14/03/2005 14h06 - Atualizado em 23/09/2015 09h32

CAPS promove inclusão social e diminui índice de internação

O usuário do Centro de Atenção Psicossocial Moxuara (CAPS), Marcos Florêncio Modolo, 39, quando jovem, fez curso de técnicas industriais na escola Polivalente. Hoje, no CAPS, ele participa da oficina de marcenaria.

Marcos é um exemplo, entre tantos, que, com a participação nas atividades oferecidas pelo CAPS, reduziu ou não precisou mais de internação hospitalar. “Ele foi inserido na sociedade e conquistou os direitos de todo cidadão comum, nossos principais objetivos”, disse a coordenadora do CAPS, Maria Odete Pinheiro Rosalen.

Quando iniciou suas atividades, o Centro atendia aproximadamente 30 usuários. Hoje, são 170 pessoas, cerca de 50 por dia, possuindo, ainda, capacidade para receber até 220 usuários.

O CAPS atende a portadores de transtornos mentais com o objetivo de evitar a internação hospitalar e promover a inclusão social. O índice de portadores de esquizofrenia, transtorno mental considerado grave, é de 73% e, ainda assim, a evasão é baixa e os resultados bastante satisfatórios.

Casos

Ana Graziela Medeiros Santos, 22, mora em Vila Velha e participa das atividades do CAPS há dois anos. Já confeccionou tapetes e hoje participa da oficina de bordado e pintura. Faz também bolsas e leva para vender para seus vizinhos. Ela mora ao lado da casa dos pais e dos três irmãos. “Sou a caçula da casa e minha família acha o meu trabalho lindo”, relata empolgada.

De acordo com o psiquiatra Zanandré Avancini, o tratamento não é feito apenas com o usuário. “O sistema familiar também é reestruturado. O usuário passa a ter outro papel dentro da família, decidindo o que quer e tomando parte nas decisões. Além disso passa a participar das finanças da casa com o dinheiro da venda dos objetos que confecciona”, conta.

Procedimentos

O início do tratamento é feito por um grupo de acolhimento e avaliação, quando são analisados os históricos clínico e familiar do paciente, que escolhe uma ou mais atividades com as quais se identifica.

Oficinas de pintura em tela, em tecido, bordado, marcenaria, confecção de bonecas de pano, tapetes, horta, atividades esportivas e participação de eventos internos e externos, são algumas das possibilidades oferecidas pela equipe do CAPS.

Com a realização das oficinas, o usuário não só aprende uma atividade mas, também, retoma o processo de interação e socialização, passa a ter capacidade de escolha e decisão, tem a auto-estima valorizada e interesse progressivo na continuidade dos trabalhos.

“Mesmo aqueles que vão até o CAPS apenas para passar o dia, sem fazer parte de qualquer oficina, têm seu quadro clínico melhorado, pois estão retomando a capacidade de se socializar e conviver em grupo”, disse o psiquiatra.

“Achávamos que todos tinham de exercer ao menos uma atividade. Percebemos, depois de algum tempo, que só o fato deles saírem de suas residências para virem até aqui já era um grande progresso no tratamento”, reforça.

A maior parte dos usuários do CAPS é proveniente do Hospital Adauto Botelho. Há também demandas do Hospital São Lucas, além da procura expontânea.

A equipe é composta por psiquiatra, psicólogo, técnico e auxiliar de enfermagem, terapeuta ocupacional, assistente social, professor de educação física, além dos monitores das oficinas.

O Centro de Atenção Psicossocial Moxuara fica anexo ao Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cariacica, e iniciou suas atividades em 1998.

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Texto: Cynthia Silva
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