07/06/2018 16h34 - Atualizado em 07/06/2018 17h52

Sesa participa de inauguração do Ambulatório de Diversidade de Gênero do Hucam

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), como organizadora e orientadora das políticas de saúde em âmbito estadual, participou, nesta quinta-feira (07), da inauguração do Ambulatório de Diversidade de Gênero do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória. No ambulatório, são atendidos homens e mulheres que passaram pela mudança de sexo ou que desejam fazer a transição de gênero, e também as travestis. Segundo a referência da Área Técnica de Promoção da Equidade da Sesa, Júlio Cesar de Moraes, a solenidade marca a conclusão do processo de habilitação do ambulatório pelo Ministério da Saúde e o envio de recurso federal para custear os serviços ali ofertados, entre eles a terapia hormonal, que em breve será ofertada. 

“A gente vinha caminhando com o processo de habilitação desde 2015. A habilitação saiu de fato em fevereiro de 2018 e hoje é um momento simbólico de entrega, mas que tem uma importância fundamental porque dispara ações futuras. Por exemplo, hoje, o ambulatório funciona de forma aberta, ou seja, as pessoas vão até lá a procura de atendimento, mas precisamos começar a discutir a regulação desse atendimento. Começam a vir também as discussões sobre a participação do Estado e dos municípios na oferta da hormoneterapia, e também vamos levar para discussão com os municípios como fazer o caminho de volta com esses pacientes, levando-os para o território onde eles residem, para que outras demandas de saúde que eles tenham sejam atendidas pela Atenção Primária”, detalhou.

Segundo Júlio Cesar, além do atendimento clínico ofertado no ambulatório, o Hucam oferece a cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo) por meio de um convênio com a Secretaria de Estado da Saúde. Ele explica que não é uma regra, mas, geralmente, as demandas das travestis são mais voltadas para terapia hormonal e acompanhamento clínico, enquanto homens e mulheres trans demandam mais o procedimento cirúrgico. No caso do homem trans, por exemplo, a demanda cirúrgica pode ser pela mastectomia masculinizadora, que consiste na retirada das mamas e na confecção de um peitoral masculino, e pela pan-histerectomia total, que é a retirada do útero e dos ovários.

“Assim como os homens trans podem não querer o procedimento cirúrgico, as mulheres trans e as travestis também podem não querer, seja por ser um procedimento invasivo ou por outro motivo qualquer. Algumas podem desejar apenas adequar o seu corpo com o uso de hormônios, por exemplo, e ter o nome social alterado”, esclareceu.

Júlio Cesar, que trabalha diariamente com o movimento social que luta pela ampliação da oferta de serviços para essa população, ressalta que o atendimento ofertado no ambulatório é muito bem-vindo, mas que a percepção é de que há ainda muito a ser feito. “As pessoas também têm outras questões de saúde que envolve a Atenção Primária. Os homens trans que retiram as mama, mas ficam com o útero, por exemplo, vão ter que passar pelo serviço ginecológico dos municípios para fazer preventivo, ultrassom endovaginal e receber toda essa assistência. São homens com questões específicas para algumas áreas que ainda são do universo feminino. Mas eles devem ser tratados pelos profissionais de saúde como homens porque diante deles vai estar uma pessoa masculina”, esclarece Júlio Cesar.

Ele avalia que o fortalecimento do ambulatório com a habilitação do serviço vai ajudar muito a ampliar o atendimento a essas pessoas, possibilitando que esse tipo de discussão ganhe mais espaço na saúde. “Nosso ambulatório está entre os cinco já habilitados no Brasil. Agora precisamos acompanhar para que o serviço funcione da melhor forma possível, diminuindo os preconceitos, fazendo inclusão das pessoas, voltando com elas para o território onde elas residem, para que elas consigam também ter acesso aos serviços da Atenção Primária e ter suas demandas de saúde atendidas”, concluiu.

Além de Júlio César, participou do evento no Hucam o médico da Sesa Marcello Dalla, especialista em medicina de família e comunidade, que abordou, pela manhã, a perspectiva da Atenção Primária na mesa-redonda que debateu Os Desafios para a Integralidade da Assistência.

 

 

 

 

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