Identificou-se os primeiros casos de coinfecção por Oropouche e Dengue fora da área endêmica, além do primeiro registro de tripla infecção por arbovírus no Espírito Santo. Apesar disso, as coinfecções foram raras (0,2%, n = 44), principalmente DENV/CHIKV (75%), com 2 novos casos de DENV-1/DENV-2/CHIKV e 1 de OROV/DENV-2. O sequenciamento resultou em 12 genomas virais completos, identificando linhagens distintas de DENV-1, DENV-2, CHIKV e OROV.

O estudo descreve o primeiro caso neuroinvasivo ocasionado pelo vírus Oropouche fora da Amazônia, em um paciente que vive com HIV, evidenciando a capacidade neurotrópica desse vírus e o potencial agravado dessa arbovirose em indivíduos imunocomprometidos. O reforço da consciência clínica, da capacidade de diagnóstico e da vigilância é essencial para mitigar os efeitos crescentes deste arbovírus negligenciado.

Foi registrado o primeiro caso fatal de infecção pelo vírus Oropouche no Espírito Santo, identificado por meio de um estudo multidisciplinar. O sequenciamento genômico revelou a linhagem viral M1L2S2, associada a alta carga viral, falência múltipla de órgãos e intensa resposta inflamatória hepática. O trabalho reforça a importância do diagnóstico precoce e da pesquisa científica aplicada à saúde pública.

O vírus Oropouche (OROV), antes restrito à Amazônia, expandiu-se para o Espírito Santo, onde foram confirmados 339 casos entre março e junho de 2024. O estudo revelou a transmissão local em áreas agrícolas da Mata Atlântica, especialmente em municípios com climas tropicais e cultivo intensivo de cacau, café robusta, coco e pimenta, destacando a necessidade de vigilância reforçada e medidas de controle direcionadas.

O vírus Oropouche (OROV), antes restrito à Amazônia, espalhou-se para outras regiões do Brasil em 2024, com surtos principalmente em pequenos municípios agrícolas e uma frequência de casos de 3,9 vezes maior em municípios do que em municípios grandes. O estudo genômico revelou múltiplas introduções da nova linhagem amazônica, associadas a áreas de cultivo de banana e mandioca, indicando que fatores ecológicos locais favorecem a disseminação do vírus e reforçando a necessidade de vigilância ativa.

Em parceria com os laboratórios que prestam serviço ao SUS, a UMEQ/Lacen-ES implementou em 2023 ações para melhorar a qualidade dos exames citopatológicos no Espírito Santo. O estudo mostrou aumento na detecção de lesões precursoras e aprimoramento dos padrões laboratoriais, fortalecendo a prevenção do câncer cervical no Estado e reforçando a importância de investimentos contínuos em tecnologia e protocolos de rastreio.

O estudo descreveu 25 casos de reinfecção por SARS-CoV-2 no Brasil durante a circulação da variante Gamma, mostrando que os pacientes tiveram sintomas leves e boa resposta imunológica. As análises genômicas indicam baixo risco de reinfecções graves e sugerem que o aumento de casos durante a onda Gamma foi causado principalmente por novas infecções, não por reinfecções.

O estudo avaliou a resistência antiviral dos vírus da gripe A (IAV) no Brasil entre 2017 e 2019 e identificou baixa prevalência de cepas resistentes aos principais medicamentos usados contra a influenza, como o oseltamivir. Os resultados indicam que esses antivirais ainda são eficazes no tratamento, mas reforçam a importância da vigilância contínua da resistência viral.

Pesquisadores identificaram no Brasil uma nova linhagem recombinante do SARS-CoV-2, resultante da combinação entre as variantes Omicron BA.1.1 e BA.2.23, denominada XAG. O estudo revelou quatro mutações inéditas e confirmou, por análises filogenéticas, a origem comum dessa nova cepa, destacando a importância da vigilância genômica contínua para detectar variantes emergentes.

O estudo revelou como a variante Delta do SARS-CoV-2 se espalhou rapidamente pelo Brasil em 2021, tornando-se dominante em várias regiões. Foram identificados três grandes clusters de transmissão, com origem principal no Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Os resultados reforçam a importância da vigilância genômica contínua para conter novas variantes e surtos.

O estudo analisou 11.724 genomas do SARS-CoV-2 e mostrou que o Brasil passou por duas grandes substituições de linhagens até 2021: a P.2, surgida no Rio de Janeiro em 2020, e a Gamma, originada no Amazonas. A Gamma foi de 1,5 a 3 vezes mais transmissível que a P.2, espalhando-se rapidamente pelo país e tornando-se dominante.

O estudo analisou milhares de amostras brasileiras de SARS-CoV-2 entre 2020 e 2021 e identificou nove casos de coinfecção por diferentes linhagens do vírus, um fenômeno raro, mas relevante. Essas infecções simultâneas podem influenciar a evolução viral e favorecer o surgimento de novas variantes, reforçando a importância da vigilância genômica contínua durante a pandemia.

O estudo identificou uma nova sublinhagem do SARS-CoV-2 P.1, denominada Gamma-like-II, que compartilha mutações com a variante de preocupação Gamma. A pesquisa revela que essas mutações surgiram gradualmente na Amazônia antes da expansão da VOC Gamma, sugerindo que a imunidade parcial da população pode ter impulsionado a evolução e diversificação do vírus no Brasil.

O trabalho analisou casos de infecção respiratória grave em crianças de até 3 anos no Espírito Santo (2016–2018) e identificou o vírus sincicial respiratório (RSV) em 56% dos casos, com circulação dos subtipos A e B. O RSV-A causou quadros mais graves, e a circulação viral aumentou em períodos mais frios, reforçando a importância da vigilância e prevenção.

Pesquisadores identificaram no Brasil uma nova variante de interesse do SARS-CoV-2, denominada N.9, derivada da linhagem B.1.1.33. Detectada entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, a N.9 apresenta a mutação E484K na proteína Spike — associada ao escape imunológico — e já foi encontrada em diversas regiões do país.

Neste trabalho foram analisadas 7.370 amostras de pacientes com suspeita de dengue ou chikungunya no Espírito Santo e identificou casos não diagnosticados de COVID-19 já em dezembro de 2019. Esses resultados indicam que o SARS-CoV-2 circulava antes do primeiro registro oficial e que, em áreas endêmicas, infecções simultâneas podem dificultar o diagnóstico correto.