31/07/2008 12h45 - Atualizado em 23/09/2015 13h21

Cerimônia marca os 10 anos da Central de Captação de Órgãos do Estado

Emoção, alegria e gratidão fizeram parte da cerimônia de comemoração dos 10 anos de atividades da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO/ES). O evento aconteceu, na manhã desta quinta-feira (31), no auditório do Hospital da Polícia Militar do Estado (HPM) e contou com a presença de representantes de doadores, transplantados e equipes de captação e médicas que cumprem, com determinação e ousadia, o importante trabalho de salvar vidas.

Abrindo a solenidade, após a composição da mesa, o subsecretário Estadual para Assuntos da Regulação e de Organização de Atenção a Saúde, Francisco José Dias da Silva, destacou o valioso trabalho da Central e os mais de 1.600 transplantes realizados em 10 anos de trabalho. “Ficamos motivados e orgulhosos de saber que o Brasil é o País que mais realiza transplantes no mundo e nós, da Central, temos importante parcela de contribuição nesse cenário”.

Em seguida, o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes, Abrahão Salomão Filho, falou sobre a “Situação dos Transplantes no Brasil”. Um importante dado revelado por ele, foi o número de instituições e equipes que realizam transplantes: são 560 instituições e 1.241 equipes médicas aptas para transplantar órgãos e tecidos no País.

A coordenadora da CNCDO/ES, Beatriz Helena Santos Gagliano, ressaltou a importância do apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no trabalho de captação de órgãos e tecidos. “Somos gratos pelo apoio da Sesa, pela sensibilidade em manter a Central. Nós fazemos um trabalho de sensibilização da sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. São palestras em escolas, igrejas, empresas, entre outros. Não haverá doação sem que a população esteja sensibilizada quanto a sua importância. Nosso desejo é que continuemos este trabalho, valorizando a vida e promovendo a conscientizando da população”.

História

Na apresentação sobre os 10 anos da Central, Beatriz Helena Santos Gagliano’ resgatou a história do órgão e apresentou números sobre a situação dos transplantes no Estado. “Conseguir a autorização da família é a grande dificuldade encontrada pela Central. As pessoas que desejam doar seus órgãos devem deixar essa intenção muito clara aos parentes próximos, pois em caso de óbito somente a família pode autorizar ou não a doação. O índice da negativa familiar no ato da doação, nesse 1º semestre, chegou a 36% dos casos”.

Os órgãos para transplante mais procurados são rim e córnea. Na lista de espera, computada até dia 28 de julho, registra-se 1.531 pacientes. Destes, 1.001 aguardam por rim; 505 por córnea; 18 por fígado; 04 por coração, 03 por rim/pâncreas conjugado.

Momentos emocionantes da solenidade foram as homenagens a parentes de doadores, transplantados, médicos e equipes hospitalares que trabalham na captação de órgãos. Entre eles, Tereza de Andrade, mãe de um doador de vários órgãos após ter sofrido acidente automobilístico; Adalto Vieira, presidente da Associação de Apoio a Pacientes da Fila de Transplante; o médico Abraão Garcia Mendes, que mais realiza cirurgia de transplante de córnea no Estado.

A equipe médica que sofreu um acidente fatal em abril de 2007, ao se dirigir de helicóptero para Colatina levando órgãos para serem transplantados, foi lembrada na solenidade e seus esforços em prol da vida reconhecidos.

Encerrando a manhã de comemorações, todos os participantes seguiram para o prédio da Central para a inauguração da reforma e descerramento da placa comemorativa.

Captação de Órgãos

No Espírito Santo os hospitais credenciados no Ministério da Saúde para a cirurgia de transplante de rim são o Santa Rita, Meridional, Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), o Evangélico de Vila Velha, o Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim e o Vitória Apart Hospital.

Para transplante de coração, fígado e rim/pâncreas conjugado está autorizado, apenas, o Hospital Meridional. Existem ainda seis clínicas autorizadas a realizar transplante de córnea.

A Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo funciona 24 horas e está sediada no Hospital da Polícia Militar (HPM). Ela tem a função de coordenar no âmbito estadual tudo que envolve a doação e transplante de órgãos e tecidos, inclusive, exercendo fiscalização e controle. A Central também é responsável pela gerência da lista de espera e o destino de todos os órgãos/tecidos doados.

Em todos os estados brasileiros existe uma Central, que faz um intercâmbio de informações entre si e com a Central Nacional de Notificação e Captação de Órgãos (CNNCDO).

Diante de um possível caso de doação, a Central de Captação recebe uma notificação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital onde o doador em potencial se encontra. Para prosseguir com o processo de doação, é preciso constatar a morte encefálica da pessoa, através de três exames: dois clínicos e um complementar. Também são necessários que sejam realizados exames sorológicos no doador e para alguns órgãos são necessários exames de compatibilidade. Para tanto conta-se com a parceria do Laboratório Central da Secretaria de Estado da Saúde (Lacen) e do Laboratório de Imunogenética (LIG).

A Central coordena toda a logística do processo de doação/transplante. Através de um software do Sistema Nacional de Transplantes (SNT-5.0), se inclui dados do doador para cruzamento com os dados dos receptores. Após a seleção dos receptores, as equipes de transplantes são acionadas. Por fim, os órgãos são transplantados. Vale lembrar que a Central não capta os órgãos, este trabalho é realizado pelas equipes médicas.

Trajetória

A história dos transplantes no Estado do Espírito Santo teve início em 1976, com a realização do primeiro transplante de rim. Em 1980 foi realizado o primeiro transplante de córnea e fundado o Banco de Olhos do Estado.

Em julho de 1998, a CNCDO/ES foi reativada. Passou a funcionar anexa ao Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo (HPM) em regime de plantão 24 horas. De julho de 1998 a junho de 2008, já foram realizados no Estado 1.642 transplantes. No primeiro semestre de 2008, a CNCDO/ES registra um aumento de 68,2% no total de transplantes, comparando com o 1º semestre de 2007.

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