O banho na praia, piscina ou o uso de aparelhos de ar-condicionado e ventilador para amenizar o calor podem gerar algumas dúvidas para os pais no verão. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) oferece algumas orientações para não deixar que os pequenos fiquem doentes nesse período mais quente e destaca que as oscilações de temperatura não provocam doenças. 

A pediatra Bruna Lopes Pereira, do Hospital Estadual Infantil de Vitória, explica que as crianças acabam sentindo mais incômodo com o calor do que os adultos, podendo até se desidratar mais facilmente por estarem sempre em movimento, principalmente entre 1 e 2 anos. “Para amenizar o desconforto do calor podem ser usados ventiladores e ar-condicionado, mas é válido lembrar que não se deve direcionar o vento para a criança e é preciso cuidar sempre da limpeza dos filtros do aparelho, ou seja, sempre usar o bom senso”, orienta a médica. 

Muitos pais podem associar o aparecimento de doenças respiratórias com o uso desses aparelhos. No entanto, de acordo com a pediatra, esse tipo de doença é mais comum no inverno e outras, como infecção de garganta, gripe e resfriado, são causadas por vírus e bactérias e não têm relação com a variação de temperatura. 

Segundo a médica do Hospital Estadual Infantil de Vitória, o que na verdade pode comprometer a saúde da criança são as alterações de rotina. “As crianças que não dormem e não se alimentam bem, por exemplo, devido à mudança da rotina nas férias, têm a imunidade reduzida. Isso deixa o corpo suscetível a doenças. Por isso, é necessário por limite nos menores, principalmente nesta época”, diz. 

E se as crianças são mais sensíveis ao calor que os adultos, com o frio a sensação se repete. Por isso, se elas forem passear ao ar livre e forem expostas a ventos mais fortes, é importante vesti-las com roupas cobertas, como camisetas e bermudas. Na hora de dormir a orientação é a mesma: elas devem usar roupas de mangas compridas devido à temperatura mais baixa à noite. O indicado é usar tecidos leves, de fibras naturais de algodão, sem ser sintéticas. ”Os recém-nascidos, por exemplo, sentem mais frio. Então ao vesti-los se deve pensar que eles necessitam sempre de uma peça de roupa a mais”, comenta a pediatra Bruna Lopes Pereira. 

Água e sol 

A pediatra orienta que para se expor ao sol se deve evitar o horário entre 10 e 16 horas para qualquer faixa etária. Os bebês de até 6 meses não podem, ainda, usar o protetor solar, por isso é necessária a proteção mecânica, com o uso de chapéu, guarda-sol, roupas com proteção contra a radiação ultravioleta e um período curto de exposição. Já para as crianças acima dessa idade, além da proteção mecânica, se deve aplicar o protetor solar a cada duas horas, ou até antes do horário se a criança suar ou se molhar. 

Outra dica importante, no caso das crianças, é que a hidratação independe da temperatura. A temperatura da água ou do suco pouco importa, o relevante é a quantidade a ser ingerida. O suco mais indicado é o natural, por conter um teor de açúcar reduzido; sucos artificiais contêm maior teor de açúcar e não saciam a sede. “O importante é sempre dar bastante água para a criança tomar e se manter hidratada”, comenta a pediatra Bruna Pereira. 

Como cuidar do seu filho no calor 

- Usar ventilador e ar-condicionado pode amenizar o calor, mas deve-se ter bom senso e não direcionar o vento para a criança;

- Dar bastante líquido para os pequenos, preferencialmente água;

- Ainda que protegidas, as crianças devem ficar expostas ao sol por pouco tempo. Em crianças de até 6 meses, use somente proteção mecânica, como chapéu, guarda-sol e roupas que tenham proteção contra radiação ultravioleta;

- Acima dessa idade, aplique também protetor solar;

- As crianças devem, de preferência, ficar à sombra, pois a pele delas são mais sensíveis que a dos adultos;

- Vista os pequenos com roupas de tecidos leves e fibras naturais.

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Texto: Rodrigo Croce
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