01/10/2025 13h43

Dia Nacional do Idoso: Sesa destaca importância da atenção integral à saúde da população com mais de 60 anos

No Brasil, uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos e é muito comum ver indivíduos que já alcançaram essa faixa etária em plena atividade, tanto em relação ao trabalho quanto à vida pessoal. Garantir saúde e qualidade de vida para essa população é um dos pontos de atenção da Secretaria da Saúde (Sesa), que celebra o Dia Nacional do Idoso, neste 1º de outubro.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a expectativa de vida dos brasileiros e brasileiras vem aumentando ao longo dos anos. Nos anos 2000 a média passou para até os 70 anos. Já a projeção feita para 2060 é de que uma pessoa no Brasil possa viver em média até os 81 anos.

Diante desse cenário, a referência técnica da Saúde da Pessoa Idosa, que atua na Gerência de Política e Organização das Redes de Atenção em Saúde (Geporas), Lucimar Venturin Hamsi, explicou que a prática regular de exercícios físicos é um dos grandes motores para a prevenção de doenças cardiovasculares em idosos, além de auxiliar na redução da apatia e da depressão, promovendo uma longevidade mais saudável.

A referência técnica também destacou a importância do Programa Estadual de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, da Sesa, que visa à atenção integral à saúde dos idosos no Espírito Santo, dentro da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), definida por meio da Portaria de nº 2528/GM, de 19 de outubro de 2006.

“O envelhecimento saudável é essencial para manter a capacidade funcional do indivíduo e permitir o bem-estar em idade avançada. Por isso, a Sesa propõe um conjunto de ações que abrange desde o estímulo à prática de exercícios físicos e alimentação saudável até o reforço na atenção básica, com a oferta de vacinas, a caderneta de saúde do idoso e a identificação precoce de doenças como hipertensão e diabetes”, ressaltou.

A profissional lembrou que os idosos podem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) nos 78 municípios do Espírito Santo para receberem atendimento e acompanhamento. “Todas estão preparadas para atendê-los e, caso haja uma necessidade maior, como por exemplo em casos de doenças crônicas, esses usuários são encaminhados à atenção especializada ofertada pelo Estado”, explicou.

Programas do ICEPi voltados à população idosa

Em celebração ao Dia Nacional do Idoso, profissionais de saúde que atuam no projeto “FelizIdade”, na Unidade de Saúde da Família (USF) de Divino Espírito Santo, em Vila Velha, por meio do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), planejam ações com dois grupos de idosos assistidos por eles.

“Uma das marcas dessas iniciativas é a força dos Programas de Residência em Saúde, que qualificam a prática nos serviços e ampliam o acesso da população idosa a ações de cuidado integral. A presença dos residentes, com o olhar diferenciado para o território, tem produzido mudanças concretas nos serviços de saúde: novas ideias, maior envolvimento comunitário e a valorização de práticas que dialogam com as necessidades reais das pessoas”, disse a coordenadora-geral dos Programas de Residências em Saúde do Instituto, Priscilla Bandeira Frota.

A equipe que conduz a iniciativa do “FelizIdade” é composta pelos cirurgiões-dentistas residentes do Programa Multiprofissional em Saúde Família Jamerson da Silva Santos, Rafaela dos Santos Mendes Teixeira e Rafaela Coutinho Nagibo, além da fonoaudióloga Luana Roberta Oliveira Costa e da profissional de Educação Física Luciana Magalhães, que fazem parte das Equipes Multiprofissionais Ampliadas do Provimento de Profissionais. Os Programas de Residências e o Provimento fazem parte do Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS).

“O projeto ‘FelizIdade’ surgiu a partir de uma investigação no território, em que observamos que a maioria dos idosos apresentava sofrimento mental, como ansiedade, isolamento social e comorbidades comuns a essa faixa etária. O grupo se tornou um espaço de interação social, com rodas de conversa e atividades que fortalecem a autonomia, a coordenação motora, o equilíbrio e a cognição, dentro e fora da UBS”, informou o residente Jamerson da Silva Santos.

