A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realiza, nesta sexta-feira (10), o I Fórum Estadual de Saúde Bucal na Atenção Primária à Saúde. A expectativa é de que o encontro reúna pelo menos 200 profissionais, entre cirurgiões dentistas, referências técnicas da atenção primária, coordenadores de saúde bucal dos municípios, auxiliares e técnicos em saúde bucal, além de gestores municipais, Conselho Regional de Odontologia do Espírito Santo (CRO-ES), Sindicato dos Odontologistas do Estado do Espírito Santo (Sinodonto-ES) e faculdades de odontologia do Estado.

A referência técnica estadual da Rede Saúde Bucal, Simone Dorna, conta que dentre os objetivos do encontro estão o estímulo à discussão sobre a saúde bucal no Espírito Santo, incluindo neste debate o decrescente alcance de cobertura pelas equipes de saúde bucal na atenção primária e a necessidade de se motivar e conquistar aliados no processo de promoção de saúde bucal. Ela enfatiza que é necessário mudar os hábitos prejudiciais – como ingestão de alimentos açucarados – para hábitos saudáveis de higiene bucal – entre eles maior frequência e qualidade da escovação dentária –, hábitos esses que contribuem para a saúde dos dentes, da boca e, consequentemente, para que cada cidadão tenha mais saúde de forma geral.

“A cobertura de saúde bucal tem caído não só no Espírito Santo, mas no Brasil inteiro, em função da crise econômica. Com esse Fórum, queremos estender a discussão sobre as demandas de saúde bucal a todos os municípios do Estado e, a partir disso, estreitar o diálogo, realizando um apoio institucional com mais qualidade. Esse debate irá subsidiar os planejamentos e as ações de saúde bucal, para que haja maior efetividade na prestação dos serviços odontológicos”, comenta a referência técnica estadual da Rede Saúde Bucal, Simone Dorna.

O atendimento especializado em saúde bucal, por exemplo, é ofertado pelos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), administrados pelos municípios com recurso federal. Esses serviços oferecem diagnóstico bucal com ênfase no diagnóstico e na detecção do câncer de boca; periodontia especializada; cirurgia oral menor (tecidos moles e duros); endodontia (tratamento de canal) e atendimento a pessoas com deficiência (PCD).

Segundo Simone Dorna, o Espírito Santo conta com 12 CEOs. Ela explica que para abrir um CEO, o município recebe um incentivo do governo federal de R$ 60 mil, para construção, ampliação, reforma e aquisição de equipamentos odontológicos, e um custeio mensal que varia de acordo com o número de cadeiras odontológicas. São R$ 8.250,00 para CEO com até três cadeiras; R$ 7.500,00, de quatro a seis cadeiras; e R$ 19.250,00, acima de sete cadeiras. E cada Centro deve produzir um quantitativo mensal de atendimentos em cada uma das especialidades disponíveis, o que é avaliado e monitorado quadrimestralmente.

A referência técnica ressalta que o tratamento odontológico devolve saúde bucal à pessoa, resgatando e aumentando a sua autoestima, uma vez que ter uma boca saudável melhora o convívio social do indivíduo e, consequentemente, dando a ele mais chances de conseguir um emprego, por exemplo. “Para tanto, é necessário, que o cidadão seja alcançado por ações preventivas em seu tratamento odontológico, seguindo as orientações de saúde bucal passadas pela equipe que o atendeu, e que ele finalize o seu tratamento para entrar num processo de monitoramento, ou seja, de retorno ao serviço de saúde para ser acompanhado pelo menos duas vezes por ano”, detalhou.

O I Fórum Estadual de Saúde Bucal na Atenção Primária à Saúde será realizado das 8h às 16h30, na Faculdade Multivix, em Vitória. Quem fará a abertura do encontro é a coordenadora-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Lívia Maria Almeida Coelho de Souza, que falará sobre a nova Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), aprovada em setembro deste ano e que estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Já a referência técnica estadual da Rede Saúde Bucal, Simone Dorna, falará sobre a situação da saúde bucal no Espírito Santo.

Rede de atendimento

De acordo com Simone Dorna, para ter atendimento odontológico, o cidadão deve ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa.  Após finalizar o tratamento inicial, caso o atendimento que ele necessita não seja realizado no local, o serviço fará o encaminhamento do paciente para um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), também administrado pelo município com recurso federal.

Pessoas com deficiência (PCD), quando necessitam de atendimento odontológico sob sedação, são encaminhados para a o Hospital Estadual Infantil e Maternidade de Vila Velha, quando têm até 18 anos de idade, e para o Hospital Estadual Dório Silva, na Serra, ou para a Santa Casa de Misericórdia de Vitória, quando têm mais de 18 anos.

Segundo ela, o SUS oferece serviços odontológicos, como cirurgias bucomaxilofaciais, para vítimas de acidentes e traumas (nos Hospitais Estaduais Jayme Santos Neves, na Serra; Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha; e São Lucas, em Vitória); cirurgia ortognática (Santa Casa de Misericórdia de Vitória). Além disso, o Governo do Estado mantém contrato com a Santa Casa de Misericórdia de Vitória para atendimento dos pacientes com disfunção temporomandibular desde 2016.

Programação

8h: Abertura

8h15: Mesa de Abertura

9h às 10h: A Situação da Saúde Bucal no Espírito Santo – nova Política Nacional da Atenção Básica (PNAB)                       

10h às 11h: A Saúde Bucal no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-ES)

11h às 11h30: Saúde Bucal na Planificação da Atenção em Saúde

12h: Intervalo para almoço

13h às 13h50: Percepção do Usuário e Melhoria na Qualidade de Vida                                                         

14h às 15h: Mesa-redonda: Urgência Odontológica na Atenção Primária à Saúde

15h às 16h: Mesa-redonda: Desafios e Potencialidades da Saúde Bucal na Atenção Primária à Saúde

16h30: Encerramento

Informações à Imprensa

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