Evento “Zoonoses Days” destaca a importância da abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental

Com foco no conceito de “Uma Só Saúde”, que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, a Superintendência Regional de Saúde de Vitória (SRSV), por meio do Núcleo de Vigilância em Saúde (NVS), realizou nos dias 02 e 09 de outubro, o Webinário “Zoonoses Days”. Em dois dias de evento, 250 profissionais da Vigilância, Assistência e demais áreas da saúde de todo o Estado debateram sobre o fortalecimento da integração entre as equipes.
Organizado pelo Grupo Técnico de Zoonoses, representado pelas médicas-veterinárias Isabella Cosmo e Beatriz Bergmann, e pela enfermeira Thayrine Bredoff, o encontro marcou também a oportunidade para atualização dos conhecimentos sobre a prevenção e o controle das doenças que afetam tanto humanos quanto animais.
O subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, destacou que o evento é oportuno, uma vez que contribui para avaliar o enfrentamento das zoonoses, doenças que passam dos animais para as pessoas, com uma abordagem integrada e conjunta, chamada agora de saúde única.
“É muito importante que os profissionais de saúde, principalmente da medicina veterinária, trabalhem juntos a outras equipes, porque isso contribui para a detecção de surtos de forma mais precoce, ajudando a evitar epidemias, proporcionando o controle de vetores com mais eficiência, que é o carro-chefe aqui do Estado, principalmente dos reservatórios, focando no controle do Aedes aegypti”, afirmou.
O subsecretário também ressaltou que, em relação às arboviroses, a integração, de forma coordenada, favorece o melhor uso dos recursos públicos. “Isso também ajuda as práticas sustentáveis, garantindo um equilíbrio entre as áreas. Essa união de esforços entre todas as equipes faz uma diferença muito grande para o enfrentamento eficaz dessas doenças. Esse reconhecimento em relação ao cuidado com as pessoas, que intimamente está ligado aos animais e a todo ecossistema, é primordial para a condução de um trabalho mais efetivo”, explicou.
Abordagem integrada
A médica-veterinária do NVS/SRSV, Isabella Cosmo da Silva, apontou que as zoonoses representam cerca de 70% das doenças emergentes no mundo. O Espírito Santo já vivenciou episódios importantes, como a morte de primatas e os casos de febre amarela no surto em 2018, conforme explicou a médica-veterinária, ressaltando a importância de um debate permanente, com foco na prevenção. “Atualmente, temos registrado casos de raiva em herbívoros e morcegos, além de um cão com raiva na região Sul, doença com mais de 99% de letalidade e que reforça cada vez mais a importância da vacinação animal e da profilaxia humana”, alertou.
Em 2024 foram realizados 13.790 atendimentos antirrábicos na Região Metropolitana. No mesmo ano, o Estado registrou 54 casos e sete óbitos por febre maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela. Além disso, a Regional Metropolitana de Saúde vem trabalhando nas investigações de leishmaniose visceral canina em parceria com os municípios receptivos, aqueles em que já foi encontrado o vetor transmissor da leishmaniose.
“Esses cenários é que nos motivaram a buscar capacitação técnica para a abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental para os profissionais da saúde”, explicou a médica-veterinária.
Quem participou
O evento contou com a participação do especialista em doenças parasitárias e zoonoses, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Marcelo Bahia Labruna; professora do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Ingrid de Mello, que abordou o conceito de ‘Uma Só Saúde’; Amanda Miranda, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que tratou da esporotricose; e Bianca Afonso, especialista em sanidade de primatas.
Já as atualizações sobre raiva animal e atendimento antirrábico humano ficaram, respectivamente, com Luiz Carlos Barboza Tavares, do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) e Raphael Lubiana Zanotti, médico do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde (Sesa). Também participaram no tema leishmaniose, a professora e pesquisadora Rafaella Albuquerque e Silva e Augusto Marchon Zago, médico- veterinário, referência técnica de leishmaniose na Regional Central de Saúde.
Entre os resultados provenientes do encontro, estão as novas parcerias entre a Sesa e instituições de ensino e pesquisa e a doação de armadilhas para captura dos vetores da leishmaniose para a Regional Metropolitana de Saúde, anunciadas pela representante do Ministério da Saúde, além de um treinamento sobre manejo de morcegos em áreas urbanas, que será ministrado pelo representante do IDAF.
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