10/02/2009 17h01 - Atualizado em 23/09/2015 13h23

Dengue tem forte tendência de alta e número de notificações em 2009 aumenta

A quantidade de notificações reportadas em 2009 aponta que o ciclo da doença tem tendência de crescimento rápido a partir de janeiro. Nos últimos dois anos, esse período iniciou em março. Este foi o assunto que reuniu, nesta terça-feira (10), a imprensa capixaba em coletiva com o secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tozi, na Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

Também estiveram presentes o secretário de Saúde de Vitória, Luiz Carlos Reblin, o secretário de Saúde de Cariacica, Paulo Reblin, o subsecretário de Estado da Saúde de Regulação e Assistência, Francisco José Dias, e a consultora Estadual do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Vânia Beatriz Viana.

Segundo Anselmo Tozi, o Estado vive atualmente um início de explosão do número de casos da doença. “Nesta última semana de janeiro, o Estado teve 1.011 casos. Mesmo com todo o trabalho que estamos realizando dentro dos municípios, esse número está crescendo rápido e daqui a algumas semanas atingiremos o pico da doença”, adiantou o secretário.

Isso porque o transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, depende de condições climáticas ideais para se reproduzir, como chuva e calor intenso, o que ocorreu ainda no final do ano passado com as fortes chuvas.

O monitoramento da Sesa registrou 3.212 notificações da doença em janeiro de 2009, sendo a média por semana de 803 notificações. Em dezembro último, o número médio de suspeitas da enfermidade foi de 385.

A Sesa iniciou as ações de prevenção, ainda em 2008, com a criação do Projeto Espírito Santo Enfrentando a Dengue. O Estado investiu R$ 170 mil na capacitação de mais de 900 profissionais de saúde. Mais R$ 1 milhão foi usado na renovação de carros UBV (popularmente conhecidos como carros-fumacê) disponibilizados pelo Estado aos municípios em situação de emergência. Só para campanhas educativas, foi destinado mais R$ 1,1 milhão.

Hidratação salva



O secretário destaca a importância da hidratação nos pacientes com suspeita da doença. “Ao primeiro sinal de sintoma, o paciente deve iniciar a hidratação, imediatamente, ainda em casa, e continuar o atendimento e transferência, se for o caso”, afirmou.

Para que isso aconteça, a sugestão dos técnicos é que as próprias unidades de saúde - com o auxílio de voluntários, estudantes de medicina e enfermagem e agentes comunitários de saúde - promovam sempre e de imediato a hidratação oral para todos os pacientes com suspeita da doença.

A orientação e informação à população estão entre as prioridades. O Ministério da Saúde vai disponibilizar outdoors nos bairros mais atingidos. Esses locais serão alvo ainda de uma campanha de conscientização que será veiculada nas principais rádios do Estado. Haverá ainda distribuição de cartilhas e fôlderes.

Além disso, a Sesa vai disponibilizar semanalmente os dados atualizados de notificação da doença de todos os municípios do Estado às quintas-feiras.

Secretaria de Saúde alerta municípios

Supervisões realizadas pelo Estado e pelo Ministério da Saúde (MS), bem como avaliações dos próprios municípios, durante o mês de janeiro, identificaram pontos que não estão sendo executados conforme o preconizado. Os principais são o combate ao vetor, a vigilância dos casos suspeitos, a organização da rede de assistência ao doente e a mobilização da sociedade para a eliminação dos focos do Aedes aegypti – quatro eixos essenciais para o combate à dengue.

Um aspecto que deve ser aprimorado é a vigilância epidemiológica municipal, responsável por detectar surtos e epidemias. A principal ferramenta para esse monitoramento é o sistema de informação, que deve ser alimentado no prazo de uma semana. Entretanto, o fluxo pouco ágil entre as fontes notificadoras dos casos e a equipe de consolidação das informações contribuem para o atraso e morosidade nas ações de bloqueio de transmissão.

A rede de assistência ao doente, composta pelas unidades de saúde, deve garantir o atendimento de todo paciente suspeito de dengue, mesmo aquele sem consulta marcada. O protocolo de manejo clínico do MS prevê, no mínimo, a realização da prova do laço, aferição da temperatura e da pressão arterial (esta, em duas posições), bem como a notificação do caso.

