Alunos de uma escola pública do município da Serra tiveram uma manhã diferente. Eles saíram da sala de aula e foram aprender sobre doação de órgãos no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves. A iniciativa de abrir as portas do hospital para os estudantes partiu de Vitorino Tadeu Mendes, membro do conselho gestor da instituição, que viu na oportunidade uma forma de oferecer aos adolescentes um legado de estudos, responsabilidade e amor ao próximo.

“A ideia é mostrar a estrutura do hospital e incentivar o estudo entre os adolescentes. Essas cadeiras que hoje eles estão sentados são, muitas vezes, ocupadas por profissionais respeitados, por mentes brilhantes, e eles também podem estar aqui. A nossa responsabilidade é, principalmente, fazer desses adolescentes pessoas melhores”, concluiu Vitorino Tadeu.

Ao todo, 60 alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Amélia Loureiro Barroso, do bairro Enseada de Jacaraípe, participaram do encontro. Os adolescentes, na faixa etária entre 11 e 17 anos, conheceram os vários setores do Hospital Dr. Jayme e puderam conversar com alguns profissionais. No auditório, a vida real de um transplantado foi tema de palestra que emocionou os presentes.

“Essa é a primeira vez que nossos alunos vêm ao Hospital Jayme e a impressão é muito positiva. Entreter adolescente não é uma tarefa fácil, mas conhecer a estrutura e, principalmente, assistir à palestra foram atividades altamente enriquecedoras. A história de superação do palestrante é de emocionar. Acredito que tenha ultrapassado todas as expectativas. Vamos querer trazer mais turmas com certeza”, avisou a coordenadora de turno, professora Shirley Paulino Covre.




A palestra sobre doação de órgãos foi ministrada pelo presidente da Associação Pró-Vidas Transplantes, Adauto Vieira de Almeida. O palestrante descobriu, no ano 2000, que era portador da hepatite C em estado avançado. Após dez meses de tratamento com dois medicamentos, ele precisou ir para a fila de transplantes de fígado. Em 2007, já desacreditado pelos médicos, foi no Espírito Santo que Adauto conseguiu um fígado compatível e realizou o transplante.

Hoje, ele dedica a vida contando sua experiência e explicando a importância de doação de órgãos. Mais do que isso, a importância em discutir sobre o assunto com a família. Afinal de contas, quem decide se a doação pode ou não acontecer é a família. Ela tem a palavra final.

“Eu não sabia que era assim que acontece a doação de órgãos e parece mais fácil do que a gente imagina. Eu quero conversar com a minha família, quem sabe eu também não posso salvar a vida de alguém como aconteceu com o palestrante”, disse Juliana dos Santos, aluna da 6ª série.

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Ravane Denadai
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