01/12/2023 15h50 - Atualizado em 04/12/2023 09h22

Programa de Assistência Dermatológica encerra 2023 prestando atendimento em 11 municípios

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), realizará, neste sábado (02) e domingo (03), o Programa de Assistência Dermatológica (PAD) em Santa Maria de Jetibá, fechando em 2023 o ciclo de atendimentos à população. A ação é promovida por meio do Núcleo de Vigilância em Saúde (NVS), da Superintendência Regional de Saúde de Vitória (SRSV), a Prefeitura de Santa Maria de Jetibá e a Igreja Luterana.

O PAD foi criado em 1987 como um programa de extensão realizado pela Ufes e tem como objetivo auxiliar a população, principalmente os agricultores, para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer de pele. O objetivo é realizar o atendimento dermatológico aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em municípios do interior do Estado, onde estima-se que vivem, aproximadamente, 250 mil descendentes de imigrantes alemães, dos quais 120 mil são pomeranos. Essa população apresenta fototipo de pele I e II (pela clara), trabalha em lavouras e plantações, sob constante exposição solar e, portanto, é mais suscetível à doença.

A superintendente da SRSV/CRE Metropolitano, da Sesa, Emilia Marchette, ressalta que essas ações são muito importantes. “É uma oportunidade aos usuários de receberem atendimento especializado em duas especialidades, dermatologia e cirurgia plástica, com possibilidade de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele”, frisa.

A professora Patricia Henriques Lyra Frasson, coordenadora-geral do PAD, explica que o programa é extremamente resolutivo e eficaz, garantindo em um mesmo momento, in-loco, o tratamento clínico e cirúrgico do câncer de pele, sem necessidade de deslocamento até Vitória. “A inserção da saúde do trabalhador foi importante, pois trouxe dados ao Estado e possibilitou um olhar diferenciado a essa população e ao programa”, ressalta.

O agricultor Arthur Kumm, acompanhado da esposa Maria da Penha Oliveira, que reside em Melgaço, foi atendido em Domingos Martins nos dias 11 e 12 de novembro. “É a primeira vez que Arthur está participando da ação. Estou encantada e fomos muito bem atendidos. Fomos agendados por meio da unidade de saúde. Ele fez a biópsia e disse que não sentiu nada. Estaremos aqui o ano que vem, com certeza, porque nós, os pomeranos, precisamos fazer sempre esse controle. Ele trabalha na roça e passa protetor solar, mas é sempre bom ficar alerta”, disse Maria da Penha.

A importância da conscientização

A chefe do Núcleo de Vigilância em Saúde, da Superintendência, Gabriela Maria Coli Seidel, explica que o setor entrou como parceiro da Ufes há dois anos. São realizados anualmente, de março a dezembro, atendimento em 11 municípios. Além de Santa Maria de Jetibá, os municípios contemplados da região de saúde Metropolitana são Itaguaçu, Afonso Cláudio, Itarana, Laranja da Terra e Domingos Martins. Os demais são Vila Valério e Baixo Guandu, Pancas, São Gabriel da Palha e Vila Pavão, da região de saúde Central/Norte.

Neste mês, no “Dezembro Laranja”, de conscientização sobre o câncer de pele, Gabriela Seidel lembra que essa parceria permite trabalhar com mais eficiência a questão epidemiológica do Câncer de Pele Relacionado ao Trabalho (CRT) no Espírito Santo. “O processo de notificação das lesões, realizado pela Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), nos âmbitos municipal, regional e estadual, é primordial para que possamos estruturar as políticas públicas direcionadas a esta população. Em dois anos (2002/2023), foram 1.496 notificações”, explica.

A assistente social e coordenadora técnica do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador Metropolitano (CEREST), Lilian Lopes Damasceno, destaca que a integração tem sido exitosa na identificação e notificação dos casos de câncer de pele na população, relacionado ao trabalho. “O CRT é uma doença de notificação compulsória, porém, subnotificada devido a vários fatores, entre eles a dificuldade de se estabelecer o nexo causal entre a doença e o trabalho. Dessa forma, temos ampliado significativamente a visibilidade aos casos”, pontuou.

Como é realizada a ação

Desde de 2021, com o advento da Covid-19, a equipe do PADUFES realiza um treinamento on-line para os profissionais da Atenção Primária dentro dos municípios atendidos pelo programa para esclarecer quais lesões são suspeitas e saber identificar os casos. Posteriormente, são feitos os agendamentos dos usuários nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família (UBS/USF) e gerado um QR Code.

A coordenadora administrativa do PAD, Vera Lúcia Dttmann Jarske, ressalta que no dia da ação é realizada uma nova triagem para verificar se é uma lesão sugestiva de câncer ou não. A partir da avaliação clínica, o usuário é encaminhado para a crioterapia ou a realização da biópsia, no próprio local. Posteriormente, após o resultado, é encaminhado, se necessário, para realizar o tratamento indicado. Além disso, são dadas as devidas orientações para se proteger da doença.

Saiba mais

O PAD é realizado pela Ufes, em parceria com o Governo do Estado, igrejas luteranas e prefeituras. E conta com o apoio de empresas privadas e outras instituições. A equipe é composta por dois cirurgiões plásticos e duas médicas dermatologistas da Sesa, além de 40 acadêmicos de medicina da Ufes, um da Engenharia Química, um da Matemática, um técnico de Enfermagem, dois motoristas da universidade, além de uma coordenadora administrativa e um coordenador do PADTECH, responsável pela aplicação de novas tecnologias do PAD.

A equipe do NVS/SRSV conta, em cada uma das ações, com quatro profissionais e um residente em Saúde Coletiva (ICEPi). Em 2023, foram 17 profissionais envolvidos nas atividades realizadas nos seis municípios da Região de Saúde Metropolitana.

Como prevenir o câncer de pele

- A proteção solar deve ser constante desde criança, com roupas adequadas (com proteção UV) e protetores solares;

- É muito importante conscientizar trabalhadores expostos ao sol para o uso diário de roupas com proteção UV e protetor solar;

- Evite se expor ao sol das 10 às 16 horas;

- É importante lembrar de não se expor às câmaras de bronzeamento artificial;

- Também é primordial fazer o autoexame para observar o surgimento de novos "sinais”.

Fonte: Luciana Vieira de Paula e Tânia Regina Póvoa Canuto, médicas dermatologistas do PAD


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