Além disso, as ações de combate ao mosquito ficaram comprometidas com a alta rotatividade ou número insuficiente de agentes (o ideal é um para cada 800 a 1.000 domicílios) em alguns municípios. Isso foi causado principalmente devido ao período transição eleitoral. O município deve ainda ter organizado a coleta e análise regulares de exames - como hemograma, e estoque estratégico de medicamentos para situações emergenciais (analgesia e hidratação).

Sesa e gestores municipais se mobilizam no combate à dengue

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em conjunto com consultores do Ministério da Saúde (MS), acionou um plano de ações emergenciais para o combate à dengue nos municípios do Espírito Santo. Desse encontro, realizado na última semana, também foi composta uma equipe da força-tarefa estadual, com técnicos estaduais da Vigilância Ambiental, Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária e Gestão Hospitalar.

O grupo vai se dividir, durante toda esta semana, em visitas às regionais do Estado a fim de verificar com os gestores Municipais da Saúde as deficiências operacionais mais emergenciais, como recursos humanos, medicamentos, capacitação e material informativo. A partir daí, serão tomadas as medidas necessárias para garantir os recursos com prioridade de atendimento à população nas Unidades Municipais de Saúde e hospitais da rede pública.

Também estarão presentes os diretores e coordenadores de hospitais e Unidades Básicas de Saúde, representantes de conselhos municipais de saúde, de organizações sociais, do Ministério Público e presidentes das câmaras municipais. O objetivo é mobilizar toda a sociedade.

Na última semana, os secretários Municipais de Saúde da Região Metropolitana se reuniram com os profissionais da Sesa e do MS. Eles receberam as primeiras diretrizes para dar prioridade ao combate à dengue. Para garantir que isso aconteça, os gestores receberam orientação para compras de emergência e para se estruturarem com o objetivo de garantir o atendimento à população com prioridade para a assistência.

E nesta segunda-feira (9), houve um encontro dos técnicos e gestores estaduais com os diretores e coordenadores dos hospitais filantrópicos do Espírito Santo. Na pauta, foi incluída a assistência aos pacientes com suspeita da dengue, prioridade do plano traçado.

Data das reuniões da força-tarefa com os gestores municipais

* 11 (quarta) – Macrorregião Vitória

* 12 (quinta) – Microrregião Cachoeiro do Itapemirim e de Guaçui

* 16 (segunda) – Microrregião de Colatina

* 17 (terça) – Macrorregião de São Mateus

Orientações da Sesa aos municípios

Durante todo o mês de janeiro, a Sesa realizou reuniões com prefeitos e secretários Municipais de Saúde e, por meio das Superintendências Regionais de Saúde, visitou todos os municípios que tiveram altos índices da doença. Os profissionais da Secretaria também fizeram visita de avaliação nos municípios da Grande Vitória. Estas últimas, acompanhados de técnicos do Ministério da Saúde. Com base nessas ações, foi elaborada uma lista com as principais orientações para o combate à dengue nos municípios capixabas.

Material técnico

* Disponibilização de material técnico para todos os médicos e enfermeiros.

Capacitação

* Capacitação rápida dos profissionais de saúde envolvidos na assistência para o enfrentamento da dengue a fim de realizarem os exames mínimos recomendados para diagnóstico e classificação de risco.

Insumos

* Reforçar o abastecimento de insumos e equipamentos, como sais de reidratação oral, soro fisiológico 0,9%, paracetamol/dipirona, transporte para pacientes, dentre outros.

Acesso

* Ampliação do horário e dos dias de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde;

* As Unidades Básicas de Saúde devem realizar tratamento aos pacientes dos grupos A e B (baixo e médio risco), enquanto os pacientes C e D (alto risco) devem ser encaminhados para unidades de maior complexidade;

* Criação de porta de entrada diferenciada, priorizando os casos de suspeita de dengue.

Referência laboratorial

* Disponibilização de exames de hemograma simples com coleta de todos os serviços de saúde.

* Nos municípios com grande número de casos, a coleta deve ser priorizada nos seguintes pacientes: menores de 15 anos, idosos e portadores de doenças cardíacas, câncer, diabetes, renais crônicos e outras co-morbidades e pacientes que se enquadrem em grupos C e D.

Hidratação

* Hidratação oral até o atendimento.

