A alta hospitalar para bebês que permanecem internados após o nascimento pode representar o maior presente de Natal para uma mãe. E esse sonho pode se tornar realidade para Sonia Cléia Damasceno, mãe do Davi que nasceu com apenas 28 semanas e 845 gramas na maternidade de alto risco do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. A família está na expectativa para comemorar a data bem pertinho dele, pois a previsão é de que ele receba alta antes do dia 25 de dezembro. 

O bebê, agora com quase três meses, nasceu prematuro extremo e com dificuldade de respirar, mas está recebendo toda assistência para uma boa recuperação. “O Davi foi um guerreiro. Todos os dias é um novo desafio e ele tem superado todas as etapas. Na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN), por nascer com 28 semanas e 5 dias, teve que enfrentar enormes desafios: ajuda de aparelhos e medicações para respirar, para se alimentar, incubadora para se manter aquecido, enfim, cada dia era uma batalha a ser vencida e ele respondeu bem ao tratamento, crescendo e se desenvolvendo. Agora está um menininho muito esperto”, avalia a pediatra Flavia Maulaz Barcelos Rodrigues.

 O tempo de internação de Davi não foi solitário, ao contrário, a mamãe permaneceu 24 horas ao seu lado. A Sonia movimentou o setor, estreitou os laços de amizade com todos e envolveu os demais acompanhantes. No dia em que o bebê completou o seu primeiro mês, ela trouxe lembrancinhas para agradecer às equipes e cantou parabéns para ele.

 “As equipes trabalham com tanto amor, com tanta dedicação que nós temos que agradecer sim. Se o Davi está aqui hoje é porque eles têm cuidado dele, meu filho é uma benção de Deus e eu gostaria que todos os papais e mamães tivessem fé que tudo vai melhorar”, conta Sonia Cléia Damasceno.

 Nesse período de internação, o momento mais emocionante foi justamente o Dia das Crianças. A data foi lembrada pela Sonia com um presente para todos os bebês internados na UTIN e UCIN e seus acompanhantes. Ela reuniu um grupo de amigos, que se dividiu para comprar mais de 40 ursinhos de pelúcia para as crianças, além disso, os voluntários escreveram 40 cartinhas para os pais dos bebês.

 “A vida dos pais que têm crianças internadas é muito difícil. A gente precisa se dividir entre a nossa casa e o nosso filho que está longe. O sentimento de impotência e tristeza toma conta muitas vezes e foi pensando nisso que eu pedi para os amigos escreverem, cada um, uma cartinha. As palavras-chave seriam 'fé, esperança e amor'. Quando eles receberam, você não pode imaginar a reação”, lembra Sonia Damasceno.

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