Com meta de 80% de imunização por município, em quatro meses, a Campanha de Vacinação Antirrábica, estabelecida pelo Ministério de Saúde, alcançou 560.538 cães e gatos vacinados em todo Espírito Santo, de acordo com dados do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica. A estratégia, que teve início em julho em áreas rurais, e em setembro nas áreas urbanas, teve seu dia D em 04 de outubro, e foi finalizada em 31 de outubro. 

Dos 78 municípios do Estado, apenas 13 não alcançaram a meta de vacinação em cachorros, foram eles: Alegre, Atílio Vivácqua, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire, São José do Calçado, Linhares, Conceição da Barra, Pinheiros, Afonso Cláudio, João Neiva e Santa Leopoldina. 

Com 631.050 doses distribuídas pela Secretaria da Saúde (Sesa) para os municípios capixabas, a Campanha teve por objetivo imunizar o maior número de cães e gatos a partir dos três meses de idade, reforçando a cobertura vacinal anual contra a raiva desses animais. Em todo Estado, presume-se que 449.307 cães receberam a dose da vacina, representando 89% da estimada população canina, que é de 515.432. Já o grupo de felinos teve uma cobertura de 111. 231 imunizados. 

Em 2024, 87% deste grupo foi vacinado em todo Estado, totalizando 453.675 cães. Além disso, foram vacinados 104.686 gatos.

A médica veterinária do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Luciana Simonetti, reforça que para manter a raiva controlada no Estado, que é uma doença com letalidade próxima à 100%, é necessário o alcance de elevadas e homogêneas coberturas vacinais em cães e gatos. “Considerando que 13 (16,66%) municípios não atingiram a meta federal de vacinar no mínimo 80% dos cães, recomendamos que sejam identificados os territórios com baixo desempenho da campanha, e que a partir disso, desenvolvam estratégias vacinais para reduzir o risco de circulação do vírus da raiva em cães e gatos”, enfatizou a médica veterinária.

Além de cães e gatos a partir de três meses, também foram vacinadas fêmeas prenhes ou lactantes.

Sobre a raiva

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. Ela é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida de animais para humanos.

A imunização anual de cães e gatos é uma importante estratégia para a redução de casos em todo mundo. Na América Latina, a incidência de raiva humana transmitida por cães foi reduzida em mais de 90% graças à vacinação.

Em 2001, ocorreu o último caso de raiva canina e humana causada pela variante 2 (variante de cães e gatos) e em 2003, ocorreu o último caso humano causada pela variante 3 (variante de morcego); tendo um caso importado em 2023, de um residente de Minas Gerais, mas que foi atendido em serviço de saúde capixaba. Apesar dos dados, é importante lembrar ainda que a presença do vírus entre morcegos e herbívoros destaca a necessidade de continuar vigilante.

O último caso de raiva felina foi em 2011 e canina, neste ano de 2025; ambos infectados com variante de morcego.

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