Psicologia ajuda pacientes em reabilitação no Crefes

Os pacientes em tratamento no Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), em Vila Velha, contam com o apoio da psicologia para evoluir no processo de reabilitação. Todos os pacientes que utilizam o serviço podem ser encaminhados pela equipe multidisciplinar para avaliação psicológica, mas, em geral, os que são encaminhados apresentam dificuldade de adaptação a sua atual condição de vida.
A psicóloga Ana Paula Biss Nunes, da Unidade de Trabalho Ambulatorial e de Prótese e Órtese, diz que os pacientes chegam até os profissionais apresentando emoções diversas. Entre as mais frequentes estão a ansiedade para enfrentar o que é diferente daquilo que estavam habituados, a expectativa quanto à recuperação e a tristeza ao compararem a vida atual com a condição anterior.
O Crefes atende desde pessoas que sofreram perdas auditivas leves até pacientes que perderam o movimento de alguma parte do corpo em decorrência de grandes lesões cerebrais, medulares ou ortopédicas. Segundo a Ana Paula, o atendimento psicológico é importante, nesse contexto, pois auxilia o paciente a identificar os pensamentos negativos e a desenvolver percepções que o ajudem a se adaptar à nova vida.
A psicóloga observa, no entanto, que a dificuldade de adaptação não necessariamente tem a ver com a grandeza do problema, tanto que alguns pacientes conseguem passar pelas dificuldades com mais tranquilidade que outros, independentemente do tamanho do trauma que tenham sofrido. Ela avalia que essa dificuldade pode estar mais relacionada a fatores individuais, como características de personalidade, apoio familiar e suporte social.
“Muitos pacientes apresentam recursos próprios que são facilitadores da reabilitação, como comportamentos de flexibilidade frente às adversidades. A psicologia atua no empoderamento dos pacientes, motivando-os a buscar novas possibilidades em vez de focar no problema”, comenta.
Construindo o bem-estar
De acordo com a psicóloga Aline Francine Corrêa Vaz, da Unidade de Trabalho Neurológico Adulto, é preciso mudar a lógica de pensamento do paciente. Ela salienta que é comum, diante de algumas dificuldades, as pessoas desenvolverem distorções no modo de perceber a realidade, apresentando sentimentos negativos com relação a si mesmas e falta de perspectiva quanto ao futuro.
Ela explica que o modo como pensamos e sentimos influencia nosso comportamento, e o atendimento psicológico visa justamente auxiliar o paciente a encontrar meios de levar seus pensamentos e comportamentos para além das perdas vividas, encontrando novos objetivos. “O trabalho é sempre na direção da afirmação da vida”, esclarece.
Aline frisa que o bem-estar pode ser construído com hábitos diários e intencionais. Assim, os pacientes são estimulados a refletir sobre o que eles mesmos podem fazer para se sentirem melhor amanhã em vez de pensar sobre quanto estão infelizes hoje por causa do trauma que desestabilizou as suas vidas.
A psicóloga ensina que pequenas ações do dia a dia podem estar relacionadas ao aumento da satisfação pessoal, como expressar gratidão, reconhecendo o que é positivo; perdoar; cultivar o otimismo; realizar atividades físicas; práticas espirituais; evitar exigências excessivas consigo e com os outros; praticar a cortesia; cultivar relacionamentos; apreciar o presente, deixando de lado a tendência natural de sofrer pelas frustrações.
O assunto bem-estar e felicidade é tão importante para as pessoas envolvidas com reabilitação física que foi tema de palestra num evento recente, realizado pelo Crefes, para pacientes, acompanhantes e familiares. Na ocasião, foi ressaltado como as atitudes positivas são importantes para a recuperação.
“Nossa intenção foi desconstruir em nosso público a ideia da felicidade como algo que depende apenas de circunstâncias da vida, como ganhar na loteria, ter um melhor salário, casar, ter filhos, ou de fatores genéticos. Buscamos conscientizá-los acerca da capacidade que cada um possui de se sentir mais feliz a partir de atitudes positivas e ressaltamos que esse não é um caminho solitário. Algumas pessoas necessitam de uma motivação maior para mudança, como apoio familiar, social e profissional”, conclui Aline Vaz.
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Texto: Juliana Rodrigues
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