Dos dias 10 a 17 de abril, o Espírito Santo recebeu quase 60 estudantes de graduação e residentes da área da saúde de todo o Sudeste para o Programa Nacional de Vivências no Sistema Único de Saúde (Vivências no SUS), fruto da parceria entre o Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Associação Rede Unida.

Durante a semana de imersão nos serviços de saúde, os universitários passaram por uma formação para se tornarem facilitadores do programa. Além das visitas aos hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), movimentos sociais, Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) e outros espaços, os participantes discutiram temas como políticas públicas de saúde, participação popular, Educação Popular em Saúde e Vigilância Popular em Saúde.

Além da presença de membros do Programa de Práticas Gerenciais Aplicadas à Educação em Saúde (PGAES), o ICEPi selecionou oito apoiadores que acompanharam as atividades, ocorridas em sua maioria na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória.

Jamerson Santos, que é odontólogo e residente em Saúde da Família pelo ICEPi, foi um dos participantes do Vivências no SUS. “Foi uma experiência incrível, pois pudemos perceber como o sistema funciona, como os níveis de atenção à saúde estão distribuídos e a responsabilidade de cada um deles no processo de cuidado. Isso influencia de forma muito enriquecedora no processo de trabalho, na nossa construção enquanto trabalhador, principalmente atuando no SUS, e na nossa vida, que nos molda e transforma enquanto cidadão”, afirmou.

A estudante de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Vitória Regina Martins disse que o programa trouxe também questões, como ancestralidade, luta contra o racismo, saúde mental, saúde enquanto comunidade e coletivo. “Tenho muito interesse em trabalhar na área de Saúde da Família, então floresceu em mim o desejo de continuar buscando conhecimento”, completou.

Importância para formação dos profissionais

O diretor do ICEPi, Fabiano Ribeiro, avaliou que uma experiência como essa é muito importante para a formação dos profissionais. “É um processo muito ativo que reflete na vida real sobre o que precisamos pensar e organizar para a formação em saúde de modo a atender o que as pessoas necessitam”, disse.

Na solenidade de abertura, a gerente de Ensino do ICEPi, Carolina Perez, destacou que poder realizar as atividades na Ufes foi muito importante para uma aproximação ainda maior com o SUS. “Com esses parceiros, pudemos proporcionar momentos para que os participantes vivenciassem o sistema de saúde, o processo de ensino-aprendizagem, a saúde pública”, completou.

Também participaram da solenidade de abertura o reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, e representantes de movimentos sociais e do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade.

Para João Batista de Oliveira Júnior, que faz parte do Apoio Pedagógico da Rede Unida, a realização do programa no Espírito Santo foi um sucesso. “Estudantes de graduação e residentes puderam conhecer diferentes espaços do sistema de saúde da região metropolitana e vamos levar essa experiência para o Vivência no SUS no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País”, frisou.

Conheça o programa

O Vivências no SUS dialoga com o Programa Nacional de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) e tem como objetivo aproximar os estudantes da realidade do SUS, além de ampliar o olhar em relação à organização do sistema, seus desafios e potencialidades. Trata-se de uma iniciativa da Associação da Rede Unida, que realiza o programa também em outras regiões do Brasil.

São feitas atividades de Educação Permanente em Saúde (EPS) em diferentes cenários e com diversos atores do SUS para abordar o trabalho em equipe, a gestão, a atenção à saúde, a educação e a participação social, a arte e a cultura, promovendo a integração ensino-serviço na saúde.

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