Dia Mundial de combate à LER: exercícios e adaptação de ambientes de trabalho podem prevenir a doença

Trabalhar sem comprometer a saúde. Esse é o objetivo da criação do Dia Mundial de Combate às Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), lembrado nesta sexta-feira (28). A iniciativa busca conscientizar a população sobre as medidas preventivas para evitar essas doenças, que podem causar incapacidade temporária e até problemas emocionais aos trabalhadores.
A prevenção dessas doenças laborais é possível com a melhora das condições dos ambientes de trabalho e com a implementação de programas direcionados à prática de atividades físicas nas empresas. A realização de exercícios de alongamento, de fortalecimento muscular e atividades aeróbicas, recomendados para melhorar a resistência física e prevenir sobrecargas, podem contribuir para a redução da incidência dessas lesões.
“As LER/DORT estão associadas a condições específicas de trabalho e representam um dos maiores desafios para a saúde do trabalhador no Brasil. Essas doenças decorrem de movimentos repetitivos, posturas inadequadas e sobrecarga física, afetando o sistema musculoesquelético e nervoso, por isso, a importância dessa data, para que os empresários(as) possam promover espaços mais seguros, com menos afastamentos de trabalho e com menos doentes”, afirmou o coordenador do Núcleo Especial de Vigilância em Saúde do Trabalhador, Frederico Felipe Costa Tebas de Freitas.
As medidas de prevenção na rotina laboral como ação de cuidado com a saúde do trabalhador estão previstas na Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT), que apresenta estratégias e recomendações para o atendimento dos profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Uma das frentes de trabalho da Secretaria da Saúde é a Inspeção Sanitária em Saúde do Trabalhador, conduzida pelas equipes de Vigilância em Saúde do Trabalhador, que verificam as condições ergonômicas e organizacionais nos locais de trabalho. Diante desse cenário, a equipe que realiza as inspeções faz uma análise criteriosa das condições laborais e, quando necessário, recomenda adaptações nos ambientes e processos de trabalho para minimizar os fatores de risco associados ao desenvolvimento de LER/DORT”, explicou Freitas.
As inspeções acontecem a partir de denúncias dos trabalhadores na Ouvidoria do SUS (LINK), por pedido do Ministério Público e mediante análise do perfil epidemiológico do território, onde são identificadas áreas de risco para a saúde do trabalhador.
Casos
De acordo com ele, os casos de LER e DORT são subnotificados, uma vez que há poucos registros dessas doenças, sobretudo pela rede privada de saúde. Segundo o Sistema e-SUS VS, há 1.040 pessoas diagnosticas com essas doenças, de 2020 a 2024. A análise dos registros indicou que os municípios com maior número de notificações no sistema foram Vila Velha, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus e Colatina.
Das 1.040 pessoas com LER ou DORT, 99% relataram sentir dor persistente. Em 29% dos casos, essas doenças provocaram incapacidades temporárias. 54% deles apresentaram limitação para exercer suas atividades laborais. A idade média dos trabalhadores afetados com LER ou DORT foi de 45 anos, sendo a maioria (62%) do sexo masculino.
As ocupações com mais registros da doença no Estado são pedreiro, agricultores e conferentes de carga e descarga.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da LER e do DORT incluem dores musculares persistentes, fadiga, formigamento, perda de força e limitação dos movimentos. Quando não identificadas e tratadas precocemente, essas condições podem evoluir para quadros crônicos, dificultando a reabilitação e prolongando o afastamento do trabalho.
Além disso, podem contribuir para o surgimento de problemas emocionais, como estresse e depressão, reduzindo significativamente a qualidade de vida dos afetados.
Tratamento
Ao identificar sintomas da LER ou do DORT é importante que a pessoa busque a unidade de saúde mais próxima de casa, em sua cidade. O SUS disponibiliza tratamento e medicações. Se houver necessidade de ajuda especializada, a unidade de saúde encaminha o paciente para o atendimento disponível no município ou na região de saúde.
Em alguns casos, o tratamento da LER e do DORT poderá exigir uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e educadores físicos.
“O suporte integrado permite uma reabilitação mais eficaz, promovendo a qualidade de vida do trabalhador”, informou Freitas.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos