disso, no início deste ano, durante o Planejamento Estratégico 2019-2022 do Governo do Estado, uma das iniciativas debatidas foi o aumento do serviço de PrEP e PEP nos municípios”, disse.
Sandra Fagundes Moreira - coordenadora do Programa de DST/Aids da Sesa
O apoio a atenção primária, ampliando o acesso e a qualidade dos serviços em todos os municípios e a implementação de ações destinadas a saúde da população LGBT são metas estabelecidas no atual plano de governo. Sandra Fagundes complementa: “a nossa decisão é divulgar mais para a população”.
Em nova capacitação sobre sífilis, realizada na Escola de Serviço Público do Espírito Santo (ESESP) para profissionais de saúde dos municípios, foram apresentados protocolos de tratamento e contingenciamento da sífilis congênita, bem como trocas de experiências entre os profissionais sobre casos de doenças sexualmente transmissíveis que são atendidas na rede pública.
A chefe do Núcleo Especial de Atenção Primária, Tânia Mara Ribeiro dos Santos, relatou a importância das capacitações periódicas para a qualificação dos gestores, médicos, enfermeiros e demais profissionais que lidam no dia a dia com o enfrentamento da sífilis e outras DSTs. Segundo ela, “mais importante que combater é trabalhar a prevenção e a promoção da saúde. Em parceria com a Coordenação do Programa DST/Aids da Sesa, nós da Atenção Primária estamos monitorando os municípios buscando melhorar os indicadores e as ações de saúde”.
Tânia Mara Ribeiro dos Santos - chefe do Núcleo Especial de Atenção Primária
Plano de Contingenciamento
O Governo do Estado por meio dos programas de saúde tem trabalhado para frear as epidemias de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em todos os municípios, principalmente as infecções congênitas (passadas de mãe para filhos), buscando proteger a criança antes mesmo do nascimento.
“As equipes estão intensificando a comunicação com a população e as ofertas de serviço de testagem, tratamento e promoção da saúde na rede estadual de saúde”, informou Alba Valéria Oliveira, referência em Sífilis da Coordenação Estadual de DST/Aids da Sesa.
Alba Valéria Oliveira - referência em Sífilis da Sesa
Número de casos
Em 2018 , o Estado do Espírito Santo apresentou uma média de 1.100 notificações de novos casos de HIV (dados parciais sujeitos à revisão). Desse diagnóstico, 15.570 pessoas vivem com HIV, sendo 10.441 do sexo masculino (67,0%) e 5.130 do sexo feminino (33,0%), onde 72% dos casos se deve à transmissão HIV pelo ato sexual. Do total de infectados HIV/Aids, 11.980 pessoas estão em tratamento com antirretrovirais nos serviços especializados do Espírito Santo.
Outro dado importante são os casos de sífilis. Em 2018 foram diagnosticadas 4.538 pessoas com Sífilis Adquirida (sífilis em adultos) e 1.946 casos de Sífilis em Gestantes. Além de 344 casos de Hepatite B e 251 de Hepatite C.
Melhora na infraestrutura
Para Daniel Junger, médico infectologista das unidades de referência em DST do Sul do Estado (Cachoeiro de Itapemirim e Guaçuí), “a parceria entre a Coordenação Estadual e a Atenção Básica é muito importante para aproximar os profissionais que atendem o usuário na ponta e a gestão da Saúde. A população em contrapartida deve procurar se testar, principalmente para essas doenças inicialmente assintomáticas”, disse.
Daniel Junger - médico infectologista do Sul do Estado
Em relação ao número de casos de pessoas infectadas por sífilis, hepatites, HIV e outros vírus transmissíveis, o infectologista atribui o aumento dos casos à melhora na infraestrutura da Sesa. “Grande parte do aumento dos casos se deve a melhor assistência. A gente tem diagnosticado mais e ofertado tratamento”, justificou.
Profilaxias pré e pós-exposição (PrEP e PEP)
Paralelo ao trabalho feito pelo governo estadual e municípios, a população precisa estar atenta às modalidades de prevenção das ISTs, fazendo testagens periódicas e mantendo o uso de preservativos.
Na região metropolitana e nos municípios do interior o serviço de PrEP e PEP estão em fase de implementação, capacitação e expansão. Atualmente, Vitória, Guaçuí, Vila Velha e São Mateus estão atendendo de forma plena, já Linhares e Viana estão em fase inicial aguardando deliberações do Ministério da Saúde para uso do sistema. Posteriormente novos municípios integrarão a rede de fornecimento dessas profilaxias.
“Apesar de toda essa tecnologia estar à disposição, nunca devemos abandonar o uso do preservativo. As profilaxias sozinhas não fazem prevenção sozinha. Lembrando que a PEP é para uso emergencial de biossegurança ou sexual fornecida em todo território estadual. A PrEP é um estilo de vida que o indivíduo pode adotar ou não, cabendo ao interessado buscar o serviço mais próximo de sua casa ou município”, orientou Andréa Pereira Pretti, coordenadora do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante da Sesa.
Andréa Pereira Pretti - coordenadora do CTA Itinerante da Sesa
Resultados positivos para quaisquer infecções sexuais também são tratados pelo sistema público de saúde com medicamentos gratuitos e consultas periódicas. Ressaltamos que com os cuidados necessários é possível conviver com o HIV de forma saudável, bem como curar outras doenças sexuais.
Conheça as profilaxias disponíveis:
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): consiste na tomada diária de um comprimido que impede que o vírus causador da Aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus, oferecido pelo SUS aos grupos de risco considerados potencialmente expostos as infecções sexuais, como casais sorodiscordantes e pessoas que fazem sexo casual com diferentes parceiros.
Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP): é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis ou por acidentes ocupacionais, como o manuseio de perfuro cortantes nos serviços de saúde. O medicamento deve ser iniciado dentro de 72 horas do contato com o risco de infecção.
Saiba mais em: http://www.aids.gov.br
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