Notificação

* Reforçar com os profissionais de saúde da Atenção Primária e Especializada para sua responsabilidade com a notificação de todos os casos;

Intensificação do controle do Vetor

* Adequar o número de Agentes de Controle de Endemias ao número de imóveis no município (um agente para cada 800 a mil imóveis);

* Envio diário do número de casos para as secretarias Municipais de Saúde e estas, envio semanal ao Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa.

Reforço das ações de publicidade

* Distribuição de fôlderes, cartilhas, outdoor, mobiliário urbano, campanha de TV e rádio.

* Ações de mobilização social nos municípios.

Ações do Governo do Estado

Leitos

* Previsão para compra de leitos de retaguarda, caso necessário.

Investimentos

* Em 2008, a Sesa repassou R$ 3,1 milhões em recursos do Ministério da Saúde (MS) aos municípios exclusivamente para o combate à dengue.

Lançamento do Projeto Espírito Santo Enfrentando a Dengue

• O projeto, lançado em outubro do último ano, conta com um site que contém informações diferenciadas para profissionais da área de saúde e educação e população em geral. Dicas de combate ao mosquito, mitos e verdades sobre a doença, o ciclo do vetor, histórico da dengue no mundo, além de material de apoio para download podem ser encontradas no endereço www.saude.es.gov.br/dengue.

Capacitação

* A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ao longo deste e do último ano, vem realizando capacitações dos profissionais do Estado e dos municípios envolvidos no controle e prevenção da doença. Entre médicos, técnicos das vigilâncias epidemiológicas, enfermeiros, entomologistas e supervisores de campo, a Sesa já treinou 900 profissionais.

Comitê

* A Sesa reativou o Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, que tem o objetivo de desenvolver ações conjuntas de comunicação e mobilização social, com representantes de vários setores (como empresas, instituições de ensino e sindicatos), visando à participação da população no combate ao mosquito e na redução dos riscos de adoecimento por dengue.

Semana Estadual de Eliminação de Foco do Aedes aegypti

* A Secretaria promoveu no último mês de novembro a Semana Estadual de Eliminação de Foco do Aedes aegypti. A população foi convocada para agir em conjunto na eliminação de focos e potenciais criadouros do mosquito.

Plano Estadual de Contingência da Dengue

* Em 2008 foi criado o Plano Estadual de Contingência da Dengue, com estratégias de intervenção para o combate à doença e todas as informações relacionadas a situação epidemiológica no Estado.

LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti)

* Entre os dias 20 e 24 de outubro de 2008, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) coordenou o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa). Desde 2005, a pesquisa é realizada nos municípios: Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Serra, Vila Velha e Vitória.

* Os resultados revelam a grande proporção de áreas desses municípios apresentaram índice de infestação predial que variam de 1% a 3,9% - de cada cem domicílios, entre um e quase quatro abrigam larvas do Aedes aegypti.

Saiba como evitar a proliferação do mosquito

Lixo:

* Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira bem fechada. Não jogue lixo em terrenos baldios;

* Jogue no lixo todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes latas, copos, garrafas vazias etc.;

* Mantenha o saco de lixo bem fechado e fora do alcance de animais até o recolhimento pelo serviço de limpeza urbana.

Plantas e jardins:

* Encha de areia até a borda os pratinhos dos vasos de planta;

* Se você não colocou areia e acumulou água no pratinho de planta, lave-o com escova, água e sabão. Faça isso uma vez por semana;

* Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso principalmente por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana.

Caixas d’água, calhas e lajes:

* Não deixe a água da chuva acumulada sobre a laje;

* Remova folha, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas;

* Mantenha a caixa d?água sempre fechada com tampa adequada;

Tonéis e depósitos de água:

* Mantenha bem tampados tonéis e barris d’água;

* Lave semanalmente por dentro com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar água;

* Lave principalmente por dentro com escova e sabão os utensílios usados para guardar

Notificações de dengue no Espírito Santo




Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) no Espírito Santo

2008

* 70 casos confirmados
* 6 mortes

2009

* Nenhum caso confirmado
* 61 casos de suspeita em investigação
* 2 suspeitas de óbito em investigação

Municípios com maior número de casos – notificações por semana/2009



Casos notificados na região Metropolitana 2009





Casos notificados de Dengue / ES - Semana Epidemiológica 2008




Casos Notificados de Dengue / ES - 1995 - 2008



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Tels.: 3137-2378 / 3137-2307
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