22/02/2008 10h29 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

Cai o número de casos de leptospirose no Espírito Santo

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou uma queda no número de casos de leptospirose no Espírito Santo em 2007. No ano passado foram feitas 1.356 notificações da doença, sendo 162 resultados positivos. Em 2006, foram 1.160 notificações e 315 casos confirmados.

O resultado de 2007 ainda é parcial, já que faltam alguns resultados de exames, mas não existe a possibilidade desse número ser maior do que o do ano anterior. Neste ano já foram feitas 99 notificações, mas o Programa de Leptospirose ainda aguarda o resultado dos exames para confirmar os casos da doença.

A quantidade de óbitos também teve uma redução, sendo oito em 2006 e cinco em 2007. Segundo Maxwell Marchito de Freitas, referência técnica em leptospirose, o objetivo da Sesa é que esse número chegue à zero. “Nós diminuímos a letalidade da doença. Mas podemos melhorar. As pessoas precisam conhecer essa doença para tomar os cuidados necessários”, ressalta.

Para o técnico, essa queda é decorrente do trabalho de conscientização que a Sesa tem feito desde 2006. “Todos os 78 municípios do Estado já foram capacitados para notificar os casos suspeitos da doença. Com isso, estamos descobrindo mais casos e podendo combater a doença junto à população”, observa.

As capacitações acontecem com freqüência, devido a grande rotatividade que existe nas equipes das secretarias de Saúde dos municípios. Os treinamentos envolvem médicos e enfermeiros, geralmente dos programas de Saúde da Família.

“Essa capacitação é de extrema importância. Os profissionais precisam ficar atentos aos hábitos da pessoa para descobrir a doença, pois os sintomas são muito parecidos com os de outras enfermidades”, ressalta.

De acordo com Freitas, aproximadamente 90% dos casos não são descobertos. “Nos casos mais leves, a doença acaba sozinha. Os mais graves, em que a pessoa geralmente fica amarela, é que são descobertos”, explica. Os sintomas da doença são parecidos com os da gripe, da dengue e até da febre amarela.

Sintomas

O paciente costuma apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo (principalmente nas panturrilhas). Os casos mais graves podem apresentar icterícia (pele e mucosas amareladas) e pode ser necessária a internação hospitalar.

Os sintomas aparecem de um a 30 dias, depois do contato com a bactéria Leptospira, transmissora do agravo. Entretanto, na maior parte dos casos, os sinais aparecem de sete a 14 dias após o contato.

A doença

A doença é transmitida através do contato com a urina de animais, principalmente o rato. “A maioria das pessoas acha que só o roedor é transmissor e não se preocupa com os outros bichos. Cachorro, cavalo, capivara, cabra, boi e porco, entre outros animais, também podem transmiti-la”, lembra o técnico. A contaminação pode ocorrer em qualquer época do ano, e não só no período de chuvas.

As chances de contágio são maiores quando a pessoa entra em contato com inundações, água contaminada, enxurradas e lama. Se houver algum ferimento ou arranhão, a bactéria penetra com mais facilidade. “A Leptospira precisa de água para sobreviver. Por isso, as chances de infecção nesses ambientes é maior”, conta Freitas.

A bactéria pode sobreviver semanas ou meses nesses meios, dependendo das condições do ambiente, como temperatura e umidade. Entretanto, elas são sensíveis aos desinfetantes comuns. O hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e a luz solar podem matá-la rapidamente.

Latinhas

Além disso, muitas pessoas acreditam que podem pegar leptospirose por meio de ingestão de líquidos em latinhas. Apesar de teoricamente possível, a infecção dessa maneira não teve nenhum caso comprovado. De qualquer modo, é importante que se lave as latas com água limpa antes de serem levadas à boca, para que não haja o risco de contaminação por algum outro tipo de bactéria.

O tratamento da doença pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde e deve ser iniciado até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas. É importante contar ao médico se o paciente entrou em contato com animais, água, lama e inundações. Somente o médico é capaz de diagnosticar e tratar a doença.

Como se prevenir:

Controlar a população de ratos é a principal forma de evitar o risco de leptospirose. Para isso, é preciso que o ambiente seja mantido limpo:

- O lixo doméstico deve ser ensacado e posto fora de casa, no alto, pouco antes de o lixeiro passar;
- Devem ser fechados buracos entre telhas, paredes e rodapés;
- É importante manter limpos quintais, terrenos baldios, ruas e córregos, evitando entulhos e objetos inúteis;
- À noite, objetos de animais domésticos devem ser lavados e guardados. Os alimentos devem ser bem armazenados;
- Terrenos baldios devem ser limpos, murados e sem lixo;
- Mantenha a caixa d’água limpa e bem tampada, evitando a invasão de ratos.
- Não entre em ambientes de lama ou em locais de criação de animais sem proteção adequada, como luvas e bota.

Informações à Imprensa:
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Texto: Rovena Storch
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