Lucia Padilla, 66 anos, que participa do “FelizIdade” há cerca de um ano, contou que quando foi convidada a participar do projeto foi uma surpresa, porque, inicialmente, achou que não seria muito útil: “Estava enganada, quando comecei a participar, notei como me fez bem, passei a interagir com pessoas com realidades diferentes e me deparei com várias histórias de vida que me enriqueceram e me ajudaram no meu processo de cura. Isso sem falar da equipe, do acolhimento, ninguém nos trata como ‘velhos’, coitadinhos. Ao contrário, nos mostram que somos capazes, temos alguns impedimentos, claro, mas que podem ser superados, Eu só agradeço.”

As atividades planejadas para este mês especial incluem:

  • Roda de conversa, na quarta-feira (1º), das 8h30 às 11h, na USF de Divino Espírito Santo sobre prevenção de quedas e manejo das comorbidades comuns em idosos, além de atividades recreativas;
  • Feira Cultural, na sexta-feira (03), também pela manhã na USF de Divino Espírito Santo, com exposição de trabalhos produzidos pelos idosos, como peças de crochê, além de pratos preparados por eles mesmos;
  • Encontro no Parque Estadual Casa do Governador, no dia 17, das 8h30 às 10h30, com atividades físicas e cognitivas e um lanche de confraternização.

 

Dados dos idosos no Brasil e no Espírito Santo

De acordo com o Censo 2022, a população idosa no Brasil chegou a 31,2 milhões de pessoas, representando 14,7% do total de 212,2 milhões de habitantes. Em comparação com o Censo de 2010, quando era de 190,7 milhões e os idosos somavam 22,3 milhões (11,7%), o contingente de idosos aumentou 39,8%, revelando a aceleração do envelhecimento populacional no país.

Segundo a referência técnica da Saúde da Pessoa Idosa, da Sesa, Lucimar Venturin Hamsi, no Espírito Santo o movimento foi ainda mais expressivo. Entre 2010 e 2022, a população geral cresceu 9%, passando de 3.514.952 para 3.833.710 habitantes. Já a população com 60 anos ou mais avançou 73,1%, de 364.745 para 631.398 pessoas.

A referência técnica salientou que esse processo de envelhecimento reflete também no índice que relaciona a população idosa com a população jovem. O Espírito Santo ocupa o 6º lugar no ranking nacional, com índice de envelhecimento de 58,12%, acima da média brasileira de 55,24%.

Os Censos de 2000, 2010 e 2022 também ajudam a reforçar a tendência de inversão da pirâmide etária, tanto no Brasil quanto no Espírito Santo. No ano 2000, o Estado tinha 1.736 homens e 2.960 mulheres com 90 anos ou mais. Em 2022, esses números quase triplicaram: 5.274 homens e 10.436 mulheres chegaram a essa idade ou ultrapassaram essa marca.

Outro dado importante do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), com base no ano de 2022, mostra que as doenças que mais atingiram os idosos no Espírito Santo foram as relacionadas ao aparelho circulatório, seguida pelas neoplasias (tumores) e ao aparelho digestivo. Em relação à mortalidade, o índice fica em 31,66%, 17,04% e 10,58%, respectivamente.

 

Instrumentos essenciais de cuidado ao idoso

  • Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa

A ferramenta permite a avaliação multidimensional do idoso, qualificando o atendimento prestado. A 5ª edição está sendo distribuída pela Sesa para todos os municípios do Estado. O documento registra informações individuais que permitem aos profissionais de saúde dividir os idosos em grupos por perfil e planejar atendimentos personalizados e contínuos.

 

  • Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa

Tem como objetivo garantir a manutenção da capacidade funcional, das Atividades de Vida Diária (AVDs) e da autonomia do idoso. Cabe às equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) realizar a primeira abordagem, com classificação de risco e planejamento de cuidados, que pode incluir ações preventivas e promocionais, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.

Uma conquista importante, e recente, foi a inclusão do instrumento de avaliação multidimensional no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) do e-SUS APS, que passou a consolidar as informações em diferentes aspectos da vida do idoso, permitindo monitoramento e acompanhamento de sua saúde ao longo do tempo.

 

  • Vacinação

Manter a carteira de vacinação atualizada é essencial para a saúde do idoso, pois ajuda a prevenir doenças infecciosas e suas complicações e reduz risco de infecções graves

           

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