22/09/2021 15h30 - Atualizado em 22/09/2021 18h17

Setembro Dourado: saiba a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil

A Secretaria da Saúde (Sesa), por meio do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg), em Vitória, com o apoio da Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (Acacci), promove, desta quarta-feira (22) até o próximo dia 29, dois momentos de sensibilização aos profissionais de saúde, com o objetivo de destacar a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.

As ações, que acontecerão das 10h às 12 horas, no auditório do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, fazem parte da campanha Setembro Dourado, que visa à conscientização da população sobre o câncer infanto-juvenil (CIJ). Além disso, também serão debatidos os avanços no manejo do paciente onco-hematológico.

Segundo Graziella Nunes, diretora do Hinsg, o diagnóstico precoce do câncer possibilita um tratamento mais brando e diminui a mortalidade e morbilidade infantojuvenil.

“A doença se diferencia do câncer de adulto em vários aspectos. Não tem relação com os fatores ambientais, por isso, não é passível de prevenção primária. Além disso, o câncer infantojuvenil tem velocidade de crescimento e de espalhamento maior, o que exige agilidade no diagnóstico e início de tratamento. Embora a atenção tenha que ser dada o tempo todo, no mês de setembro são feitas as orientações à população e aos profissionais de saúde quanto aos sinais e sintomas de alerta da doença e a importância do diagnóstico precoce. Também é a oportunidade de chamar atenção dos gestores de saúde para outras necessidades. Para o melhor desfecho no tratamento do CIJ é necessário: hospitais estruturados, exames em tempo hábil, registro de câncer, apoio psicossocial e ensino e pesquisa”, ressaltou a diretora.

A dona de casa Milena Farias Moreira Silvero, mãe das pequenas Melyssa e Liz, entende a necessidade do diagnóstico precoce, conhecimento dos sintomas e o apoio hospitalar. Sua filha mais nova, Liz Moreira Silvero, de 3 anos, recebeu o diagnóstico de leucemia no ano passado.  “Em meados de agosto ela ficou com um monte de petéquias no corpo, que são manchas marrom-arroxeadas. Numa madrugada de 23 a 24 de agosto, ela acordou chorando. Peguei ela no colo e o nariz sangrou. Eu e meu marido, achávamos que ela estava com alguma alergia por conta da obra que estávamos fazendo na casa”, contou.

O fato levou os pais a buscarem o hospital, onde receberam o diagnóstico e o apoio dos médicos e funcionários. “Eu nunca imaginei passar por algo assim. O câncer é uma doença que nos pega de surpresa e é muito mais perigosa do que imaginamos. Então, acho que o primeiro passo realmente é conhecer os sintomas. E se for constatado, pedir proteção. Costumo dizer que Deus permitiu tudo isso acontecer, mas nos enviou anjos maravilhosos para estarem nessa peleja conosco. Todos os médicos e funcionários foram muito amorosos, compreensivos e cuidaram da gente com muito carinho”, afirmou a mãe da criança.

 

Sintomas:

Os sinais e sintomas dependem da localização e do grau de espalhamento da doença. Geralmente vêm em conjunto, são persistentes e progressivos.

A leucemia, o grupo mais comum, pode apresentar sintomas como palidez, manchas roxas ou sangramentos inexplicados, além de febre de origem desconhecida de mais de sete dias de duração, dores no corpo, inapetência ou irritabilidade, dores ósseas ou articulares difusas.

Ínguas são frequentemente palpadas em crianças e costumam fazer parte de processos infecciosos. Ínguas suspeitas são grandes, confluentes, duras, indolores, fixas e sem evidência de causa infecciosa.

Vômitos e dores de cabeça, principalmente pela manhã, sinais neurológicos como diminuição de força, alteração da marcha ou da visão, podem sugerir tumor do sistema nervoso central, assim como aumento do perímetro craniano de forma anormal, em menores de 3 anos de idade.

Abordagem à família e tratamento:

Após a descoberta, é feita uma abordagem de forma sensível, honesta, clara e focada nas necessidades de cada paciente e sua família. Uma equipe multidisciplinar é formada para cada caso, sempre com a presença do oncologista pediatra, psicólogo, assistente social, enfermeiro e do residente em pediatria. É feito o agendamento da reunião, para os primeiros dias da internação, preferencialmente com a presença de todos os responsáveis legais pelo paciente, com a possibilidade da presença também de outro parente sugerido pela família.

O paciente, dependendo da idade, pode participar desta reunião, caso seja de sua vontade. Se não participar, uma abordagem específica para as suas necessidades, maturidade e grau de entendimento é feita posteriormente na presença de seu responsável legal.

Os familiares são encorajados ao diálogo com a equipe para que não fiquem dúvidas em relação ao diagnóstico, cuidados necessários com o paciente e plano de tratamento.

As terapias utilizadas para combater o câncer infantil compreendem a quimioterapia, cirurgia, radioterapia e até transplante de medula óssea. Cada tipo de câncer exibe sensibilidade e indicações específicas a apenas uma ou a todas as modalidades de tratamento. O Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG) é referenciado para atendimento oncológico infantojuvenil, sendo considerado Unidade de Alta Complexidade (UNACOM).

No total, estima-se aproximadamente 100 novos casos ao ano. Atualmente, 543 crianças estão em tratamento e/ou acompanhamento. Muitas crianças e adolescentes em tratamento são procedentes de todos os municípios do Estado e alguns do sul da Bahia e leste de Minas Gerais.

 

Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Sesa

Syria Luppi/ Kárita Iana/ Luciana Almeida/ Thaísa Côrtes/ Danielly Schulthais/ Ana Cláudia dos Santos

 

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