01/12/2021 07h00 - Atualizado em 01/12/2021 11h07

Dia Mundial de Luta contra Aids 2021: o preconceito ainda persiste

O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi criada com o intuito de reduzir o preconceito contra a doença, pois, apesar da maior parte da população ter conhecimento sobre a forma de transmissão, a desinformação ainda gera a discriminação contra os portadores da doença.

A colaboradora do Programa DST/Aids da Secretaria da Saúde (Sesa) e referência técnica da Coordenação Estadual de DST/Aids, Sandra Fagundes Moreira da Silva, ressaltou que falar sobre a doença é fundamental para o combater ao preconceito. 

“É importante sempre falar sobre Aids, pois é uma forma de levar informações sobre como se transmite a doença. Desde a década de 1990, os ministérios da Saúde e do Trabalho, por exemplo, incluem as DST/Aids na Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e Saúde. Isso, para levar informações também aos trabalhadores, como forma de esclarecer sobre a doença e mostrar que uma pessoa com o vírus HIV pode se relacionar e trabalhar normalmente. Portanto, o HIV não é transmitido por um abraço, aperto de mão e nem no convívio diário. Isso deve ficar muito claro para reduzir o preconceito e a discriminação”, esclarece a referência Sandra Fagundes. 

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é transmitida pelo vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana), principalmente por contato sexual desprotegido com pessoa infectada pelo Vírus Imunodeficiência Humana (HIV); pelo sangue por compartilhamento de objetos perfurocortantes, como agulhas e seringas ou por transmissão de mãe infectada para o filho na gravidez, parto ou na amamentação. Por isso, como medida fundamental de prevenção, é recomendado o uso de preservativo durante todas as relações sexuais, mesmo que se conheça a parceria sexual, e não fazer o compartilhamento de agulhas nem seringas.  

Segundo a técnica da Coordenação Estadual de DST/Aids da Sesa, Bettina Moulin Coelho Lima, é necessário saber também que a doença ainda não tem cura, mas tem tratamento. É gratuito e está disponível nos Serviços de Atendimento Especializados (SAE) e no Centro de Testagem e Atendimento, (CTA), pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É muito importante que as pessoas busquem as Unidades de Saúde para fazer o teste de HIV e, caso positivo, iniciem o tratamento e o acompanhamento. 

“O tratamento para todas as pessoas que vivem com HIV/Aids é feito com medicamentos antirretrovirais. O número de comprimidos é menor e eles causam menos efeitos colaterais, o que facilita a adesão”, explicou Bettina Moulin. Segundo a referência, é indispensável o tratamento de todo indivíduo infectado pelo HIV/Aids, para reduzir a carga viral e, consequentemente, com menos vírus atacando o sistema de defesa da pessoa com HIV/Aids, evita-se, desta forma, adoecer por Aids. “Com a carga viral indetectável, a pessoa não transmite a vírus para suas parcerias sexuais”, acrescentou.  

Dados: 

O primeiro caso de HIV/Aids no Espírito Santo foi diagnosticado em 1985. Desde então, foram contabilizados 18.414 casos da doença até dezembro de 2020. Nestes 35 anos de notificação da doença, 3.573 pessoas foram a óbito. Portanto, 14.841 vivem com o HIV/Aids no Estado, sendo 69,5% (10.314) do sexo masculino e 30,5% (4.526) do sexo feminino. 

Ao todo, no primeiro semestre de 2021, foram registrados 536 casos de HIV/Aids. Em 2020, houve o registro de 249 casos de Aids. Já em 2019, 710 casos foram registrados. Ainda, em relação ao HIV/Aids, no ano de 2020 foram notificados no Espírito Santo 813 novos casos, sendo 615 do sexo masculino (75,6%) e 198 femininos (24,4%), tendo como a principal forma de transmissão do vírus relações sexuais sem proteção (99%). 

Entre 2019 e 2020, foram registrados 422 óbitos pela doença, sendo 206 no ano de 2019 e 216 ocorridas em 2020. Atualmente, 13 mil pessoas estão em uso de terapia antirretroviral distribuídos nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE), nos 27 Serviços de Atendimento Especializado em DST/HIV/Aids municipais do Estado. 

Sintomas: 

As pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana podem permanecer por longo período sem sintomas, mesmo sem saber que estão infectadas. Por isto, é essencial fazer sempre o teste rápido para HIV, pois dá para saber o resultado em poucos minutos. 

Caso o paciente descubra que é soropositivo, isto é, infectado pelo vírus, e sem sintomas, é melhor que se inicie o tratamento antirretroviral rapidamente. Esse é bem simples e serve para que não haja o desenvolvimento da doença e, assim, o indivíduo não tenha Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, que é a fase avançada do HIV. 

Se a pessoa é infectada e não se cuida, não usa os medicamentos antirretrovirais, o vírus vai continuar se multiplicando, destruindo o sistema imunológico e, em algum tempo, ela pode apresentar sintomas, que são desde diarreia, lesões na pele, várias infecções ou até doenças oportunistas, como tuberculose ou pneumonia. Pegar uma gripe pode ser muito grave. O diagnóstico precoce e tratamento precoce é fundamental para não ocorrer a progressão da doença. 

Onde buscar ajuda: 

No Espírito Santo, existem 27 pontos de Serviços de Atendimento Especializado (SAE) e 40 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) municipais, distribuídos por todo o Estado. 

Também existe a Rede Nacional de Pessoas que vivem com HIV/Aids, com representações no Estado, além de ONG´S, como a Associação Capixaba de Redução de Danos (Acard-Vitória), a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (GOLD-Vitória), além do Centro de Apoio ao Cidadão/Serra (CAC), que é uma Casa de Apoio e mantém inclusive internações.  

 Click aqui: para acessar a lista de SAE/CTA´S. 

 Informações à Imprensa:


Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Kárita Iana / Luciana Almeida / Thaísa Côrtes / Danielly Schulthais/ Ana Cláudia dos Santos
asscom@saude.es.gov.br

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard