O Cuidado Paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. E o Espírito Santo, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), inicia nesta semana a articulação com o Ministério da Saúde para a implementação da Política Nacional de Cuidados Paliativos, sendo selecionado como estado piloto.

Em reunião nesta quinta-feira (1º), a referência técnica em Cuidados Paliativos, do Ministério da Saúde, Ângela Santos, falou sobre a construção da Política e a escolha do Estado. “A Política é de uma importância ímpar para o País e estamos trazendo algo novo. Se falava em Cuidados Paliativos há 12 anos, mas como algo muito distante. E como o Espírito Santo já disparou em alguns serviços, nada mais justo que ser o piloto”, conta. 

A profissional, que atua no Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, que compõe a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, lembrou ainda que, com o processo de envelhecimento da população brasileira, nada mais justo do que dar qualidade e dignidade às pessoas que estão falecendo ou com doenças acometidas graves. “É uma política que vamos trabalhar com a cultura do País, uma mudança de paradigma cultural”.

Para a implementação da nova política, prevista ainda para este ano, o processo de articulação entre a Sesa e o Ministério será contínuo. O Espírito Santo vem, desde 2019, desenvolvendo ações e processos para o fortalecimento do cuidado paliativo nos serviços de saúde estaduais e na Atenção Primária à Saúde (APS) nos municípios capixabas, como a oferta da Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos, pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi).

“Começamos a residência de forma descentralizada e hoje temos 16 cenários de prática em todo o Estado. Nesses últimos anos, caminhávamos já para a construção da Política Estadual e como soubemos do interesse do Ministério da Saúde em propor a Nacional, ficamos muito contentes, ainda mais com esta parceria e o movimento de podermos ser o estado piloto nessa implementação”, celebrou a referência em Cuidados Paliativos, da Gerência de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (GEPORAS), e coordenadora da Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos, Manoela Libardi.

A Política terá como objetivo reorganizar a prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o Cuidados Paliativos, garantindo a capacitação dos profissionais de saúde quanto aos processos que englobam as ações paliativistas e a criação de linhas de cuidados e programas nas redes de saúde.

Reunião marca início das articulações junto ao Ministério da Saúde

Nesta quinta-feira (1º), profissionais da Gerência de Políticas e Organização de Redes de Atenção à Saúde (GEPORAS), do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) e os residentes em Cuidados Paliativos estiveram juntos para o primeiro encontro de articulação da implementação da nova política com a referência nacional, Ângela Santos. Na ocasião, o subsecretário de Estado de Atenção à Saúde, Tadeu Marino, lembrou da importância em se pensar neste cuidado, especialmente pelo cenário de envelhecimento da população.

“Nos próximos anos, teremos mais idosos. São indicadores que já apontam essa realidade. A construção dessa política vai ao encontro da importância de podermos fortalecer o cuidado por meio do alívio do sofrimento e do tratamento da dor”, reforçou o subsecretário.

Durante o encontro, os profissionais apresentaram as ações e práticas já realizadas no Estado. Além da reunião, os profissionais realizarão visitas aos serviços de cuidados paliativos na Grande Vitória, como no Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória, o Infantil de Vitória; no Hospital Estadual de Vila Velha; no Centro de Referência de Atendimento ao Idoso (CRAI); em Unidades Básicas de Saúde (UBS); e no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (HUCAM).

Estiveram presentes na reunião a gerente da GEPORAS, Daysi Koehler Behning; a chefe do Núcleo Especial de Atenção Especializada, Ozinelia Pedroni; a coordenadora dos Programas de Residências do ICEPi, Juliana Mariano; as referências técnicas da GEPORAS, Roseanne Courbassier, Joszilene Teodoro de Jesus e Josymara Duque; e os residentes em Cuidados Paliativos pelo ICEPi, Raquel Mariano Botelho Farias, Tarcisio Borges de Souza e Yann Araujo Guimarães.

Sobre Cuidados Paliativos

O cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio do alívio do sofrimento, tratamento da dor e de outros sintomas de natureza física, psicossocial e espiritual.

Entre os principais objetivos estão: promover o alívio da dor e de outros sintomas que causem sofrimento; de oferecer suporte para auxiliar os pacientes a terem uma sobrevida mais útil possível; o de respeitar a morte como um processo natural do ciclo da vida, buscando não antecipá-la ou adiá-la.

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