25/09/2024 17h30

Médicos e técnicos da área de saúde da Regional Metropolitana recebem capacitação para a prevenção e o controle da Febre Maculosa

A Superintendência Regional de Saúde de Vitória (SRSV), por meio do Núcleo de Vigilância em Saúde (NVS), realizou o ciclo de capacitações sobre a Febre Maculosa. A ação é voltada para médicos e técnicos da área da saúde que atuam nos 23 municípios que integram a Regional Metropolitana de Saúde.

Durante as capacitações foram discutidos os aspectos da ecoepidemiologia do agravo a fim de se obter o controle ambiental e ações de educação e saúde.

Além disso, foram realizados estudos de casos para diagnóstico diferencial da Febre Maculosa, tendo em vista que o diagnóstico precoce da doença é fundamental para obter êxito no manejo clínico da doença.

Para a médica sanitarista Adalzira Pagani, que ministrou as aulas presenciais, é importante trabalhar e reforçar com os profissionais de saúde sobre o diagnóstico precoce da Febre Maculosa, uma vez que se trata de uma doença que tem alta letalidade.

“É extremamente importante realizar anualmente esses encontros com os municípios da Regional Metropolitana de Saúde abordando todos os aspectos da Febre Maculosa. Este é, sem dúvida, o melhor caminho para trabalhar a prevenção, o controle da doença e a redução de óbitos”, destacou.

Mais de mil médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, agentes de vigilância ambiental e de endemias, entre outros, participaram das aulas realizadas de forma presencial pela médica sanitarista entre 2023 e 2024. Este ano, além daqueles que compareceram para atualização, o encontro oportunizou a participação de profissionais que no ano passado não puderam comparecer.

 

Dados Febre Maculosa

Segundo dados da Secretaria da Saúde (Sesa), em 2023 foram 851 notificações de Febre Maculosa no Espírito Santo, sendo 35 casos confirmados e nove óbitos distribuídos nos municípios de Barra de São Francisco; Cachoeiro de Itapemirim; Colatina; Conceição da Barra; Itapemirim; Jaguaré; São Gabriel da Palha e Sooretama.

Em 2024, até a primeira quinzena de setembro, foram 421 notificações, 21 casos confirmados e sete óbitos, distribuídos por Marataízes; Colatina; São Roque do Canaã; Jaguaré e Linhares. O período de sazonalidade da doença no Espírito Santo é de julho a outubro.

 

Fique atento aos sintomas

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso, é muito importante que a população esteja alerta, pois os sintomas da Febre Maculosa podem ser confundidos com outras doenças. “Ao suspeitar da doença, principalmente em caso de febre repentina, dor de cabeça, dor no corpo esse tiver frequentado locais de risco e observado a presença de carrapatos, o melhor caminho é procurar imediatamente um médico. Além disso, é importante que ao frequentar áreas com a presença de carrapatos, a pessoa faça uso de repelente e lembre de realizar uma análise no mínimo a cada hora para verificar se há presença de carrapatos no corpo ou na roupa”, disse o subsecretário.

Além de repelente, Orlei Cardoso também ressalta que pessoas que trabalham em áreas de risco precisam obrigatoriamente usar roupas de manga comprida ou qualquer outro meio de proteção, evitando que os carrapatos adentrem as roupas.

Além disso, ele orienta que antes de chegar em casa, é essencial deixar as roupas e os calçados do lado de fora, evitando carregar o vetor para dentro da residência, colocando em risco a família. E reforça que, caso perceba a presença de carrapatos, a pessoa deve ferver as roupas ou colocá-las no congelador por no mínimo 24 horas, “o que contribui para matar os carrapatos aderidos”, informou.

 

Sobre a Febre Maculosa

A transmissão da Febre Maculosa ocorre principalmente por meio de picadas de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. É comum encontrar esses carrapatos em capivaras, que é um hospedeiro secundário do carrapato-estrela (Amblyomma sculptrum), que causa a Febre Maculosa.

O carrapato-estrela, considerado o reservatório da bactéria, pica uma capivara suscetível, que não havia sido contaminada anteriormente e a partir daí se contamina. Essa, por sua vez, contamina os outros carrapatos-estrela que estiverem aderidos à sua pele, que são trioxenos e utilizam três hospedeiros para completar seu ciclo de vida: descem da capivara, fazem uma troca de pele para crescer e sobem em outros hospedeiros para um novo repasto sanguíneo que pode ser um humano.

A partir do momento que o carrapato parasitado infecta o ser humano, este passa a apresentar sintomas entre o 2º até o 14º dia após a exposição ao vetor. Os principais sintomas são febre alta súbita, dor no corpo e de cabeça, mal-estar generalizado, prostração, náuseas e vômitos. É importante destacar que a letalidade da doença é alta e toda a atenção é necessária para evitar o seu agravamento e até um possível óbito.

Outros animais também podem atuar como hospedeiros do carrapato-estrela infectado pela bactéria que causa a doença, como gambás, coelhos, equinos, sendo a capivara o principal animal da cadeia de transmissão da doença, contribuindo para a manutenção na natureza dos carrapatos-estrela. Mas, lembre-se, as capivaras, assim como os outros animais, não são as vilãs da Febre Maculosa, pois não transmitem a doença para o homem. A transmissão ocorre pela picada no ser humano do carrapato-estrela infectado.

É importante que os municípios façam a vigilância acarológica desses ambientes, instalando avisos nos locais com circulação de capivaras e provável presença de carrapato-estrela para que a população fique alerta quanto aos riscos.

Não existem estudos científicos comprobatórios a respeito dos benefícios do banho de fumo, muito comum no interior para matar carrapatos, e nem do uso do tição em brasa, que, ao contrário, pode trazer mais riscos, pois ao se defender o carrapato-estrela expõe o conteúdo contaminado. Em caso da utilização da pinça, um meio utilizado com frequência, também é preciso cuidado na hora de torcê-lo e puxá-lo. O que evita de fato a doença é retirá-lo o quanto antes da pele, já que são necessárias pelo menos quatro horas para que a pessoa seja infectada.

 

Informações à Imprensa:

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