14/03/2012 12h54 - Atualizado em 23/09/2015 13h32

Consumo excessivo de açúcar pode causar graves problemas à saúde

Considerado por muitos como essencial na cozinha, e com fama de deixar os alimentos irresistíveis, o açúcar pode representar grande risco para a saúde, sendo, hoje, comparado até mesmo ao cigarro e ao álcool. Embora seja difícil calcular e controlar a quantidade diária de ingestão, a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) é consumi-lo moderadamente.

“Apesar de haver uma quantidade ideal de consumo de sal por dia, não há essa mesma lógica para o açúcar, pois não é um produto essencial para a fisiologia do organismo. Além disso, fica difícil quantificar o quanto consumimos, pois está presente em diversos tipos de alimentos. O ideal é não exagerar”, diz a endocrinologista da Sesa, Sabrina Ribeiro França Machado.

De acordo com a médica, um dos fatores que podem ser apontados como a causa do consumo desenfreado do produto tem explicação científica. “O metabolismo do açúcar envolve reações que em última análise levam à produção de serotonina, uma substância que traz sensação de bem estar para o organismo. É como se causasse um ‘vício’”.

Problemas

Pesquisas atuais indicam que o produto pode gerar danos à saúde comparados aos causados por drogas. “Estudos recentes sugerem que o açúcar seja combatido do mesmo jeito que o álcool e o cigarro, porque traz sérios malefícios à saúde, como obesidade, diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. São as doenças que mais matam no Brasil e demais países em desenvolvimento”, revela a especialista.

Dois destes males, a obesidade e o diabetes tipo 2 (que se desenvolve ao longo do tempo devido à exposição aos fatores de risco) já podem ser considerados pandemias no mundo. Essas duas situações também são as mais atendidas no consultório da endocrinologista, no CRE Metropolitano da Sesa, em Cariacica.

A melhor maneira de preveni-los é adotar hábitos de vida saudáveis, como alimentação equilibrada e a prática de atividade física regular. Controlar o estresse também é uma dica. “É muito comum pessoas com ganho progressivo de peso desenvolverem sintomas de depressão e ansiedade. A compulsão alimentar também é um transtorno muito comum, é uma forma enganosa dessas pessoas se sentirem melhor”, ressalta Sabrina.

Alternativas

Muitas dúvidas giram em torno do açúcar mascavo. A médica desmistifica: o açúcar cristal e o refinado passam por um processo de industrialização que os deixa mais claros e retira suas características boas, como as vitaminas. O açúcar mascavo, como não passa por esse processo, mantém as vitaminas. Por isso, deveria ser preferido”.

Já sobre o adoçante, muitas vezes apontado como uma alternativa questionável, a endocrinologista conta que não há estudos conclusivos sobre malefícios à saúde. “Atualmente não existem trabalhos conclusivos a respeito dos adoçantes artificiais como substituto do açúcar, muito menos uma conclusão de que seu uso regular pode causar câncer, diabetes ou outros distúrbios. Nas quantidades indicadas diariamente, não traz problema”.

Orientações

Pacientes acima do peso ideal ou com histórico familiar de diabetes devem fazer o exame especializado para medir a quantidade de glicose no sangue, assim como todas as pessoas com mais 40 anos de idade. “O diabetes não é uma doença causada pelo consumo exagerado de doces, mas é causado pelo conjunto herança genética e excesso de gordura corporal, principalmente localizada na região abdominal. Essa gordura produz diversas substâncias que acabam levando ao diabetes”, detalha Sabrina.

Produtos diet, light e zero podem até não conter açúcar, pois utilizam adoçante em seu lugar, entretanto, é preciso ficar atento à adição extra de outros componentes. No caso de refrigerantes, é comum sódio em excesso, que pode contribuir para hipertensão arterial. Segundo ela, é importante evitar gordura, muitas vezes usada no preparo de doces. “Uma dica é prestar atenção na quantidade de óleo usado por mês e diminuir aos poucos”.

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