Eventos adversos pós-vacinação pela Covid-19 representam 0,2% das doses aplicadas no Estado
Os eventos adversos pós-vacinação (EAPV) contra a Covid-19 no Espírito Santo representam 0,2% do total da população capixaba vacinada no período de janeiro a abril de 2021. Das mais de 950 mil doses aplicadas neste período, o Estado recebeu 2.823 notificações.
“Os dados de notificação são uma prova inquestionável de que a vacina é segura e não devemos ter medo de nos vacinar. Ela nos previne de uma doença grave, que representa um risco muito maior do que os eventos adversos vacinais”, destacou o infectologista e referência técnica do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (Sesa), Raphael Lubiana Zanotti.
Segundo o infectologista, um evento adverso pós-vacina se caracteriza por qualquer sinal ou sintoma após a vacinação que não possa ser justificado por outra causa, como uma doença. “É uma manifestação clínica não esperada. É tida inicialmente como suspeita e passa por uma investigação para ser descartada ou confirmada”.
Para a referência estadual de Eventos Adversos Pós-vacinais, Renata Loss, o cenário da vacinação contra a Covid-19 se difere das vacinas de rotina devido à incidência dos casos notificados. “Todas as vacinas podem provocar um evento adverso, a diferença é que estamos vacinando em massa, e a incidência aparece em um curto espaço de tempo. O EAPV acontece ao longo do ano, nas vacinas chamadas de rotina e como são eventos esperados e comuns, não trazem tanta preocupação. Por se tratar de vacinas novas, a tendência é que a população se preocupe, mas são vacinas seguras e cada imunizante tem a sua peculiaridade”, informou.
Entre os sintomas mais comuns durante os EAPV estão dor no local da aplicação, mialgias (dor muscular) e cefaleia (dor de cabeça), em casos leves e moderados. Nos raros casos graves, podem surgir manifestações alérgicas, sintomas neurológicos e, em alguns casos, trombose pós vacinal.
Ainda de acordo com a profissional, os sintomas dependem de uma série de condicionantes. “Depende tanto da composição da vacina quanto das características do paciente, como idade, comorbidade, da resposta imune do usuário”.
Apesar das preocupações e do receio diante de relatos sobre os sintomas, os especialistas garantem que os benefícios da vacinação e a imunização contra o novo Coronavírus devem ser o ideal a ser seguido, assim como complementação do esquema vacinal, com as duas doses.
“Primeiro, e o mais importante, é que elas ajudam a prevenir ou diminuir o número de óbitos pela Covid-19; segundo, a evitar que o paciente desenvolva um quadro grave da doença; e por fim, em uma parcela da população, auxilia a não ter essa infecção, portanto, tem papel no controle da epidemia. Quando se pesa o benefício de se vacinar e o risco de ter algum evento adverso, não há menor dúvida que devemos nos vacinar”, avaliou Raphael Lubiana.
Confira o vídeo do médico Raphael Lubiana sobre os Eventos Adversos Pós-Vacinação neste link.
Dados EAPV no Espírito Santo
Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Espírito Santo até o dia 30 de abril, já foram notificados 2.823 casos de Evento Adversos Pós Vacinação entre leves, moderados e graves. Desses, 1.496 são referentes ao imunizante Covishield (Oxford/Fiocruz), também conhecido como AstraZeneca, e 1.327 pela Coronavac (Sinovac/Butantan).
Já os casos graves representam cerca de 0,02% das notificações, que seguem em investigação, não tendo até o momento confirmação de que tenham relação com os imunizantes.
Em relação às vacinas de rotina, foram notificados 714 EAPV de janeiro a dezembro de 2020, cerca de 0,03% das doses aplicadas. Neste ano, até 30 de abril, já foram notificados 84 eventos, representando 0,01%.
Como e quando notificar EAPV Covid-19
Segundo os especialistas, é importante que se faça a notificação de qualquer suspeita do evento adverso pós-vacinação contra a Covid-19 até 30 dias depois de receber tanto a primeira quanto a segunda dose dos imunizantes disponíveis na Campanha de Vacinação.
Para fazer a notificação, o usuário precisa se encaminhar ao serviço de saúde de referência, seja a unidade na qual foi vacinado, seja em um atendimento médico. Todo estabelecimento de saúde público ou privado pode e deve realizar a notificação.
Os casos suspeitos são investigados pelas secretarias municipais e com a inserção de dados, como exames e históricos clínicos, as referências estaduais atuam na análise da casualidade dos eventos para encerramento do processo, passando as orientações de conduta às regionais e municípios.
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