06/03/2015 12h47 - Atualizado em 23/09/2015 13h43

Saúde participa de projeto contra o trabalho infantil

Sobrecarga muscular, irritabilidade e perda de sono que impacta no rendimento escolar. Esses são apenas alguns dos prejuízos causados pelo trabalho infantil, que será combatido, a partir deste sábado (07), por meio de uma abordagem diferente e inédita no Espírito Santo.

Trata-se do projeto Feira Livre de Trabalho Infantil, que será desenvolvido por meio de parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e a Prefeitura de Vila Velha. Os profissionais envolvidos no projeto percorrerão 23 feiras do município, durante a semana e nos finais de semana, cumprindo um cronograma que vai até o mês de maio. O lançamento do projeto será na feira do bairro Itapoã, a partir das 9 horas.

A chefe do Núcleo Especial de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Nevisat), que coordena o Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Liliana Graça Santana, ressalta que o trabalho infantil, da forma como ocorre em feiras livres, é muito bem aceito pela sociedade, pois não é explícito o caráter de exploração.

“O agricultor, por exemplo, traz o filho para aprender aquele ofício desde cedo, sem perceber, muitas vezes, como isso pode expor a criança a problemas de saúde, além de limitar a sua formação escolar. Outra questão são as crianças da cidade que carregam sacolas e carrinhos cheios de verduras pela feira ou até a casa dos clientes e recebem por esse serviço. Sabemos que nem sempre isso acontece por uma questão de subsistência, mesmo porque algumas dessas crianças e suas famílias estão incluídas em programas sociais”, contextualiza.

Liliane Santana ressalta que os efeitos do trabalho durante a infância podem aparecer de imediato ou ao longo da vida da pessoa. Entre os danos causados à saúde, ela cita o risco de lesões físicas e aparecimento de sintomas como a dor na coluna, em consequência do peso que a criança carrega, além de irritabilidade, dificuldade de concentração, insônia e dor de cabeça devido às horas de sono perdidas e ao cansaço.

O trabalho infantil gera também problemas sociais e educacionais antes mesmo de a pessoa atingir a fase adulta. O rendimento escolar, por exemplo, acaba sendo prejudicado, uma vez que a criança não dorme bem e fica cansada. Além disso, o trabalho exige da criança um nível de maturidade de adulto, afastando-a do convívio social com pessoas de sua idade.

E os impactos do trabalho infantil vão além: ao longo da vida, a pessoa que teve uma rotina de trabalho na infância pode apresentar transtornos emocionais e psíquicos desencadeados por experiências ruins, como humilhação, exploração e insegurança, o que pode gerar dificuldades para estabelecer vínculos.




Mais sobre o projeto

O objetivo do projeto Feira Livre do Trabalho Infantil é prevenir e erradicar o trabalho infantil, além de proteger o adolescente trabalhador por meio de educação e informação para a sociedade. A ação que será realizada inicialmente nas feiras livres de Vila Velha visa garantir um direito das crianças e adolescentes e sensibilizar a população sobre os danos sociais e à saúde causados pelo trabalho infantil.

Como estratégia para informar e sensibilizar a população, serão distribuídos durante a ação materiais como abanador, adesivos e uma revista em quadrinhos intitulada “Trabalho Infantil Mitos e Verdades – MPT”. No local, será instalado um painel simulando uma barraca de feira, com a ilustração de um feirante e um menino, personagem da revista em quadrinhos. A ideia é que a população tire fotos com placas com dizeres contra o trabalho infantil e poste em suas redes sociais como forma de expandir a abrangência do projeto.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Saúde
Jucilene Borges
jucileneborges@saude.es.gov.br / asscom@saude.es.gov.br
Juliana Rodrigues
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Ana Carolina Stutz
anapinto@saude.es.gov.br
Texto: Juliana Rodrigues
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