Nesta sexta-feira (18), foi realizado no Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica, o 1º Simpósio em Urgências Psiquiátricas. Participaram do evento aproximadamente 110 profissionais que atuam em programas e assistência em saúde mental.

De acordo com o diretor administrativo do hospital, Enrielton Chaves, a ideia do simpósio surgiu da necessidade de comunicar o trabalho que é realizado na unidade hospitalar. “Podemos dizer que essas sólidas paredes têm história para contar. Já conviveram aqui, simultaneamente, aproximadamente 2.000 pacientes, um período sombrio, do qual a psiquiatria moderna tenta se desvencilhar”, disse o diretor.

O hospital foi inaugurado em 24 de abril de 1954, e batizado como Hospital Colônia Adauto Botelho, em homenagem ao psiquiatra Adauto Junqueira Botelho, que foi professor universitário no Rio de Janeiro e diretor do Serviço Nacional de Doenças Mentais do Ministério da Saúde.

Ele destacou ainda que a Reforma Psiquiátrica foi uma resposta na época das aflições de um sistema que dava claros sinais de decadência, e o hospital deixou de ser o único lugar possível para o tratamento dos transtornos mentais.

“Na verdade, passou a ser o último. Com a nova política, que resultou em uma lei específica para o tratamento de pacientes portadores de doenças mentais, a lei 10.216 de 06 de abril de 2001, muita coisa mudou, e tem mudado. O hospital deixou de ser uma colônia asilar, e hoje tenta se firmar como Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC)”, ressaltou.

Ainda de acordo com Enrielton, voltar a falar de uma clínica psiquiátrica hospitalar pode parecer ser um retrocesso, já que a Medicina, segundo ele, tem privilegiado os tratamentos ambulatoriais. Porém, ele disse que “não podemos prescindir das internações psiquiátricas como importante recurso terapêutico, especialmente no que diz respeito às urgências e emergências.”

A data para a realização foi escolhida por ser o Dia da Luta Antimanicomial. “Estamos aqui hoje para firmar o nosso compromisso de atendimento à população, de acordo com os princípios defendidos em lei. É uma primeira tentativa, fruto do esforço e colaboração dos profissionais que aqui dedicam o seu tempo e saber, com o intuito de melhorar a assistência psiquiátrica no estado do Espírito Santo”, finalizou.

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