Com o objetivo de trazer para a discussão o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, que foi no último dia 15 de junho, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promoveu, na manhã dessa quarta-feira (10), o Fórum sobre Proteção e Prevenção de Violência Contra a Pessoa Idosa. O evento aconteceu no auditório da Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp), em Vitória.

Segundo a referência técnica estadual da Saúde do Idoso, Livia Terezinha Devens, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 16% da população idosa no mundo sofre algum tipo de violência, e apenas 4% deles fazem a denúncia. “Por isso a importância desta data, que visa a dar visibilidade à temática e debatê-la. É preciso levantar a bandeira de conscientização contra a violência da pessoa idosa”, defendeu.

Livia Devens explica que os principais tipos de maus-tratos contra essa população são os financeiros, físicos, psicológicos e medicamentosos. Muitos idosos, afirma, não denunciam por medo de retaliação, por pensar que irão causar problemas ao agressor, ou por estarem mentalmente incapazes ou, ainda, por vergonha.

“O Brasil envelheceu em 20 anos. A situação da velhice é propícia à violência e por isso, dependemos que as pessoas jovens comecem a pensar que elas estão envelhecendo e que precisam pensar em cuidados adequados”, disse.

Durante o evento, a referência técnica estadual em Vigilância de Violências e Acidentes, Edleusa Cupertino, mostrou as condições apontadas no banco de dados da Saúde em relação à população idosa.

“Viemos não só mostrar, mas também provocar a sociedade para que todos estejamos unidos no enfrentamento da violência contra o idoso. Quanto mais a gente dialoga, mais observa sinais e sintomas de violência, que nem sempre são colocados, pois muitas vezes não sabem disso ou não podem dizer”, pontuou.

De acordo com dados da Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes, de janeiro a maio deste ano, os óbitos por causas externas na população idosa residente no Espírito Santo são decorrentes de quedas, com 137 registros somando as idades entre 60 e mais de 80 anos; acidentes de transportes, com 53 registros e; homicídios, com 24 registos. As categorias “outros acidentes” e “eventos cuja intenção é indeterminada”, tiveram, respectivamente, 65 e 49 registros. 

O evento foi realizado graças a uma parceria entre a Vigilância Epidemiológica, o grupo de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes e a Atenção Primária, e a área técnica da Saúde da Pessoa Idosa. O Fórum contou com palestras que abordaram assuntos como as causas externas mais comuns na população idosa, como prevenir e proteger a população idosa, a importância do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDDIPI) e a violência no trânsito.

Além disso, recebeu referências técnicas municipais da Grande Vitória e do interior do Estado, como dos municípios de Vila Valério, Pancas, Santa Teresa, Venda Nova do Imigrante, Linhares, Sooretama, Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e São Gabriel da Palha.

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