07/02/2019 10h51 - Atualizado em 07/02/2019 10h53

Sesa realiza treinamento para profissionais da saúde que atendem vítimas de violência sexual

Na tarde desta quarta-feira (06), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizou o primeiro treinamento do ano. A atividade tratou da Linha de Cuidados no Atendimento às Vítimas de Violência Sexual e incluiu a PEP- Profilaxia Pós Exposição ao HIV, seja por via sexual e ou por acidentes com material biológico de risco para profissionais de saúde (PEP Sexual e Biossegurança).

A ação foi direcionada a médicos, enfermeiros, psicólogos, dentistas, assistentes sociais, pedagogos e outros profissionais da saúde que realizam atendimentos a adultos e crianças vítimas de algum tipo de violência sexual. O objetivo do treinamento foi atualizar os conhecimentos sobre as legislações, fluxos e protocolos de atendimento, profilaxia pós-exposição sexual e material biológico de risco para HIV e hepatites B e C.

Promoveram o treinamento a Coordenação Estadual do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids e a Vigilância Epidemiológica de Causas Externas: Violências e Acidentes da Sesa.

A importância do acolhimento

Na abertura do evento, a referência técnica em Vigilância de Violências e Acidentes da Sesa, Edleusa Cupertino, falou sobre legislação e o fluxo de atendimento às vítimas de violência, e sobre a importância do acolhimento e um atendimento humanizado a essas pessoas, bem como orientar corretamente sobre a realização de denúncias.

A técnica destacou que alguns sinais apresentados pelas vítimas são indicativos de violência, como o afastamento do convívio social, a tristeza, o choro sem motivo, perda ou excesso de apetite, lesões físicas como manchas, intoxicação por medicamentos, lesões nas áreas genitais e, no caso específico de mulheres, as visitas assíduas às unidades de saúde com queixas vagas.

“A notificação é obrigatória e basta ter assinatura institucional, ou seja, o nome da unidade que atendeu e não do profissional. Sempre que ocorrer uma suspeita ou confirmação de um caso de violência sexual, deve-se notificar para a vigilância municipal local em até 24h e nos casos em que a violência sexual ocorreu antes de 72h, encaminhar esta pessoa imediatamente para um serviço de urgência e emergência para a medicalização visando evitar uma gravidez e ou a instalação de ISTs e até o vírus da AIDS”, explicou

Edleusa Cupertino destacou que  os profissionais da saúde têm muito a contribuir no enfrentamento da violência. “É preciso orientar a vítima adulta e consciente sobre a importância de fazer a denúncia na segurança Pública. Vale ressaltar que, no caso de criança, adolescentes e idosos a legislação exige que um relatório seja encaminhado imediatamente aos respectivos Conselhos”, frisou.

Os tipos de violência

A técnica da Sesa ressaltou ainda que há vários tipos de violência como a física (tapas, beliscões, arremesso de objetos, etc), as autoprovocadas (tentativa de suicídios, cutting), a psicológica (rejeição, discriminação, cobranças exageradas, assédio moral, bullying), negligência ou abandono e trabalho infantil, por exemplo.

Todas devem ser igualmente notificadas quando a vítima se tratar de população vulnerável: crianças, adolescentes, mulheres, idosos, população LGBTTI, indígenas e portadores de deficiências.

Profilaxia pós-exposição sexual

Também durante o treinamento, a ginecologista e referência técnica da Coordenação Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids da Sesa, Bettina Moulin Coelho Lima, falou sobre os protocolos de atendimento às vítimas de violência sexual e a importância da realização da PEP sexual. Durante sua fala, ela destacou que é preciso cumprir o que está determinado no protocolo de atendimento a essas pessoas e tentar, de alguma forma, melhorar esse atendimento, indo além do que o que está escrito.

Bettina também destacou sobre a necessidade da realização de uma profilaxia pós-exposição sexual não acontece apenas em casos de estupro, mas também em situações em que, mesmo quando o sexo é consentido, há uma ruptura do preservativo e riscos de contágio por alguma infecção sexualmente transmissível ou mesmo uma gravidez indesejada, por exemplo.

A referência técnica chamou atenção para a vulnerabilidade da criança vítima de violência sexual ser contaminada por uma IST. Outro dado apontado pela ginecologista é que 16% a 58% das mulheres vítimas de estupro são contaminadas por algum tipo de IST após a violência sexual.

Já a coordenadora Estadual do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids da Sesa, Sandra Fagundes Moreira, falou sobre o manejo no acidente com material biológico de risco para o HIV e hepatites, lembrando que é fundamental informar à população que todas as pessoas que são expostas a algum risco têm o direito ao atendimento e à medicação.

O encontro foi encerrado com a fala do coordenador Estadual de Hepatites da Sesa, Marcello Barbosa Leal, que falou sobre manejo no acidente com material biológico de risco para hepatite B.

O próximo treinamento realizado pela Coordenação Estadual do Programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids e a Vigilância Epidemiológica de Causas Externas para profissionais da saúde irá tratar sobre atendimento de crianças vítimas de violência sexual ou com exposição de risco. O encontro será voltado para profissionais e serviços que atendem crianças e vai acontecer no dia 14 de março, no auditório do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória.

 

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